COM PR. ENÉAS SOARES MENEZES
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COM PR. ENÉAS SOARES MENEZES

1. Pastor Enéas, como o irmão conheceu Jesus Cristo?

Meus pais eram crentes. Quando saímos de minha terra natal, Italva, norte do Est. do Rio, fomos morar na Muda da Tijuca. Minha irmã e eu começamos a frequentar a Igreja Batista da Tijuca, cujo templo ficava na R. Barão de Itaipu (hoje, Primeira Igreja Batista no Andaraí, e fica na R Leopoldo nº 70). Menino ainda frequentava a classe de principiantes. Mais tarde, a missionária Esther Riffey me conduziu a Cristo. Testemunhei de minha fé e fui batizado pelo missionário Dr. A. R. Crabtree, então pastor da Igreja, em 3/4/46.

2. E como chegou à Escola Bíblica do Ar? Pode nos dizer?

Em 1ª de fevereiro de 1948, o pastor David Gomes, de regresso dos Estados Unidos, onde se formou em Mestre de Educação Religiosa pelo Southwestern Baptist Theological Seminary, em Fort Worth – Texas, assumiu o pastorado da Igreja Batista da Tijuca, quando tive o prazer de saudá-lo e à sua esposa, Haydée, representando os adolescentes. Já no ano seguinte, devido ao ardor evangelístico de David Gomes, nasceu a Escola Bíblica do Ar, em 5.5.1949, quando vários membros da Igreja, de grata memória, deram valioso apoio à obra que Deus colocou em seu coração. O rápido crescimento da EBAR forçou o Diretor a convidar alguém que pudesse dar tempo integral. Convidado, orei e aceitei a tarefa, sendo o primeiro funcionário assalariado. Fui admitido em 1º de Julho de 1953.

3. E como foi a sua experiência com o pastor David Gomes, nosso fundador?

Considerei sempre o fundador como um pai espiritual. Seu comportamento pessoal, modo de viver, vida de oração, aplicação ao estudo da Palavra de Deus, amor à família eram um convite e um desafio a estarmos mais perto de Deus. Confessava que tinha suas falhas, mas sabia pedir perdão e até chorar com aqueles que se sentiam ofendidos. Nos momentos mais difíceis da história da EBAR sempre nos chamava a orarmos juntos, colocando diante de Deus os problemas. Ao nos levantar da oração sua fisionomia era outra, porque estava confiante na resposta às orações. Seu espírito alegre nos animava a prosseguir ao seu lado. Não apenas eu, mas muitos dos seus companheiros de trabalho e ideal podem falar o mesmo.

4. Estamos curiosos também sobre a sua chamada ministerial. Por que resolveu ser pastor?

Creio que minha admissão na EBAR já foi um preparo divino. Na verdade, quando fiz minha matricula no Seminário Teológico Betel, em 1958, pensava mais em fazer Educação Religiosa, tendo por finalidade melhorar a atuação na Obra junto aos demais auxiliares. Mas o plano de Deus para mim era outro. Assim, em 1977, após uma série de pregações por dedicado obreiro, senti claramente que o Senhor me queria no Ministério da Palavra. Era, então, diácono na Igreja Evangélica Batista em Brás de Pina, hoje PIB de Brás de Pina. Assim, em um concílio constituído por 25 pastores e 7 diáconos, tendo como orador oficial o Pastor David Gomes, examinador Pastor Osvaldo Ronis, oração consagratória Pr. Ernandes Cruz, Secretário Ozir Antonio Manco, entrega da Bíblia Pastor Álvaro Silva e presidente Pr. Joel dos Abreu, fui consagrado ao Ministério da Palavra em reunião inesquecível.

5. Em que igrejas atuou como pastor?

Como pastor titular: I.B. Praia das Pedrinhas, S.Gonçalo, I.B. Brás de Pina, RJ, I.B. Largo da Ideia, S.Gonçalo e Congregação Batista do Gradim, S.Gonçalo. Como pastor auxiliar: Igreja Batista da Esperança e Igreja Bat. Eng.Novo, no Rio. Como pastor interino, Igreja Batista Vila Oriente, em S.Gonçalo.

6. O irmão está pastoreando alguma igreja no momento?

No momento sou membro da 2ª. Igr. Batista em Porto Novo, liderada pelo pastor Ésio Cândido da Silva.

7. Voltando à Escola Bíblica do Ar, gostaríamos de conhecer a sua experiência durante tantos anos neste ministério. Quais as lembranças que pode resgatar sobre a experiência das gravações e programas ao vivo, os desafios de lidar com os ouvintes, sinta-se à vontade para nos dar os detalhes?

Os programas ao vivo apresentados em diversas emissoras eram repletos de experiências. Lembro-me do programa “Hinos Favoritos”. Em meio à apresentação de um deles, alguém telefonou para a emissora: “Estou no hospital ouvindo e gostando dos hinos, mas gostaria de ter uma visita dos senhores, pois estou sofrendo...” Após o programa tomamos uma condução para a Tijuca e nos dirigimos ao hospital naquele bairro... Quando chegamos ao seu leito ele esboçou um sorriso, embora sentisse muitas dores. Lemos a Bíblia e falamos do amor de Deus àquele enfermo e da bênção de ter Jesus na vida... Na semana seguinte voltamos ao hospital e vimos que sua cama estava vazia e a enfermeira contou que dias depois de nossa visita ele falecera, sem qualquer gemido ou dor.

Creio que ele foi mais um fruto da EBAR.

Em emissora de grande porte, o programa começou como sempre com o prefixo: “Enquanto, ó Salvador, teu livro eu ler...”. Após a saudação inicial do Pastor David, ouviu-se o primeiro hino, que dizia: “Em Jesus amigo temos mais chegado que um irmão/ E nos manda que levemos tudo a Deus em oração...”. Este cântico levou a ouvinte Maria Esméria a se ajoelhar em seu quarto e, em lágrimas, pedir perdão a Deus, aceitando Jesus como Salvador... Maria Esméria havia terminado seu relacionamento com o marido e via no suicídio a única maneira de se livrar de sua enorme tristeza. Mas queria morrer, ouvindo um programa sertanejo que ia ao ar antes da Escola Bíblica. Mas aquele programa chegou ao fim e ela não percebeu que logo o locutor anunciou o nosso programa. Deus não permitiu que ela desligasse o rádio a fim de que o coração dela passasse a Lhe pertencer. Ela não apenas ouviu e se enterneceu com o hino mencionado como também saiu do quarto uma nova criatura... Veio naquela semana ao escritório, falou com o Diretor de sua alegria em aceitar Jesus como seu Salvador. Não me lembro de ter lido cartas mais tocantes tiradas de nossa correspondência diária. Maria Esméria e centenas ou milhares de outros ouvintes são a prova cabal de que este programa deve continuar nos céus do Brasil e do mundo diariamente, antes que o sol se ponha!

Nesta entrevista, desejo me referir também aos programas gravados que seguiam sempre para as demais emissoras que os transmitiam. A Escola não tinha ainda seu estúdio de gravação e se valia de estúdios particulares. Certa feita, indo pela Av. Venezuela, entramos no estúdio onde trabalhava o famoso Nelson Nobre, rei momo do carnaval. Ele gravou, em disco, vários programas da EBAR ouvindo, assim, muitas mensagens falando do amor de Deus por sua vida. Mas nunca aceitou Jesus. Certa vez, estava ele num clube carnavalesco e pediu um minuto de silêncio pelos que deram sua vida ao carnaval. De repente, ouve-se um baque forte: Era o rei momo que caíra sem mais poder se levantar e sem mais poder ser salvo por Cristo. Não poderá dizer no juízo final: NÃO ME FALARAM DE CRISTO.

8. Conte também sobre como foi que conheceu a esposa, irmã Ely? Vai ser uma história muito boa esta. Estamos curiosos.

Então vou atender aos curiosos. Estava com mais de vinte e cinco anos e senti a necessidade de uma esposa. Orei e deixei que Deus trabalhasse... Em 1957, nossa EBAR esteve presente, em Vitória, em famoso congresso da mocidade batista. No salão de exposições, mostrava a todos os novos distintivos da EBAR, um lindo broche com o formato de uma Bíblia aberta. De repente, a bonita jovem Ely aparece e adquire o distintivo. Conversamos bastante, mas ficou nisso. Passados três anos, novamente fazendo parte da equipe da EBAR era eu da comissão de imprensa do 10º Congresso da Aliança Batista Mundial. Mais tarde, Ely me falou: Eu estava lá também, vi você, mas você não me viu... Em 1963, fui novamente a Vitória, desta vez para assistir à Convenção Batista Brasileira, quando outra vez montamos nossa banca de livros e outros materiais da EBAR. Pensei: Será que ela veio? Afinal, Cachoeiro de Itapemirim não é tão distante de Vitória... Dei uma volta pela cidade e, de regresso, no ônibus dei lugar a uma jovem, ela me reconheceu logo.

Eu custei a reconhecê-la na sua elegância, trajando lindo vestido branco. Houve a oportunidade de um passeio por parte de alguns convencionais. Logo me inscrevi e pedi que também anotassem o nome de Ely Rodrigues Fagundes. No local do passeio, Guarapari, um dos pastores nos observou juntos e parecia dizer: Parabéns. Três anos depois, na Igreja Batista da Tijuca anunciei nosso enlace que seria na igreja da noiva em C. de Itapemirim. Meu pastor, Tércio, com o pastor da noiva, Orivaldo, seriam os oficiantes e o conjunto do qual eu fazia parte viajaria em ônibus especial para cantar na cerimônia de 2/4/66. Neste ano de 2016 tivemos nossas bodas de ouro matrimoniais. Além da esposa Deus me concedeu três filhos que são a nossa alegria: Denise, Claudia e Enéas Júnior, além dos genros, nora e netos.

9. Pastor Enéas, o irmão ainda está no ar, nos programas da EBAR. O que deseja que aconteça com a Escola Bíblia do Ar nos próximos anos?

De vez em quando ouço esta pergunta: Ainda existe a EBAR? Limito-me a convidar o inquiridor a visitar-nos e ouvir nossos programas. A EBAR nasceu no coração de Deus, que usou um mineiro de Itaúna, MG, chamado David Gomes, para tornar público e notório o que Ele tinha no coração. O que desejo que aconteça com a EBAR?

1. Que ela prossiga para o que Deus a criou e isso está na sua divisa: O SOL NUNCA SE PÕE SEM QUE SUBAM AOS CÉUS DO BRASIL E DO MUNDO AS MENSAGENS DE DEUS PELA ESCOLA BIBLICA DO AR.

2. Que a equipe radiofônica e do escritório tenha a mesma visão daqueles que estiveram nos primórdios da Obra reunidos numa sala da então Igreja Batista da Tijuca, a saber: David Gomes, Diretor, seminarista Cornélio Dorta Bernardes, Waldemira Almeida de Mesquita, Ozias de Castro e Souza e Esther Nascimento, todos já na glória de eterna. Eles acreditaram no futuro desta obra e já são passados 67 anos. Que a mesma fé corajosa que esteve no coração do Fundador e dos primeiros auxiliares permaneça no coração de nossa equipe, pois as hostes do inimigo estão mais freqüentes no mundo de hoje do que há 67 anos, desejando arrancar de nossos corações toda reserva de fé e amor a Cristo Jesus.

3. O “espalhemos sempre a semente santa” significa, em nosso contexto que precisamos colocar nossos programas em mais emissoras seja em FM ou AM, ou mesmo web-radios, sabendo que os recursos vêm de Deus. Louvo a Deus pela disposição de nosso corpo administrativo em tornar reais os propósitos divinos para a Escola Bíblica do Ar.

4. Que nossos cursos bíblicos por correspondência prossigam ensinando a todos as santas doutrinas.

5. Que em futuro próximo sejam publicados mais livros por nossa Editora, obras que têm enriquecido a mente e o coração de muitos.

6. Que o Acampamento da Fé Monte Moriá continue a ser o lugar “onde Deus dá banquete”, pois muitos têm sido salvos e chamados para servir a Deus porque um dia o frequetaram, afirmando que “Deus está em Moriá”.

7. Para que obtenhamos tantas vitórias é preciso contar suas as orações constantes e o apoio de nossos queridos amigos e alunos no Brasil e no mundo!

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