II Reis 8.25 a 9.29; caps.11 e 12; 14.1 a 15.7; e II Cr. 22 a 26.
Gerson Berzins (gberzins@ceoexpress.com)
Pela graça de Deus, mais uma vez juntos para a nossa lição semanal sobre A monarquia em Israel. Nosso estudo de hoje baseia-se no texto bíblico que se inicia no cap.8 v.25 de II Reis e vai até o cap. 15 v.7. O texto paralelo de II Crônicas, cobre os caps. 22 a 26. Como vimos na lição anterior, Jeorão, que tinha se casado com a filha de Jezabel e Acabe, chamada Atalia, governou sobre Judá por apenas 8 anos, e devido à maldade do seu coração e a idolatria que propagou, Deus o vitimou de uma terrível doença. Jeorão foi então sucedido pelo seu filho Acazias, que aos 22 anos assumiu o trono e continuou a idolatria da casa de seu avô Acabe.
Seu governo foi breve e um ano depois, Acazias foi mortalmente ferido em uma perseguição e faleceu. Acazias foi mais um na longa lista dos membros da família de Acabe que foram eliminados por Jeú. Ao ser informada da morte de Acazias, sua mãe Atalia mandou destruir toda a descendência real de Judá para que ela pudesse usurpar o trono em Jerusalém, sem outros pretendentes a pleiteá-lo. Desta maneira a maldade de Acabe e Jezabel chegaram até Jerusalém, por intermédio desta filha, Atalia. Depois de 6 anos o sacerdote Jeoiada reuniu um grupo dos oficiais de Judá e lhes apresentou Joás, filho de Acazias, que tinha sido escondido na matança determinada por Atalia, e agora, com 7 anos de idade poderia ser ungido rei de Judá e assim libertar o Reino do Sul da tirania indesejada de Atalia. Em decorrência, Atalia foi morta e o trono de Davi voltou a ser ocupado por um seu descendente.
Joás iniciou o seu longo reinado de 40 anos sob o imperativo da renovação. Devidamente tutorado pelo sacerdote Jeoiada, Joás iniciou um restauração espiritual em Judá. Reafirmaram o pacto de serem o povo do Senhor; destruíram o templo de Baal e todas as suas imagens; mataram os profetas de Baal; e restauraram a observância das leis de Moisés quanto ao culto e ao templo. Joás também decretou que as ofertas instituídas por Moisés para o tabernáculo fossem trazidas de toda Judá para o templo de Jerusalém e assim o templo pudesse ser restaurado e reparado da destruição provocada por Atalia e os sacerdotes de Baal.
De Joás a Bíblia nos diz que ele fez o que era reto aos olhos do Senhor, enquanto o sacerdote Jeoiada viveu. (IICr.24.2). Jeoiada morreu com 130 anos e como reconhecimento do que fizera pelo país, foi sepultado junto com os reis. Com a morte do seu tutor e guia espiritual, Joás se voltou para o conselho dos outros príncipes de Judá, e começou a abandonar ao Senhor, e a idolatria foi retornando. Deus enviou suas advertências, mas elas foram desprezadas. O próprio filho de Jeoiada, Zacarias, tomado pelo espírito de Deus começou a pregar contra o povo. Mas o povo conspirou contra ele, e por ordem do próprio rei Joás, apedrejaram a Zacarias no átrio do templo. O juízo de Deus veio sobre Joás através do exército da Síria que assolou Jerusalém; impôs humilhante derrota ao exército de Judá; e feriu a Joás. Por fim, os servos do rei conspiraram contra ele e o mataram na sua cama. O desprezo do povo a este rei infiel foi manifestado no seu sepultamento, que não foi feito nos sepulcros dos reis.
O novo rei foi Amazias, filho de Joás, que reinou por 29 anos em Jerusalém. Foi um dos reis que “fez o que era reto aos olhos do Senhor, mas não o fez com coração perfeito”(IICr.25.2). Iniciou o seu governo vingando a morte de seu pai, pela eliminação dos conspiradores. Em seguida foi lutar contra Edom, e venceu, mas de lá trouxe ídolos que começou a adorar. Ao ser alertado por um profeta enviado por Deus dos seus erros, não o ouviu, antes ordenou que o profeta se calasse. Amazias tentou uma aliança com Israel, procurando o rei Jeoás, do reino do Norte. Jeoás, irado com Amazias por causa da ação militar contra Edom, foi lutar contra Judá e as forças militares de Judá foram desbaratadas. Amazias foi levado preso para Jerusalém e os tesouros da cidade foram saqueados. Amazias começou também a ser vítima de conspirações. Precisou fugir de Jerusalém, porém os seus conspiradores o alcançaram em Laquís e alí o mataram.
E assim chegamos ao nono rei de Judá, o último a considerarmos nesta lição. Era Uzias, que viria a reinar por 52 anos em Jerusalém. Com a morte de Amazias, o povo foi buscar o seu filho de 16 anos e o colocaram no trono. Com Uzias, vemos um novo período de prosperidade e fortalecimento de Judá, e isto ocorreu enquanto Uzias se esforçou em buscar ao Senhor. Os filisteus, os nossos já conhecidos inimigos de Israel, mais uma vez estavam se infiltrando em Judá, devidamente fortalecidos desde as pesadas derrotas que sofreram no tempo de Davi. Uzias guerreou contra eles e destruiu os muros fortificados que eles tinham construído. Uzias foi se impondo sobre outros vizinhos, passando a exigir tributos deles e a sua fama se espalhou rapidamente por toda a região. Uzias reforçou os muros de Jerusalém; edificou torres no deserto; cavou poços e incentivou a agricultura, da qual se dizia amigo. Uzias preparou e equipou um exército de alta qualidade. Uzias incentivou os ofícios e armas e engenhos de defesa foram inventados. “E voou a sua fama até muito longe; porque foi maravilhosamente ajudado, até que se tornou poderoso (IICr.26.15)
O poder transforma as pessoas. A capacidade de corrupção do poder é fato reconhecido, e apoiados no poder, muitos, (talvez todos ?) se julgam invencíveis e capazes de menosprezarem a todos e a tudo, e chegam à conclusão que nada pode detê-los. Assim foi com Uzias: “Mas quando ele havia se tornado poderoso, o seu coração se exaltou de modo que se corrompeu, e cometeu transgressões contra o Senhor, seu Deus, pois entrou no templo do Senhor para queimar incenso no altar do incenso.” (IICr.26.16)
Uzias se julgou tão forte e auto-suficiente que achou não precisar dos ofícios dos sacerdotes para queimar incenso ao Senhor. No entanto, o sacerdote Azarias e mais 80 de seus companheiros se opuseram às intenções do rei e duramente o repreenderam pela sua insensatez. Uzias se indignou e com os sacerdotes, mas imediatamente ele foi acometido de lepra, que apareceu na sua testa. Naqueles tempos, esta era uma doença considerada contagiosa e sujeita a isolamento. Assim, Uzias terminou seus dias separado do convívio do povo e seu filho Jotão reinou em seu lugar.
Para concluir o nosso estudo, duas curiosidades a respeito deste rei que acabamos de rever. Uzias é o seu nome, conforme o relato de II Crônicas. Em II Reis, ele é denominado de Azarias. A outra curiosidade: o nome do rei Uzias viria a ficar para sempre associado a um fato bíblico por demais conhecido, fato para o qual Uzias entrou apenas como referência cronológica. Lembremos da chamada daquele que ficaria conhecido como o príncipe dos profetas, Isaías: “No ano em que morreu o rei Uzias, eu vi o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono e as orlas do seu manto enchiam o templo.”(Is.6.1)
Uzias terminou os seu dias, mas os propósitos de Deus continuavam. E o Senhor estava chamando e preparando os que haveriam de atuar em seu nome nos novos tempos que se aproximavam.