P - Sabemos que uma de suas áreas de atuação hoje é o ministério dos Gideões Internacionais. Por que o escolheu? Como é o seu trabalho ali?
R - Quando, em meados de 1985, fui convidado para fazer parte do Campo Rio-Norte dos Gideões, tive alguns momentos de incertezas, antes de aceitar o honroso convite. Entretanto, verifiquei com satisfação que o convite era do meu agrado, pois se tratava de obra missionária causa esta de acordo com a vontade de Deus e pelos exemplos - de meu amigo e pai espiritual, Pr. David Gomes, agora de saudosa memória - de levar a palavra de Deus aos perdidos. Dediquei meus últimos 30 anos de vida ao trabalho gideônico, com o meu espírito fortalecido pela oportunidade, agora cancelada, de falar de JESUS a muitos alunos das escolas onde os Gideões distribuem os Novos Testamentos.
Infelizmente, nos dias atuais, os Gideões estão proibidos de ingressar nos estabelecimentos escolares da rede pública, contentando-se, a contragosto, em distribuir a preciosa Palavra de Deus do lado de fora dos portões. Somos bem recebidos em hospitais, órgãos do governo, inclusive, militares e penitenciárias. Por tudo isto, louvamos ao nosso Deus porque o trabalho continua em caráter mundial, já tendo sido distribuídos mais de 350 milhões de Novos Testamentos, somente no Brasil, e mais de dois bilhões em todo mundo.
P - A vida do Pr. David Gomes foi instrumento nas mãos de Deus para o levar a Jesus Cristo. Pode nos contar como foi?
R - Esta é uma pergunta que respondo com muita satisfação e saudades. Conheci o Pr. David Gomes e irmã D. Haydée no ano de 1948, quando ele pastoreava a Igreja da Tijuca, situada na Rua Barão de Itaipú, RJ/RJ, sucedendo ao Pr. Dr. Crabtree. Foi o meu primeiro contato com crentes. Não gostei da visita, católico praticante que era; mas realmente simpatizei com o casal que foi muito amistoso. Entretanto, creio que o Pr. David desde aquele encontro, colocara em seu coração o objetivo de me evangelizar. Sua obstinação em meu favor durou muitos anos.
Em muitas oportunidades, ouvi suas pregações e os apelos que fazia, mas, conservava-me firme em minhas absurdas convicções. O final da história, pode ser contado por você, querida irmã entrevistadora, que ainda criança participou da noite memorável no lar dos Gomes, quando aceitei a salvação em Cristo Jesus.
P - Com a sua experiência de vida útil ao Senhor Deus, pode nos dizer qual o lugar da Escola Bíblica do Ar nos dias de Hoje? No seu entendimento, há, ainda, espaço para programas de rádio? Eles são necessários para anunciar Jesus como Salvador? Por que acha assim?
R - Creio que o trabalho da EBAR utilizando a técnica atual para divulgar pelos ares a Palavra de Deus é, e será sempre uma forma imbatível de evangelismo, cujo resultado soma milhares de vidas transformadas.
P - Quais os desafios que o irmão gostaria de ver a EBAR alcançar?
R - Os desafios continuam. Os voluntários para o trabalho, firmes em sua fé. Deus continua abençoando a obra, mesmo com o afastamento de alguns mantenedores, prosseguindo no seu caminho em direção ao alvo estabelecido de ganhar as almas para o Senhor Jesus.
Há muitos anos atrás, fui convidado pelo Pr. David para conhecer o equipamento com o qual irradiava os programas da EBAR. Tratava-se de ambiente bastante precário, mas era contagiante a satisfação do Pr. David em proclamar a Palavra de Deus – hoje constatamos os frutos da fé e determinação desse homem de Deus.
Com a tecnologia atual, a divulgação radiofônica ainda tem o seu espaço, pelos rincões do Brasil e mundo afora através de muitíssimos ouvintes de radinhos de pilha. A EBAR deve persistir na utilização do rádio em seu trabalho.
DEUS SEJA LOUVADO. Abraços Paulo Barros 11/05/2016