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A ORAÇÃO NO NOVO TESTAMENTO: OS ENSINOS DE CRISTO

Mateus 6.5-15 Jo 17.20-26

Nenhum estudo sério sobre a oração pode dispensar os ensinamentos de Jesus registrados na Oração do Pai Nosso ou oração-modelo ou oração dominical. Ela está em Mt 6.5.-15 e Lc 11.1-4. Em Lc 11.1 foi o exemplo de Jesus orando que motivou um discípulo a pedir que lhes ensinasse a orar, pois o profeta João Batista já havia ensinado aos discípulos dele a orar.

Antes de ensinar aos seus discípulos o modelo de oração, Jesus teceu alguns comentários muito importantes. O primeiro focaliza a oração do hipócrita. Mt 6.5. A oração do autoconfiante que ora de si e para si mesmo. Lc 18.9. Na realidade deixa de ser uma oração, pois não atende a duas das condições fundamentais para a eficácia da oração. A primeira escrevemos no estudo 5 e aqui transcrevemos: “As nossas orações têm de ser dirigidas para Deus em nome de Jesus”. Vemos isto em Jo 14.13; 15.16; At 3.6; 3.16; 16.18; Ef 5.20. A segunda: É necessário que a oração seja produzida por um coração sincero, puro. Não há a menor chance de se enganar a Deus que é onisciente. “Buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardes com todo o vosso coração”. Jr 29.13.

O ensino de Jesus em Mt 6.6 para que nos fechemos em nosso quarto para orar é a alternativa recomendada, contrária a do hipócrita que procura se exibir. É recomendação para a oração pessoal e pública. Não devemos orar preocupados em impressionar os espectadores e muito menos a Deus que é onisciente e sonda o nosso coração. Sl 139.

Em Mt 6.7-8 Jesus recomenda evitarmos as desnecessárias repetições porque o Senhor conhece nossas necessidades antes de lhe pedirmos. Sendo assim, podemos ser levados a pensar que não seja necessário orarmos. Lembremos que a oração não é apenas uma coletânea de pedidos, mas é uma atitude de fé e humildade ao Senhor. Por isso “Humilhai-vos, pois, debaixo da potente mão de Deus, para que a seu tempo vos exalte” em 1Pe 5.6 e “Ora, sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam.”. Hb 11.6. Como então conciliar a recomendação do “Orai sem cessar” em 1Ts 5.17 com evitar as vãs repetições em Mt.6.7? Ou com “E contou-lhes também uma parábola sobre o dever de orar sempre, e nunca desfalecer”. Lc 18.1. A insistência ou a importunação são atitudes daqueles que são persistentes e realmente desejam atingir um objetivo. É o ser firme e constante sempre abundante na obra do Senhor sabendo que o seu serviço não é vão no Senhor 1 Co 15.58.

Cremos que orar também é uma atitude de procurarmos estar sempre em comunhão com o Senhor. Orar não é só falar com Deus das nossas necessidades, mas também é ouvi-Lo. É essa atitude contínua de oração que nos protege contra o nosso adversário, que vive bramando como o leão, ao nosso redor, procurando nos tragar. 1Pe 5.8..

Podemos dividir a oração do Pai Nosso em duas partes sendo a primeira a da invocação, Mt 6.9-13, e a segunda a dos pedidos, Mt 6,14-15. Percebemos que este modelo de oração segue o ensino de se buscar primeiro o reino de Deus, Mt 6.33. Na invocação, seguindo o exemplo e o ensino de Jesus, todas as nossas orações devem ser dirigidas ao Deus Pai a quem reconhecemos como uma pessoa e não como uma energia. Nesta parte, Mt 6.9-10 Encontramos o chamamento a Deus como nosso Pai o Criador todo poderoso, amoroso, digno e santo. Somos filhos de Deus por adoção mediante Jesus Cristo. Jo 1.12 e Gl 4.7. Em Mt 6.9-10. Temos: ”Santificado seja o teu nome; venha o teu reino; faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu”. Esse deve ser o nosso desejo, que Deus seja adorado, louvado e obedecido por todas as criaturas na terra. Que o domínio e governo de Deus sejam estabelecidos.

Na segunda parte temos três pedidos pessoais. O primeiro expõe nossa preocupação com o sustento diário incluindo todas as necessidades materiais para o nosso bem estar. Não contempla o consumismo nem o desperdício. O segundo é o pedido de perdão por nossos pecados que para ser eficaz depende de perdoarmos ao nosso próximo. O amar a Deus e obter o seu perdão depende de amarmos o nosso próximo perdoá-lo. O terceiro e último pedido pessoal da oração do Pai Nosso é para que o Senhor não nos deixe cair em tentação, mas para nos livrar do mal. Em Mc 14.38 Jesus recomendou “Vigiai e orai para que não entreis em tentação”. Pedro nos advertiu “Vigiai e orai. Satanás anda em derredor buscando quem possa tragar”. 1Pe 5.8. Na conclusão dessa oração está a exaltação ao Senhor Deus por suas divinas características. “Teu é o reino, poder e glória”.

“Portanto, orareis assim”. Mt 6.9. A repetição da oração do Pai Nosso mecanicamente contraria a recomendação de usar a vã repetição. A oração deve ser a expressão do coração sincero que se derrama com confiança no Deus todo poderoso e glorioso buscando ouvir e cumprir Sua vontade.

A presença e atuação do Espírito Santo ocorrem na oração. Ele nos assiste em nossa fraqueza, porque não sabemos orar como convém. Ele intercede por nós com gemidos inexprimíveis. Se erramos na oração, O Espírito Santo conserta. É também na oração que Ele nos mostra o pecado, a justiça e o juízo e nos conduz à verdade. Jo 16.7-13. A oração da pessoa que se arrepende dos pecados; crê, aceita e confessa Jesus Cristo como seu único Salvador é fundamental.

Se na nossa vida de crentes ainda não nos empenhamos na oração precisamos avaliar seriamente o que está acontecendo conosco porque estamos correndo o sério risco de sermos tragados por satanás.

Que Deus tenha misericórdia de nós, em nome de Jesus, amém.

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