Jesus nasceu na estrebaria.
Eu não creio que Deus julgasse ser esta a melhor coisa do ponto de vista de Maria e de José, mas era da maior importância no sentido de identificar o pensamento de Deus com a nossa carência.
A necessidade humana está presente e é sentida no fato de que Deus se fez carne e habitou entre nós, mas ao aparecer em figura humana e nosso meio, Ele o fez numa manjedoura, cercado dos animais por Ele mesmo criados.
Com oito dias, no momento em que Jesus era apresentado no templo, Simeão, o grande servo, declarou a Maria, sua mãe:
“E uma espada traspassará também a tua própria alma” (Lc 2.35).
Ele estava dizendo: Este menino vai morrer na cruz do Calvário. O Calvário, plano de Deus, derramamento do sangue de Cristo para a nossa salvação, esta verdadeira “ponte de amor” procurando ligar os homens ao Pai Celestial, estava já presente na manjedoura.
Depois Jesus cresceu e foi trabalhar na carpintaria ao lado de José, seu pai.
Como gosto de observar uma tela de Rembrandt que eu trouxe em miniatura do Louvre de Paris. Jesus segurando a vela para José entalhar a madeira!... Mas o artista colocou no semblante de Jesus tanta luz, tanta luminosidade, que o que está realmente iluminando o ambiente da carpintaria é a face de Jesus e não a vela que Ele segura nas mãos. Talvez por isso o grande pintor holandês seja considerado gênio que reflete o mais belo e o mais profundo eco da alma humana.
O profeta Zacarias também deixou-nos coisa mito interessante a respeito de Jesus: “Alegra-te muito, ó filha de Sião; exulta, ó filha de Jerusalém; eis que o teu rei virá a ti, justo e Salvador, pobre, e montado sobre um jumento, sobre um asninho, filho de jumenta” (Zc 9.9).
Zacarias estava deixando para nós um exemplo maravilhoso, dizendo: O rei vem ai, mas entrar na cidade do Seu reinado, Jerusalém, montado num jumento. Imaginemos o presidente da nossa República entrando aqui no Rio num calhambeque! Para nós é uma coisa absurda, mas o mais maravilhoso é que isto cumpriu-se plenamente na pessoa de nosso Senhor Jesus Cristo.
Eu gosto muito das narrativas da entrada triunfal, mas de modo especial desta que nos vem no capítulo 12 de João:
“... ouvindo uma grande multidão, que viera à festa, que Jesus vinha a Jerusalém, tomaram ramos de palmeiras, e saíram-lhe ao encontro, e clamavam: Hosana; Bendito o rei de Israel que vem em nome do Senhor. E achou Jesus em um jumentinho, e assentou-se sobre ele, como está escrito: Não temas, ó filha de Sião; eis que o teu Rei vem assentado sobre o filho de uma jumenta” (Jo 12.12-15).
Aquela multidão toda, diz Mateus muitíssima gente, estendendo seus vestidos pelo caminho, folhas, palmas, abrindo alas para passar o Rei, e Jesus vem simples, calmo, encontra o jumento e sobe nele, assenta-se e vai alegremente entrando e glorificando a Deus. Esta simplicidade de Jesus, o Rei Salvador montado num jumentinho, com este traje de humildade. Natal é Deus feito homem, morando entre os homens, em sua humildade.
“E entrando ele em Jerusalém, toda a cidade se alvoroçou, dizendo: Quem é este? E a multidão dizia: Este é Jesus, o Profeta de Nazaré da Galileia” (Mt 21.10-11).
Nós estamos muito ligados em relação ao Natal ao que é secundário, esquecendo-nos do que é principal. Colocamos ênfase na veste, no pinheirinho, no Papai Noel, e não nos lembramos de que a grandeza do Natal é Jesus!
Anos atrás, escrevi um artigo intitulado “Natal sem castanhas”. Foi uma época quando o governo não ia importar este produto para a grande festa e por isso houve grande vozeiro, como se de castanha vivêssemos nós.
Na Primeira Epístola de Paulo a Timóteo 6.6-9 lemos:
“Grande é o ganho da piedade com contentamento. Porque nada trouxemos para este mundo, e manifesto é que nada podemos levar dele. Tendo, porém, sustento e com o que nos cobrirmos, estejamos com isso, contentes. Mas os que querem ser ricos caem em tentação e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruina”. (1Tm 6.6-9).
Qual é a sua festa para Jesus neste Natal? Este, o verdadeiro objetivo desta breve mensagem.
David Gomes Em: Natal, o Maior Presente Editora Ebar – adquira o seu exemplar