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MENSAGEM IV – POR QUE EXISTEM OS DEMÔNIOS?

SÉRIE DE MENSAGENS PERGUNTAS DIFÍCEIS DA BÍBLIA Olá. Meu nome é Valtair Miranda, e estou de volta com você numa série de mensagens em torno de PERGUNTAS DIFÍCEIS DA BÍBLIA. A pergunta de hoje é: PORQUE EXISTEM OS DEMÔNIOS? A demonologia do Novo Testamento é uma resposta para um indivíduo que se achava vivendo entre duas eras, uma Satânica e uma porvir, a Messiânica. Neste contexto, a Escritura procura resgatar a fé na soberania de Deus. A Bíblia não vê o mundo como essencialmente mau (a criação ou a humanidade em si). Mas, por causa da queda, suas estruturas podem servir para oprimir e afastar as pessoas de Deus. Todo fenômeno de conversão é descrito, então, como libertação. As pessoas são libertadas do mundo, do pecado e dos seres celestiais. Estes seres são definidos, de uma forma geral, como anjos ou demônios. Os primeiros, geralmente, aparecem como agentes de Deus em contextos tipicamente eclesiásticos ou escatológicos. Os outros, seres celestiais malignos, são descritos normalmente como opressores dos não-regenerados, apesar de alguns contextos os apresentarem como origem de adversidades cristãs. O indivíduo não precisa, então, temer os seres celestiais, ou qualquer fenômeno desta realidade. Não se precisa viver em razão da guerra celestial, conceito explicitamente ausente da Escritura. A guerra cotidiana dos cristãos não é contra os seres celestiais, mas diante deles. Os textos, em nenhum momento, incitam os cristãos a lutar contra anjos ou demônios. Em vez disso, devem vigiar e ficar firmes diante deles. Mesmo o Apocalipse, numa linguagem explícita de conflito, o apresenta diretamente entre Satã e a Humanidade. Não há dois reinos em guerra. Deus é o Senhor de todas as coisas. Paulo não imagina Jesus lutando contra Satã. Sua missão é salvar as pessoas, libertá-las do pecado. A relação aparece por causa da ligação que há entre pecado e Satã, este tentador. Sendo assim, a Satã se resiste, como se resiste ao pecado. De Satã se foge, como se foge do pecado. São estes pecados, com seus efeitos, que se transformam no poder que domina e prende o ser humano, do qual precisa ser libertado por Deus através de Cristo, já que não o conseguiria sozinho. As referências a Satanás, de uma forma geral, são indicações de impedimentos concretos ao crescimento da obra de Deus (os inimigos da evangelização e as doenças, por exemplo). Entretanto, mesmo esses impedimentos refletem, no final, os planos de Deus. Como Paulo mesmo o declara: todas as coisas acabam contribuindo para o bem dos que são chamados por Deus. Anjos, demônios, principados, espíritos maus ou bons, são criaturas de Deus, e, como toda criação, existem para a glória de Deus, e de seu ungido, Jesus Cristo. Há sofrimento para os seres humanos, mas a resposta da Escritura para isso é a provisoriedade desta realidade. Na volta de Cristo todo o sofrimento dos cristãos cessará. De qualquer forma, o sofrimento é necessário como juízo antecipado de Deus pela rebeldia humana (Romanos 1-3), e como fator poimênico dos filhos de Deus (a experiência do espinho na carne de Paulo e do adúltero de Coríntio o confirma). Neste caso, então, entende-se os seres celestiais, de qualquer natureza, como debaixo do controle de Deus. Não brigam contra Deus, pois são suas criaturas. Independente da postura como se lê a demonologia da Bíblia, o resultado deve ser fé. Perde-se o medo das criaturas, para se confiar mais no Criador. Procura-se estudar os seres celestiais, mas o que se consegue é uma descrição do poder e da soberania de Deus. Entretanto, é somente desta forma que têm sentido os anjos e demônios.

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