TEXTO: Mateus 5 a 7
É com gratidão a Deus pela oportunidade que nos concede do estudo de sua Palavra que estamos de volta para mais uma lição sobre o Evangelho do Reino, relatado por Mateus.
Na lição anterior, estudamos sobre o período preparatório que antecedeu o ministério de Jesus, o qual abrangeu todo o ministério de João Batista, incluindo-se o batismo de Jesus e a tentação por Ele enfrentada.
Agora, estamos nos ocupando do início do ministério do Senhor Jesus e, em especial, com os seus ensinamentos contidos no Sermão do Monte, razão pela a nossa lição se intitula Diretrizes para o Viver Cristão.
Tendo triunfado sobre as tentações do diabo, Jesus deu início ao seu ministério público.
João Batista estava preso e Jesus voltou para a Galiléia, indo habitar em Cafarnaum, uma importante cidade naquela época, centro do governo romano na Galiléia.
Ali Jesus começou a pregar e a dizer: “arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus” (Mateus 4:14), dando continuidade à mensagem de João Batista.
Foi ali também que aconteceu a chamada dos primeiros discípulos. Jesus andava junto ao mar da Galiléia, quando “viu a dois irmãos, Simão, chamado Pedro, e André, os quais lançavam as redes ao mar, porque eram pescadores” (Mateus 4:18).
Jesus chamou a esses dois irmãos para segui-Lo, chamada esta que veio acompanhada de uma promessa: “...e eu vos farei pescadores de homens” (Mateus 4:19).
Tendo sido esta a primeira chamada feita pelo Evangelho de Jesus, e vindo acompanhada de tal promessa, podemos então considerar que há uma mensagem nela contida a nos dizer que a principal tarefa do cristão no mundo é ganhar outros para Cristo. A tarefa evangelística.
Simão Pedro e André logo deixaram as redes e passaram a seguir a Jesus (Mateus 4:20).
Mais adiante, Jesus viu outros dois irmãos, Tiago, filho de Zebedeu, e João consertando as redes num barco, junto com o pai, e chamou-os também. Eles imediatamente deixaram o barco e o pai, e seguiram-no (Mateus 4:21 e 22). Outros foram sendo chamados e Jesus foi formando o seu grupo de discípulos.
E assim, Jesus passou a desenvolver o seu ministério, percorrendo toda a Galiléia, movido por seu grande amor pelas almas perdidas. Um ministério formado por três componentes principais: ensino, pregação e curas.
Jesus ensinava nas sinagogas, onde a congregação dos judeus se reunia para oração, louvor e instrução; pregava o Evangelho do reino, levando as boas novas de salvação que a chegada do reino dos céus vinha a oferecer; curava as enfermidades, físicas e espirituais, demonstrando o poder de Deus e a sua compaixão pelo homem sofrido.
Com isso, grande multidão vinha ao seu encontro para ouvir os seus ensinamentos ser por ele curada.
Foi numa circunstância assim que Jesus subiu a um monte, acompanhado de seus discípulos, onde proferiu o mais longo de seus discursos, o que ocupa os capítulos 5, 6 e 7 do livro de Mateus, conhecido como o Sermão do Monte.
Nele Jesus apresenta profundos ensinamentos a respeito da vida no reino de Deus. O sermão não é apresentado aos que estão de fora como condição para a entrada no reino, inclusive porque o homem sem Cristo e sem o poder capacitador do Espírito Santo não seria capaz, por si mesmo, de viver os ensinamentos ali contidos, como por exemplo, o de ‘exceder a justiça dos escribas e dos fariseus’, o de ‘ser sal da terra’. Além disso, o discurso está claramente endereçado aos discípulos de Jesus, como lemos em Mateus 5:1 e 2: “E Jesus, vendo a multidão, subiu a um monte, e, assentando-se, aproximaram-se dele os seus discípulos; e, abrindo a sua boca, os ensinava dizendo...”
O Sermão do Monte é, portanto, uma descrição do caráter daqueles que já entraram no reino de Deus, pela fé e aceitação de Jesus, e da conduta ética que devem adotar. É a exposição da qualidade essencial da vida no reino de Deus: a vida cristã.
O Sermão do Monte é para os discípulos de Jesus, portanto.
Um sermão longo, de larga abrangência e profundas dimensões.
Tem o seu início com as bem-aventuranças, em que Jesus apresenta as características que devem ser encontradas naqueles que pertencem ao reino. A palavra ‘bem-aventurado’, que significa ‘feliz’, pode ser compreendida em sentido mais específico, assumindo o significado de ‘bem sucedido na vida espiritual’ aquele que tal característica possui e por ela vive. Sendo assim, as bem-aventuranças podem ser consideradas como um sinal do progresso espiritual de uma pessoa no reino de Deus.
Jesus prosseguiu o seu discurso, abordando o testemunho cristão, atribuindo ao discípulo o dever de ser ‘sal da terra’ e ‘luz do mundo’, o que significa conservar-se da corrupção e contribuir para que a vida ao seu redor seja livre dela, já que o sal tem efeito conservador sobre aquilo em que é posto, e refletir a luz de Cristo que iluminou o seu coração.
Outros temas, como a relação entre o Evangelho e a lei; instruções práticas para a vida no reino, que abrangem a distribuição de esmola, a oração, o jejum, o viver sem ansiedade como evidência de genuína confiança no cuidado e na provisão do Pai celestial, razão pela qual somos convidados a buscar em primeiro lugar o reino de Deus e a sua justiça, crendo que as demais coisas nos serão acrescentadas (Mateus 6:33); o relacionamento com o próximo; os desafios da vida no reino, representados simbolicamente pela porta estreita, pela árvore e seus frutos; e outros aspectos mais, não mencionados face à brevidade do tempo que dispomos, fazem parte deste admirável sermão, proferido pelo Senhor Jesus, que o concluiu com a parábola dos construtores, pela qual nos apresenta os dois fundamentos para a vida do homem.
Por ela, o nosso Salvador e Mestre nos adverte quanto à imprescindível condição de nos tornarmos praticantes de seus ensinamentos para que tenhamos êxito na vida espiritual, sob pena de virmos a sermos encontrados com a vida cristã em destroços, se nos tornarmos simplesmente ouvintes.
O reino de Deus é para aqueles que ouvem e, ao ouvirem, praticam. Praticam as diretrizes de Jesus.
Tão extraordinário é o Sermão do Monte proferido por Jesus que a multidão que ali esteve a ouvi-Lo admirou-se. Admirou-se da sua doutrina porque, relata-nos Mateus, “os ensinava como tendo autoridade e não como os escribas”(Mateus 7:29).
Sejamos pois ouvintes, porém ouvintes e praticantes dos ensinamentos de Jesus, enquanto caminhamos levando nos lábios o hino que reafirma esta disposição e certeza do nosso coração:
“Que alicerce tendes pra construir Uma casa firme pra resistir Grande tempestade que há de chegar E a instável casa há de derrubar?
Nossa morada na Rocha está; Firme e segura ela ficará; Quando o temporal contra ela der Há de resistir todo o seu poder.
(Priscilla Jane Owens) Hino 367 do cantor Cristão
E que para tanto o Senhor nos abençoe e ajude. Amém!