O Anúncio do Princípio do Fim. A lição de hoje recebe este título porque abrange capítulos do evangelho de Mateus que relatam o momento do ministério de Jesus em que o Rei começa a fazer predições sobre a sua morte e ressurreição, enquanto prossegue com seus ensinos, pregações e curas.
O capítulo 16 se inicia com a narrativa de uma controvérsia ocorrida com os fariseus e saduceus, em razão de um pedido feito por eles, a partir da qual o Senhor Jesus fez uma séria advertência aos seus discípulos. O texto é conhecido como O Fermento dos Fariseus.
Um pedido feito pela segunda vez porque, no capítulo 12, fariseus e saduceus já haviam pedido a Jesus um sinal do céu, com o intuito de o tentarem.
Pela segunda vez, Jesus apresenta a mesma resposta: “Uma geração má e adúltera pede um sinal e nenhum sinal lhe será dado, senão o sinal do profeta Jonas” (Mateus 16:4).
Expressões simbólicas utilizadas por Jesus em que ‘geração adúltera’ tem o sentido espiritual de infidelidade a Deus e ‘o sinal do profeta Jonas’ significa a ressurreição de Cristo, esclarecido pelo próprio Senhor Jesus no capítulo 12. Uma menção que começa a chamar a atenção para o final do seu ministério.
Um pouco adiante, estando a sós com os discípulos, o Senhor fez uma advertência: “Acautelai-vos do fermento dos fariseus e dos saduceus” (v.6). Um aviso que na narrativa de Marcos inclui os herodianos (Marcos 8:15), referindo-se a três princípios doutrinários maléficos, segundo estudiosos do texto: o formalismo, dos fariseus; o racionalismo, dos saduceus; o secularismo, dos herodianos. Seitas que hoje não existem mais, como tal, mas cujos princípios invadem muitas vezes as igrejas, sobretudo quando a advertência de Jesus é esquecida. “Acautelai-vos da doutrina dos fariseus e saduceus”, nos adverte o Mestre.
O segundo episódio a ser estudado hoje diz respeito a um dos textos mais utilizados por aqueles que estudam e pregam a Palavra de Deus: a confissão de Pedro.
Uma confissão que veio a ser feita como resposta a uma pergunta de Jesus quanto ao que a opinião pública dizia a seu respeito: “Quem dizem os homens ser o Filho do homem?” (Mateus 16:13).
Três nomes foram apresentados: João Batista, Elias e Jeremias. Ou um dos profetas.
A resposta revela que a opinião pública identificava Jesus com os heróis nacionais do passado. João Batista era muito estimado pelo povo como profeta, como lemos em Mateus 21:26; a vinda de Elias foi profetizada por Malaquias (4:5); o nome de Jeremias era considerado pelos judeus como o profeta prometido em Deuteronômio 18:15.
Jesus voltou a fazer a pergunta, sendo que agora dirigida aos discípulos, àqueles que andavam com Ele e mais de perto o conheciam: “E vós, quem dizeis que eu sou?” (Mateus 16:15).
Pedro respondeu: “Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo” (Mateus 16:16).
O Cristo, compreendeu Pedro.
Uma compreensão a cerca da divindade de Jesus que não procedeu de si mesmo, nem de sua percepção mais aguçada, mas da revelação do Espírito do Pai. Foi o próprio Senhor Jesus quem afirmou: “Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque não to revelou a carne e o sangue, mas meu Pai que está nos céus” (Mateus 16:17).
A revelação ficou restrita aos discípulos porque Jesus recomendou-lhes que não dissessem a ninguém que Ele era o Cristo.
E logo a seguir, o Senhor passou a falar com eles sobre a sua morte e ressurreição no terceiro dia, dizendo-lhes que convinha que assim acontecesse.
Mais uma vez Pedro se manifestou, porém agora de uma forma tão diferente da anterior. Ele que instantes antes recebera a extraordinária e privilegiada revelação de que Jesus era o Cristo, mostrou-se vulnerável à influência de Satanás e, em nome do apreço que de fato sentia pelo Mestre, argumentou no sentido de impedir que Jesus padecesse e chegasse à cruz.
Uma estratégia maligna, logo identificada por Jesus e repreendida de imediato: “Para trás de mim Satanás, que me serves de escândalo...” (Mateus 16:23).
Satanás tentou de muitas maneiras impedir que o plano de salvação que Deus traçou para o homem se realizasse, sempre procurando afastar Jesus do caminho da cruz. Ele sabia que a cruz de Cristo seria a cruz da redenção do homem.
Hoje, a sua estratégia é a de afastar os homens do encontro pessoal com Cristo, que na cruz pagou o preço dos pecados de toda a humanidade.
Para isso, o inimigo de nossas almas lança mão de suas mentiras e apresenta ao homem várias outras formas alternativas, muitas delas em nome de aparente piedade, bondade e boas intenções, porém todas elas enganosas e falaciosas. Ele conhece as Escrituras Sagradas e sabe que “...em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos” (Atos 4:12).
O nome de Jesus; este “nome que é sobre todo o nome” (Filipenses 2:9).
Se o querido ouvinte ainda não teve o seu encontro pessoal com Jesus, que seja hoje o dia da salvação em sua vida, pela fé em Cristo que, em nosso lugar, suportou a cruz.
E, para concluir o estudo de hoje, vamos nos deter um pouco no capítulo 17 de Mateus, sobre o relato da transfiguração experimentada por Jesus.
A experiência foi registrada também por Marcos e Lucas e mencionada em II Pedro 1:17, porém apenas Mateus usa a expressão “...e o seu rosto resplandeceu como o sol” (Mateus 17:2).
Encontramos na transfiguração de Jesus alguns pontos que devemos ressaltar: -A experiência aconteceu num alto monte. Provavelmente, no monte Hermon, que se eleva a uma altura de cerca de 3.000 metros acima do nível do mar.
• -Ali, Jesus passou uma transformação, e não por uma simples mutação de aspecto. O seu rosto resplandeceu e as suas vestes brilharam com resplendor celestial, tornando-se “brancos como a luz” (V.2).
• -Uma nuvem luminosa cobriu os envolvidos na experiência, indicando a presença divina.
• -Da nuvem ouviu-se a voz do Pai que dizia: “Este é o meu amado Filho, em quem me comprazo: escutai-o” (v.5), glorificando assim a Jesus.
• -O fato ocorreu diante de três dos discípulos (Pedro, Tiago e João) e contou com a presença de Moisés e Elias. Um a solene e maravilhosa reunião de sete pessoas: Deus, o Pai Eterno, através de sua voz; o Filho amado e Redentor nosso, experimentando a transfiguração; Moisés, representante da lei e Elias, representante dos profetas, ambos do Antigo Testamento a testificarem que Jesus era o Messias e que nele se cumpria o que fora dito pelos antigos; os três discípulos, representando os seguidores de Jesus de todos os tempos, o que significa a Igreja que Jesus veio formar.
• -A transfiguração guarda uma semelhança com o batismo de Jesus, em que sua glória foi revelada não apenas pelos seus feitos, mas pela voz do Pai que nas duas ocasiões glorificou o Filho: “Este é o meu Filho amado em quem me comprazo.”
• -Os discípulos puderam presenciar a manifestação da glória de Jesus como Filho de Deus.
Assim, a transfiguração representa um ponto importante na revelação do reino de Deus e de Jesus como o Cristo, o Messias prometido.
Mas a transfiguração aponta também para o futuro e para o grande acontecimento da cruz e da ressurreição de Jesus como o único meio de redenção do homem, como se vê na recomendação de Jesus aos discípulos: “A ninguém conteis a visão, até que o Filho do homem seja ressuscitado dos mortos” (v.9).
Um acontecimento que anuncia o princípio do fim. Porém um fim de vitória e triunfo.
A cada um de nós cabe guardar e observar o que foi dito pelo Pai: “Este é o meu Filho amado em quem me comprazo: escutai-o” (Mateus 17:5).
Escutai-o!
Estejamos, pois, a escutar Jesus falando ao nosso coração, enquanto prosseguimos cantando:
A terna voz do Salvador A todos nos convida, Chamando-nos por seu amor, Querendo dar-nos vida.
Quer no presente ou no porvir, Nunca na terra ou céu de luz Mais doce nota se há de ouvir Que o nome de Jesus.
(Anônimo) Hino 225 do cantor Cristão