O Salmo 122.1 diz assim: “Alegrei-me quando me disseram: Vamos à Casa do Senhor”. O autor tinha em vista a festa que se fazia quando as famílias rumavam a Jerusalém em busca do Templo do Senhor. Eles iam cantando, alegres, satisfeitos, sorvendo da viagem a cada passo. Ao chegarem a Jerusalém aproveitavam tudo o que havia disponível: a comida, a festa, a visitação aos lugares sagrados, o convívio com os familiares e amigos, as últimas notícias do império, tudo.
Então faziam os seus sacrifícios junto dos sacerdotes, que liam as Escrituras Sagradas e rememoravam a vontade de Deus para as suas vidas. Depois de tudo realizado eles voltavam para as suas aldeias, repletos de alegria e felicidade. Foi numa destas viagens que o Senhor Jesus Cristo, então com 12 anos de idade, não retornou com os pais, mas ficou no templo a discutir sobre a Lei de Deus com os doutores. Três dias depois os pais vieram encontrá-lo. Pensaram que Jesus estava com o grupo que seguiu junto para a viagem. Ir à Casa do Senhor era um evento de família!
A vida cristã também concede ao crente a doce oportunidade de fazer da igreja um maravilhoso convite à felicidade. Que prazer sentimos ao nos prepararmos pela manhã do domingo para ir à igreja! As crianças acordam cedo, são vestidas adequadamente, tomam os seus lanches e preparam-se para ir. Nós, os pais, verificamos se tudo está em ordem, as malas com as fraldas dos pequenos, roupas para troca, algum lanchinho caso haja necessidade etc. Também nos munimos de nossas bíblias e hinários, além da revista da escola bíblica dominical. Então saímos de casa alegremente, rumando à igreja.
Alguns vão a pé, pois ou não têm condução ou moram relativamente próximos. Outros vão de ônibus, de trem, de automóvel, de animal ou de barco. Quando chegam à igreja são acolhidos pelos que já chegaram. Uma festa! Os jovens se reveem, as mulheres colocam suas conversas em ordem, os homens falam sobre as questões do dia a dia, enfim, todos vão entrando.
Na Casa do Senhor eles adentram, uns ajoelham-se para orar, outros acomodam as crianças. O culto começa. Ah, a doce harmonia dos céus! Hinos inesquecíveis que enriquecem a alma e edificam a fé. Os momentos de oração, quando todos se lembram de todos e a Deus fazem as suas petições. Então o ministro da igreja lê a Bíblia e traz a poderosa mensagem bíblica. Quanta sabedoria e quanto preparo, iluminado pelo poder do Espírito Santo! Sua palavra vem de encontro às necessidades da congregação reunida.
Terminado o culto todos vão às suas classes da escola bíblica dominical, onde aprendem uma preciosa lição da Palavra de Deus. Os jovens estudam sobre os heróis da fé, as mulheres sobre a bênção do lar cristão, os homens sobre a responsabilidade para com a obra do Senhor, os novos crentes aprendem as lições bíblicas iniciais da caminhada na fé. Encerram-se as classes, faz-se o encerramento geral e então algumas igrejas dispensam os seus fiéis, aguardando-os para o culto noturno. Outras juntam as panelas que cada um trouxe ou servem lá mesmo uma gostosa e simples refeição, dando ao povo a oportunidade de maior convívio e de grande comunhão.
À noite novos cultos se realizam, desta vez com ênfase em apresentar Jesus Cristo como Senhor e Salvador aos visitantes que forem trazidos. O coral canta, os músicos louvam, a pregação edifica. Ao final do domingo todos voltam para casa repletos de felicidade, cheios de notícias e de fatos a partilhar. Após o banho e refeições, todos vão à cama felizes e gratos porque foram à Casa do Senhor.
É claro que a cena que descrevi acima é a ideal, talvez muito real na mente dos cristãos que viveram nos anos setenta a oitenta. Hoje as igrejas mudaram muito e oferecem comida industrializada para o povo: pregações por internet, música enlatada do exterior, pouca comunhão, pouco contato, apenas um "entra, fica e sai", sem que haja muita interação entre os fiéis. É muito triste o tempo em que estamos vivendo. Grandes igrejas tornando-se maiores ainda, e as pequeninas dos bairros a enfraquecerem-se por falta dos crentes de sua própria região.
Mas a verdade perene é que estar na igreja é algo que traz saúde para a família. Ali se aprende a Palavra de Deus, também se serve a Deus com os múltiplos dons que o Senhor concede aos Seus. Na igreja há a oportunidade de crescer na fé e aprender a conviver com pessoas diferentes. Filhos que vão à igreja com seus pais são muito mais felizes e têm fé duradoura, ao passo que aqueles que vão obrigados, pois os pais não os acompanham, tendem a deixarem de ir quando se tornarem adultos.
E a igreja é o local onde nós vivenciamos em grupo a fé. Jesus Cristo disse: Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros. (Jo 13:35). Os discípulos do Senhor devem estar juntos a prestar culto a Deus em amor. E para aqueles que tencionam desistir de congregarem o alerta bíblico é real: Não deixando a nossa congregação, como é costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais, quanto vedes que se vai aproximando aquele dia. (Hb 10:25).
Prezado leitor: a igreja deve fazer parte de nossa vida em família. Procure uma que siga de fato a Palavra de Deus e vá oferecer ao Senhor o seu melhor, mostrando aos filhos o quanto é bom estar na Casa do Senhor! Que Deus nos abençoe. Amém.