A parábola do filho pródigo vem junto com a ovelha e a moeda perdidas. Tem também a presença de um irmão mais velho. São, sim, dois filhos.
O mais moço. Em uma decisão irresponsável, o caçula pede ao pai a sua herança. Alguns dias depois, arruma as coisas e se muda para uma terra distante. Tudo é novidade, adrenalina e prazer. Por um tempo ele se diverte, contando o que estava perdendo durante tantos anos.
Só que se aproxima uma crise, marcada pelo desemprego e pela fome. Sem dinheiro, mas determinado, o moço tenta sobreviver de qualquer jeito. Resiste o quanto pode, mas cai em si e decide voltar para a casa do pai, ainda que seja como mero empregado. Para sua surpresa, é recebido com todo amor pelo pai,
O mais velho. “Enquanto isso, o filho mais velho trabalhava no campo. Na volta para casa, ouviu música e dança, e perguntou a um dos servos o que estava acontecendo”. Informado, e inconformado, não quer entrar. O pai vai até ele e insiste, mas ele responde:
“Todos esses anos, tenho trabalhado como um escravo para o senhor; e o senhor nunca me deu nem mesmo um cabrito para eu festejar com meus amigos”
O pai lembra: “Meu filho, você está sempre comigo, e tudo o que eu tenho é seu. Mas tínhamos de comemorar este dia feliz, pois seu irmão estava morto e voltou à vida.
Estava perdido e foi achado.” (LC 15.11-32)
Embora o mais novo tenha errado, e o mais velho desdenhe, não existe a possibilidade de um ex-filho. O pai é pai dos dois, ama os dois, e abraça a ambos. Cabe a nós, filhos, escolher. Ou somos filhos junto com o Pai, ou filhos que preferimos ficar lá fora. A casa é também nossa, e o Pai está pronto a nos receber.