OS SALMOS DE CELEBRAÇÃO À REALEZA. MESSIÂNICOS – Parte II
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OS SALMOS DE CELEBRAÇÃO À REALEZA. MESSIÂNICOS – Parte II

Salmos 2, 18, 20, 22, 23, 24, 45, 47 e 63

Saudamos aos participantes desta série de lições com a graça e a paz do nosso Senhor Jesus Cristo.

Ainda no estudo no livro dos Salmos, nesta e na próxima semana, abordaremos os salmos classificados no tema ou categoria como de “Celebração à realeza, reais e messiânicos” porque se referem ao messias, seu reino, sua pessoa, a comunidade que brotaria de seus ensinos, seu sofrimento e até ao seu triunfo final, (Pr. Pastor Isaltino Gomes Coelho Filho em Teologia dos Salmos). São proféticos porque eles antecipam a promessa divina anunciando Jesus o Cristo, nosso Senhor e Salvador. Como rei são exemplos os salmos 2, 45, 72 e 110; como messias sofredor, os salmos 22,31 e 69.

É interessante notar que Moisés em Dt 17.14-20 antecipa que o povo de Israel pediria um rei quando entrasse na terra prometida. Isto aconteceu e foi registrado em 1Sm 8.6-22 quando o profeta Samuel, aborrecido, apresenta a Deus o pedido de um rei feito pelo povo de Israel ao qual o Senhor atende. O Senhor Deus se utiliza do rei entronizado de Israel para prefigurar o Rei Jesus, o nazareno rei dos Judeus conforme Mt 27.37; Mc 15.26; Lc 23.38 e Jo 19.19. Na categoria dos salmos reais encontramos sub-temas como profecias em favor do rei, salmos 2 e 110; orações pelo rei, salmos 20, 61 e 72; orações feitas pelo próprio rei, salmos 18, 28, 63 e 101.

O salmo 2 tem sua autoria atribuída a Davi em At 4.25-26 embora não tenha título nem autoria declarada. Pertence ao Livro I. Sua datação é próxima de 1012 a. C. É considerado o primeiro salmo profético.

Nos versos 1 a 3, o salmista fala da rebelião das nações contra o Senhor e seu Ungido que hoje sabemos ser Jesus. A rebeldia contra o Ungido de Deus, Jesus, se perpetua nos dias de hoje. As pessoas usam todas as formas e meios para refutarem e recusarem o senhorio de Jesus Cristo. Esta recusa torna este salmo atual. Nos versos 4-6, Deus apresenta a sua reação à incredulidade dos povos. Deus se ri dos homens porque sua atitude de opor-se a Ele é infantil e ridícula.

Lembremos: “Ainda antes que houvesse dia, Eu sou; e ninguém há que possa fazer escapar das minhas mãos; Agindo Eu, quem me impedirá?” Is 43.13. No verso 6 Deus mostra que a unção de Seu filho já aconteceu e este fato não poderá ser revertido. Os versos 7 a 9 são as palavras de Jesus Cristo antecipando as palavras do Senhor em Mt 17.5 “Este é o meu amado Filho, em quem me comprazo; escutai-o”. Este salmo 2 encerra com os versículos 10 a 12 aconselhando aos reis, juízes da terra e ouvintes que mudem de atitude. A atitude de indiferença ou resistência os levarão à destruição como diz o verso 9. Por outro lado, todos que nEle se refugiam e confiam serão abençoados, serão salvos.

O salmo 18 é uma cópia de 2Samuel 22 pouco alterada. Isto ratifica a autoria deste salmo como do rei Davi. Aprende-se do seu conteúdo, que ele não se refere a algum fato da vida particular de Davi, mas da recapitulação de fatos passados, em que Deus mostrara seu poder e proteção para com o escolhido. A data da composição é incerta, mas próxima de 1018 a. C. Pelo que diz na epígrafe e por seu caráter de hino ou ode triunfal, conclui-se claramente, que fora composto depois de submetidos todos os inimigos externos de Davi, bem como depois de haverem desaparecido todas as oposições da parte da família de Saul. Por isso o autor, nesta poética e sublime peça rende públicas ações de graças e celebra as vitórias, que o Senhor lhe havia concedido. O rei Davi sempre procurou ser grato a Deus e àqueles que o trataram com benevolência.

O salmo 45 foi composto para celebração de um casamento real. Descreve a glória e a majestade de um rei poderoso, conquistador; bem aventurado; e o esplendor e graça de seu reino. Descreve também a beleza e graça da noiva deste rei, a qual representa a igreja de Deus. Os dizeres deste salmo não podem ser aplicados a simples mortais, e especialmente à vista das qualidades divinas atribuídas a um rei singular. Reconhece-se a descrição espiritual das núpcias do Messias com sua esposa, a igreja. Assim, é um salmo profético.

O salmo 47 é de autoria de Coré. Pertence ao Livro II. Quanto à ocasião histórica de sua criação, é sugerido que fora composto para celebrar a vitória que Jeosafá alcançara dos moabitas, amonitas, edomitas e árabes, confederados, como se lê em 2Crônicas 20. Esse salmo além de tratar do interesse imediato do povo israelita é também considerado profético por fazer referências a fatos que se cumpririam na pessoa do futuro Messias com sua ascensão.

Inicia com o convite para que todos os povos aplaudam o Senhor com palmas e com louvores porque Ele é o grande rei sobre toda a terra. Hoje, para nós, a afirmação do poeta não é novidade. Mas naquele tempo em que cada nação tinha seu deus particular, essa afirmação era uma ideia revolucionária que causou impacto nos adoradores de Jeová. A celebração à realeza se encontra nos versos 6 a 9 quando o salmista convida a todos para cantarem, louvarem, e salmodiarem ao Senhor porque Ele está no trono e tudo domina.

O salmo 63, compilado no Livro II, tem sua autoria atribuída ao Rei Davi quando ele estava no deserto de Judá, local seco e árido entre Jerusalém e Jericó.

A fuga do Rei Davi de Jerusalém está narrada em 2Sm 15.13-18. Foi motivada pela traição de Absalão, filho do rei Davi, querendo depor seu pai e tomar-lhe o reinado, uma conspiração. 2Sm 15.7-12.

A leitura da Bíblia em ordem cronológica atribui à ocorrência do fato próximo do ano 993 a.C. Davi, perseguido por inimigos ferozes, ameaçado em sua vida e dignidade, é forçado a vagar pelo deserto. Sem recursos, torna-se saudoso do santuário de Jerusalém, (v.2), o que lhe inspira a poesia deste salmo. No seu conteúdo mostra sua vontade de estar no santuário, (v.2), a sua grande comunhão com o Senhor Deus, (v. 6-8), sua plena confiança no auxílio divino, a esperança de ser salvo dos seus inimigos e a convicção que eles serão destruídos, (v.10-11).

O conteúdo do salmo condiz perfeitamente com o seu cabeçalho existente no original. Nos versos 9-10 faz uma imprecação aos seus inimigos. É interessante notarmos que só no último dos onze versos encontramos a palavra rei quando diz: O rei se regozijará em Deus. Isto nos leva a perceber a divina inspiração. Nos dez primeiros versos, o Rei Davi fala de si mesmo, mas como notamos em outros textos, no verso 11 há uma bivalência, uma referência ao messias, ao ungido.

Pelo que estudamos, mais uma vez, podemos repetir que “Toda a Escritura é divinamente inspirada”. 2Tm 3.16a.

Que Deus nos abençoe, em nome de Jesus, amém.

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