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OS SALMOS DE CELEBRAÇÃO À REALEZA MESSIÂNICOS (Salmos 72, 87, 89, 101, 110, 118)

Saudamos aos leitores do Site Ebar com a graça e a paz do nosso Senhor Jesus Cristo. Continuamos a desenvolver o tema dos salmos de “Celebração à realeza ou reais e messiânicos”.

Aos salmos 2, 72 e 110, classificados como salmos reais, assim como a profecia de Natã em 2Sm 7.14, que concede a Davi a adoção como filho, e como o texto de Sl 89.20-38, esses textos são bivalentes desde sua composição: cada rei da linhagem de Davi é imagem e anúncio do rei ideal do futuro. E sem dúvida, nenhum desses reis respondeu plenamente a esse ideal, mas, no momento de sua entronização, em cada renovação dessa aliança davídica, se expressava a mesma esperança com a fé que um dia ela se realizaria. Assim, pois, todos esses textos são messiânicos, posto que contêm o anúncio e a esperança da salvação proporcionada por um escolhido por Deus. (R. de Vaux em Instituições de Israel no AT pg 138).

Estamos com o salmo 72. A autoria é atribuída ao Rei Salomão. Seu estilo é semelhante ao dos provérbios. Exprime as aspirações de um reino ideal que não podia realizar-se, senão no reinado perpétuo de Jesus Cristo.

O reino messiânico foi anunciado com características tais como: reino de justiça e paz; perene; universal, compassivo e abençoador aos servos do Rei e ungido por Deus.

De Justiça e paz como nos transmitem os versos um a quatro, “Ó Deus, dá ao rei os teus juízos, e a tua justiça ao filho do rei. Ele julgará ao teu povo com justiça, e aos teus pobres com juízo. Os montes trarão paz ao povo, e os outeiros, justiça. Julgará os aflitos do povo, salvará os filhos do necessitado, e quebrantará o opressor”.

Perene ou perpétuo o que encontramos no verso 5. A exortação é para que todos reverenciem com todo respeito e temor ao Messias “Viva ele enquanto existirem o sol e a lua, por todas as gerações”, isto é, perpetuamente.

Universal, ou mundial encontramos nos versos de 8 a 11. Transmitem a idéia de um reino de extensão mundial quando diz: “Governe ele de mar a mar, e desde o rio até as extremidades da terra”. O texto do verso 11, “Todos os reis se prostrem perante ele; todas as nações o sirvam”. Compassivo é Ele como declaram os versos 12 a 14 quando afirma que o Messias “Compadece-se do pobre e do necessitado; salva a vida dos que estão em necessidade, liberta da opressão e da violência; a vida deles é preciosa aos seus olhos”.

Abençoador de ordem espiritual, como o verso 17b se refere ao rei como canal de bênçãos, “sejam abençoados os homens; todas as nações o chamem bem aventurado”. O salmo 72 é encerrado com os versos 18 a 20 com uma glorificação ao Senhor Deus fazendo menção de suas maravilhas e de sua glória.

Até aqui usamos o salmo 72, mas também encontramos as características do reino messiânico nos salmos 89 e 110.

O autor Tércio Machado Siqueira no livro “Os Salmos do rei: A fé e a política”, 23, Vozes, 1989, páginas 30/38, no comentário sobre o salmo 89, busca o entendimento, a partir da lamentação do salmista v.39 -52. Afirma que “Pela linguagem, pela ênfase e pela teologia, o salmo 89 é considerado um hino que apóia a ideologia do rei como governo estabelecido por Deus em Israel”. Conclui que o messianismo é um componente da tradição da realeza sagrada que foi articulada em Judá numa forma singular. Não se pode confundir ideologia real. com messianismo embora as duas tradições estejam, na maioria das vezes, costuradas e dependentes uma da outra.

Também no salmo 89 identificamos várias características que nos possibilitam classificá-lo como messiânico. A unção é um rito religioso que confere ao rei a graça do Espírito Santo, que se apossa do ungido. A ela se refere o verso 20, “Achei Davi, meu servo; eu o ungi com meu santo óleo”. A dominação universal é encontrada no verso 25 quando o Senhor diz: “Porei sua mão sobre o mar; e sua mão direita sobre os rios” A adoção divina encontramos nos versos 21 a 24, “Com o qual a minha mão ficará firme, e o meu braço o fortalecerá. O inimigo não o importunará, nem o filho da perversidade o afligirá. E eu derrubarei os seus inimigos perante a sua face, e ferirei aos que o odeiam. E a minha fidelidade e a minha benignidade estarão com ele; e em meu nome será exaltado o seu poder”. A perenidade ou perpetuidade, nos versos 3-4, “Fiz uma aliança com o meu escolhido, e jurei ao meu servo Davi, dizendo: A tua semente estabelecerei para sempre, e edificarei o teu trono de geração em geração”, e 37, “Será estabelecido para sempre como a lua e como uma testemunha fiel no céu”. A justiça, a paz e a compassividade estão asseguradas no verso 14, “Justiça e juízo são à base do teu trono; misericórdia e verdade irão adiante do teu rosto”.

A partir do verso 38 até o verso 51, o salmista, faz uma série de afirmativas que parecem contraditar tudo que havia afirmado anteriormente. O repúdio e rejeição ao ungido, as zombarias que lhe são impostas pelos vizinhos, a vitória dos inimigos, o abandono na batalha, só fazem sentido quando Jesus é traído, preso, abandonado por seus discípulos, julgado pelo Sinédrio, e por Pilatos, e finalmente crucificado, Lc 22.47 até 23.49. Agora sim entendemos o messianismo do salmo 89.

O salmo 110 é essencialmente messiânico. Muito antes de Jesus citá-lo quando discutiu com os fariseus, Mt 22.41-44. Os inquiridores de Jesus concordaram que o salmo 110 se referia a Davi e ao Messias embora não o tenham dito claramente. No salmo Davi fala como profeta e registra o texto que permite a Jesus recitá-lo. O Senhor faz com que o rei se sente à sua direita, v. 1; assegura-lhe o cetro do poder, v. 2; declara que o gerou, v. 3; o estabelece como sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque, v. 4; o rei massacra seus inimigos, “julga entre as nações”, V. 5, 6. Aqui se reconhecem a entronização, a investidura, as promessas e, a adoção.

Todos os acontecimentos acima narrados foram providenciados pelo Senhor para que Jesus fosse autenticado como o Messias, conforme LC 24.44:

“E disse-lhes: São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco: Que convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na lei de Moisés, e nos profetas e nos”. Que Deus nos abençoe, em nome de Jesus, amém

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