Nesta série de estudos que ora iniciamos, teremos a oportunidade de trazer à memória o nascimento do que poderíamos chamar “A Maravilha dos Séculos” que é a Igreja de Cristo. Nenhuma instituição humana, mesmo as empresas globais, nem Estados ou organizações esportivas ou de qualquer natureza se lhe podem igualar em eficácia.
Lucas, escritor do Evangelho que leva o seu nome e do Livro de Atos dos Apóstolos que ora estudamos, depois de pesquisar minuciosamente todos os fatos nos aponta as características que fizeram da Igreja de Cristo essa obra maravilhosa que mudou a face do mundo e transformou a história.
1 - Cristo, sua obra, ressurreição e direção (Atos 1:2,4). Toda a obra maravilhosa que Cristo realizou desde o início do seu ministério; passando pela cruz e culminando na sua ressurreição e ascensão aos céus, numa palavra, a sua própria pessoa, constitui o fundamento sobre o qual a Igreja foi edificada e é a essência da sua mensagem transformadora que arrebata milhões de pessoas ainda hoje, e o fará enquanto existir. A eficácia da Igreja, Corpo de Cristo, reside na direção constante e participativa de Cristo, Cabeça da Igreja que se rende à sua vontade no poder do Espírito Santo.
2 – Igreja como detentora de um testemunho contínuo (Atos 1:6-8). Conversando e comendo com seus discípulos depois da sua ressurreição, Cristo foi interpelado por eles a respeito do tempo da restauração do reino a Israel. Queriam saber se esse evento se daria no dia em que seriam batizados com o Espírito Santo. Jesus Cristo nada lhes esclarece a respeito desse assunto, tão relevante para eles. Apenas lhes respondeu amorosamente mas com grande firmeza: Não vos compete saber tempos ou épocas que o Pai reservou pela sua exclusiva autoridade. Não é próprio da Igreja acalentar curiosidades sobre assuntos que não lhe foram revelados. Seu foco é o testemunho da obra salvífica de Cristo em todo o mundo, testemunho tornado possível porque o Espírito Santo desceu sobre a Igreja e a impulsiona.
3 – Igreja como portadora de uma certeza (Atos 1:10-11). Daquelas multidões que estiveram com Cristo, beneficiando-se dos seus ensinos e milagres, restaram apenas poucas centenas de fiéis seguidores. Destes, cerca de cento e vinte crentes tiveram o privilégio de vê-lo voltar gloriosamente e poderosamente à companhia do Pai que o enviara, depois de consumar toda a sua obra. É natural que desejassem prolongar aquele momento inigualável, ficando a olhar para o céu. Entretanto, dois seres celestiais interrompe-lhes a fruição daquela hora, reafirmando-lhes uma esperançosa promessa, feita pelo próprio Cristo quando estava com eles: Eu voltarei e levá-los-ei para que onde eu estiver, estejais vós também. Esse Jesus que dentre vós foi assunto ao céu, virá do mesmo modo que o viste subir, disse-lhes os anjos. A volta de Cristo, desde aquele dia, passou a ser um firme fundamento da mensagem da Igreja e sua mais gloriosa esperança.
4 – A Igreja persevera unida e reunida (Atos 1:14). Depois de haverem recebido as instruções de Cristo, no sentido de permanecerem em Jerusalém aguardando a poderosa manifestação do Espírito Santo, e a promessa da sua volta de parte dos anjos, os discípulos mantiveram-se perseverantes, unidos e reunidos. È uma Igreja acolhedora e sem quaisquer discriminações. Lá estão os apóstolos, Maria, a mãe de Jesus, as outras mulheres que o haviam seguido, seus irmãos e, provavelmente, outros discípulos. Essa é a característica da Igreja tão desejada por Jesus; Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros. Mas, enquanto espera a ação que só pode ser iniciada com o poder do Espírito Santo, a Igreja persevera em oração, segredo da sua trajetória vitoriosa.
5 – A Igreja age com base nas Escrituras (Atos:1:5-20). Aqueles dias de ansiosa espera pelo cumprimento da promessa da descida do Espírito Santo criaram oportunidade para os discípulos meditarem sobre tudo que tinham visto e ouvido, e, certamente, consultarem as antigas profecias a respeito de Cristo e da obra futura. Foi nessa situação que o apóstolo Pedro tomando a palavra lembrou a todos a infeliz atitude de Judas que havia entregado Cristo aos seus inimigos e, moído por um remorso iníquo, buscou sua própria morte. Ora, lembrou o apóstolo: Judas era contado entre nós no ministério e é necessário que outro o substitua e se torne testemunha, conosco, da ressurreição de Cristo. A palavra de Pedro não era resultado de suas conclusões pessoais. Pedro tinha por certo que aqueles acontecimentos foram o cumprimento das Escrituras que o Espírito Santo proferira por boca de Davi, nos Salmos 69:25 e 109:8. Assim a Igreja pioneira iniciava sua trajetória fundada na Palavra de Deus; sua única fonte de fé e prática.
Nosso desejo é que todos nós, leitores, individualmente e como Igreja, nos apropriemos dos preciosos ensinos contidos em Atos dos Apóstolos, de modo a que, como aquele valoroso grupo de pioneiros da Igreja de Cristo, impactemos a nossa geração com a luz do evangelho de Cristo Jesus.
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