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CHEGADA A JERUSALÉM (Marcos 11)

Rogério Senna Dias

A entrada triunfal de Jesus em Jerusalém (Mc 11:1-11) – sem dúvida esta era a hora mais esperada do ministério de Jesus: estava se cumprindo o seu desejo e propósito eterno. Ele veio para morrer e agora estava entrando triunfalmente em Jerusalém.

A entrada triunfal em Jerusalém enseja-nos três verdades importantes:

A consumação de um propósito eterno – a vinda de Jesus ao mundo foi um plano traçado na eternidade. Deus Pai o enviou e Ele voluntariamente Se entregou. Ele veio para dar a sua vida.

A entrada triunfal do Rei na cidade de Davi – a entrada de Jesus em Jerusalém foi externamente despretensiosa: não entrou cavalgando um cavalo fogoso, ou brandindo uma espada nem acompanhado de um exército. A sua entrada foi totalmente diferente daquelas celebradas pelos conquistadores romanos, porque Jesus entrou montado em jumentinho, pois sua missão era de paz e mostrava que o seu reino era espiritual

Estava se cumprindo o que o profeta Zacarias já tinha predito - Alegre-se, ó povo de Sião! Exulte, ó preciosa Jerusalém! Vejam, seu rei está chegando; ele é justo e vitorioso, mas também é humilde e vem montado num jumento, num jumentinho, cria de jumenta - Zacarias 9:9; o fato de Jesus vir montado num jumentinho definia bem a natureza do seu reino, já que não havia de vir com força militar nem com ostentação carnal, senão por meios espirituais que o homem era incapaz de compreender à parte da iluminação do Espírito Santo.

A proclamação pública do Messias – atente para o fato de que tanto a multidão que estava em Jerusalém, quanto aquela que O acompanhava à cidade santa, proclamava alto e bom som o Messias com voz de júbilo. Essa proclamação aponta Jesus como o Salvador (Mc 11:19); a palavra “hosana” é um clamor pelo Salvador e significa “salvar agora”, ou “salve, nós suplicamos”. Outra verdade que nos é apontada é que Jesus é Rei; Jesus é o Rei e com Ele chegou o seu reino

O juízo do Messias (Mc 11:1214,20-26) – observe que a condenação da figueira sem frutos quanto à purificação do templo foram atos simbólicos que ilustraram a triste condição espiritual da nação de Israel; pontos que merecem destaque:

Uma propaganda enganosa – figueira sem frutos é símbolo da nação de Israel e do culto judaico; tinham pompa, mas não vida; tinham rituais, mas não comunhão com Deus; tinham inúmeros sacerdotes, mas não homens de Deus; Charles Spurgeon, no sermão sobre a figueira murcha, lança luz sobre esse assunto;

- a figueira sem frutos aparenta superar as demais figueiras; a figueira sem frutos destacava-se dentre as demais; assim são os que parecem verdadeiros cristãos, mas só tem aparência;

- a figueira sem frutos parecia desafiar as estações do ano; a presença das folhas implicava a presença de frutos.Ela fazia propaganda do que não tinha. Algumas pessoas parecem muito adiantadas em comparação com as pessoas ao seu redor, mas só é fachada, só aparência;

- a figueira sem frutos atraiu a atenção de Jesus; Ele viu de longe esta árvore; esta árvore era a única que estava em posição de destaque; esta árvore representa aqueles que sem nenhuma modéstia tocam trombetas e anunciam frutos que não possuem.

Uma investigação meticulosa – Jesus vai investigar a figueira, assim como investigou a nação de Israel, o templo, os rituais, os corações. Ele ainda sonda os corações. Jesus tem o direito de procurar frutos em nossa vida; Jesus tem encontrado fruto na sua vida? O Pai é glorificado quando produzimos muito fruto - Quando vocês produzem muitos frutos, trazem grande glória a meu Pai e demonstram que são meus discípulos de verdade - João 15:8; Jesus não se contenta com folhas, ele quer frutos; Jesus não se deixa enganar; quando Ele se aproxima de uma alma, Ele o faz com discernimento profundo.

Uma condenação dolorosa – Se Jesus tinha poder para matar a árvore, por que não usou Seu poder para restaurar a árvore? Ele usou este fato para ensinar o fracasso da nação de Israel; a nação de Israel poderia ter muitas folhas que o povo admirava, mas nenhum fruto que o povo pudesse comer. Jesus decreta uma dupla condenação à figueira; ela secou desde a raiz: a falência desta árvore foi total, completa e irremediável. Atente para a observação de João Batista - Agora mesmo o machado do julgamento está pronto para cortar as raízes das árvores. Toda árvore que não produz bons frutos será cortada e lançada ao fogo - Mateus 3:10; ela nunca mais produziu fruto; esse é o maior juízo de Deus ao homem, ficar como está.

Uma lição primorosa – Jesus depois de condenar a religião formal, mas sem vida, mostra aos seus discípulos como ter um relacionamento certo com Deus. Duas condições são fundamentais:

-a fé em Deus; ninguém pode aproximar-se de Deus sem crer que Ele existe. Na imaginação de um judeu, uma montanha significa alguma coisa forte e inamovível, um problema que se colocará em nosso caminho - Nada será obstáculo para Zorobabel, nem mesmo uma grande montanha: diante dele ela se tornará uma planície! E, quando Zorobabel colocar em lugar a última pedra do templo, o povo gritará: ‘É pela graça! É pela graça!’" - Zacarias 4:7. Nós podemos mover essa montanha apenas pela nossa fé em Deus. A fé, contudo, não deve ser entendida à parte de outras verdades.

Atente para o fato de que não podemos dar uma interpretação errada aos versículos 23 e 24 de Marcos 11 e desta forma sustentarmos que não devemos orar segundo a vontade de Deus; alguns sustentam que, antes, se temos fé, Deus é obrigado a atender nossos pedidos. Esta visão está em desacordo com o ensino geral das Escrituras; isso não é fé em Deus, mas fé na fé ou fé nos sentimentos. Fé não é presunção; não podemos confundir fé com tentar a Deus. O Diabo queria que Jesus se jogasse do pináculo do templo, para que o Pai o segurasse no ar, mas isso é tentar a Deus e não exercer fé.

- outra condição fundamental é o perdão aos irmãos. A verdadeira oração envolve perdão tanto quanto a fé. Preciso ter comunhão com Deus no céu e com o meu irmão na terra se quiser prevalecer na oração. Não podemos ser reconciliados com Deus e viver em guerra com o irmãos; não há vitória na oração sem o exercício do perdão.

O zelo do Messias (Mc 11:15-19) – Qual o propósito da casa de Deus? Jesus vai ao templo e observa tudo (11:11): a casa de Deus tinha perdido a razão de ser; os sacerdotes tinham transformado a casa de Deus num mercado. Por que se diz que a casa de Deus tinha se secularizado? O templo tinha se transformado num mercado, numa praça de comércio. O templo havia perdido o seu propósito. Em vez de ser lugar de oração, era lugar da busca desenfreada do lucro.

Jesus acaba com o comércio no templo. A fé estava mercantilizada: Deus havia sido substituído pelo dinheiro e a oração tinha sido substituída pelo lucro. O que acontece hoje em alguns templos? Jesus acaba com a exploração no templo; Jesus acaba com a passarela no templo; a purificação da casa de Deus.Hoje também precisamos fazer uma limpeza na casa de Deus de tudo aquilo que não faz parte do culto ao Senhor.

A autoridade do Messias (Mc 11:18,19,27-33) – pontos de destaque:

Um plano maligno (11:18); falta de arrependimento endurece o coração e assim os principais da época tramam a morte de Jesus.

Uma pergunta maliciosa (11:27,28); os líderes do templo e do culto buscam um meio para O acusarem.

Jesus contra-ataca com uma pergunta corajosa (11:29,30): o batismo de João tinha tudo a ver com sua autoridade. João era um profeta de Deus, reconhecido pelo povo, e eles rejeitaram a mensagem de João. Se eles respondessem não, o povo os condenaria; se eles respondessem sim, estariam reafirmando a autoridade divina de Jesus.

Uma farsa dolorosa (11:31-33): os principais sacerdotes, escribas e anciãos, encurralados pela pergunta de Jesus, preferiram mentir para não enfrentar a verdade

Uma firmeza gloriosa – Jesus não entrou em discussão infrutífera com os inimigos nem perdeu tempo com suas perguntas de algibeira.


Bibliografia:

1) Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal – CPAD – 2003

2) Bíblia Brasileira de Estudo – Editora Hagnos – 2016

3) Bíblia de Estudo da Reforma – Sociedade Bíblica do Brasil – 2017

4) Bíblia Shedd – Antigo e Novo Testamento – Edições Vida Nova – 2007

Comentário Expositivo do Novo Testamento – volume 1 – Hernandes Dias Lopes – Editora Hagnos - 2019

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