Ensinos sobre amor e ajuda aos mais pobres e respeito à autoridade apostólica.
Em Brasília, conheci uma mulher rica que faz tratamento com uma psicóloga há anos, para não ser avarenta. Ao vender um apartamento de R$ 600.000,00 (seiscentos mil reais), confidenciou à compradora, nossa irmã em Cristo, ser incapaz de pagar qualquer coisa para alguém. Com um sorriso trincado, declarou que até mesmo uma aguinha de coco, que diariamente bebe com alguns amigos de caminhada, num dos parques da cidade, jamais é paga por ela.
Tudo começou- contava entristecida, economizando para sua aposentadoria. Depois, não parou mais de juntar dinheiro. Mesmo sendo o seu provento mais do que suficiente para o sustento, não consegue gastar e, muito menos, admite doar alguma coisa do que tem.
Obcecadamente, guarda mais dinheiro, sempre visando ao lucro em tudo que faz. Ouvi alguém dizer que não é quem mais guarda dinheiro que é o mais rico, porém aquele que de nada tem precisão e que tem sempre mais para dar. Esta lição nos leva ao exame de uma questão delicada, qual seja, a fé e as finanças na vida cristã.
OFERTA PARA OS MAIS POBRES
Há uma explícita recomendação de Paulo, estimulando e orientando os coríntios a contribuírem com a obra do Senhor. O apóstolo faz referência ao compromisso e ao desprendimento dos crentes da Macedônia. Refere-se a eles, com considerações elogiosas, as quais devem ser características de um verdadeiro ofertante cristão: alegria, generosidade, prontidão, consciência do privilégio (adoração) e amor. Os crentes coríntios haviam-se proposto a dar uma oferta e estavam sendo desafiados pelo apóstolo a cumprirem, com todo zelo, a arrecadação e o envio da contribuição financeira.
A citação, feita por Paulo a respeito do maná no deserto (II Coríntios 8. 15 e Êxodo 16. 18)), era um apelo à igualdade. Deus garante a provisão do seu povo! Embora alguns arrecadem bem mais que outros, a provisão divina é para todos os crentes, cabendo a cada um repartir com quem necessita.
É uma atitude de gratidão, de fé e de amor que Deus aguarda dos seus filhos, para que todos possam estar satisfeitos.
Também percebemos a preocupação paulina, na administração destes recursos. Tito, acompanhado de outros irmãos, estaria, levando a contribuição à Judéia. Paulo estava supervisionando tudo.
Responsabilizando-se, pessoalmente, pela remessa da doação àqueles crentes, dispondo-se até a acompanhá-los, se necessário fosse.
Ao disciplinar a igreja de Corinto, a orientação apostólica não força os crentes a contribuir, conforme alguns grupos evangélicos fazem nos nossos dias, impactando os fiéis pela emoção. Paulo, prudentemente, recomenda que o recurso seja levantado, como contribuição espontânea, e não represente qualquer tipo de coação (II Coríntios 9. 5b). Ele condena a avareza.
Para que tivessem uma grande colheita, era preciso semear com abundância. Paulo está longe de promover a “doutrina da prosperidade”, ou seja, dá aqui e recebe ali (em dobro ou bem mais). A generosidade dos coríntios lhes serviria:
1- para estarem capacitados a ofertarem outras vezes,
2- para as ofertas resultarem em ações de graças a Deus,
3- para suscitarem o louvor a Deus,
4- para despertarem o amor nos corações agradecidos,
5- para receberem intercessões a Deus, feitas pelos beneficiados nas ofertas (II Coríntios 9. 11- 15).
O APÓSTOLO DEFENDE SUA AUTORIDADE
A missão paulina, em conduzir o rebanho de Deus em Corinto, estava sendo perturbada pela influência perniciosa de falsos líderes, que, denominando-se apóstolos, desmereciam o ministério de Paulo.
Este sabia bem que possuía armas espirituais para o pleno exercício de sua missão, ”levando cativo todo o pensamento para que obedeça a Cristo” (II Coríntios 10. 5b).
A apreciação, que faziam de Paulo, era de natureza externa (possivelmente, a aparência física). Também a sua elocução estava sendo desmerecida. Paulo serve-se da autoridade que possuía, para convencê-los a não ouvirem os falsos cristãos. Ele se gloriava no dom inefável para a edificação em Cristo.
SUA PRESENÇA FÍSICA X PRESENÇA POR CARTAS
A personalidade forte e corajosa do apóstolo recebe diversas provocações.
Pela ausência física de Paulo, devido à assistência prestada a outras comunidades eclesiásticas, não faltaram os oportunistas, que afirmavam haver muita energia em suas cartas, porém que sua presença física era desprezível.
Paulo ameaça a pessoa, que o teria ofendido, dizendo que vai usar o mesmo rigor, quando estiver presente fisicamente, mostrando que a sua autoridade foi concedida por Deus, no poder do Evangelho de Cristo.
APROVAÇÃO DIVINA AO SEU SERVO
Aguardava Paulo ainda, com esperança, que as suas orientações fossem acolhidas pelos crentes coríntios, para que viessem a alcançar outros lugares.
Sabia que alguns líderes inescrupulosos estavam tirando proveito daquela situação, querendo proeminência, pervertendo o Evangelho. Não se desejava ver comparado a ninguém, constatando mesmo a imaturidade dos que buscavam estabelecer comparação com ele. Paulo se gloriava no Senhor, esperando que o crescimento daqueles crentes, em Corinto, lhe desse o respeito e a consideração que lhe eram devidos.
Reconhecia, todavia, que toda honra e toda glória pertencem ao Senhor Jesus.
MAIS APLICAÇÕES PARA A VIDA
Vimos a visão altruística do apóstolo em querer prestar assistência aos crentes, que passavam por necessidades materiais e espirituais, nas mais diversas regiões. O apóstolo Paulo encontrou muitas objeções para realizar o trabalho de Deus. Muita desta luta se dava pela vaidade daqueles líderes, pela sede do poder, pela distribuição dos recursos materiais.
Embora seja triste, é também oportuno afirmar que, nos nossos dias, vemos muito desta disputa infrutífera sendo realizada, com prejuízos significativos à causa do Senhor. Quantos sofrem à nossa volta! Quantos perdendo tempo em questões pessoais! Trazendo mágoas aos fiéis, comprometendo o testemunho da obra, consumindo uma energia que poderia ser usada para a glória de Deus.
Que a igreja aprenda a servir, dando-se, com alegria, ao Senhor!
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