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DURARÁ A VOSSA POSTERIDADE E O VOSSO NOME (ISAÍAS 61 A 66)

Jairo Pereira da Silva

1. INTRODUÇÃO


O texto sobre o qual meditaremos é o último conjunto de capítulos do livro do profeta Isaías. Os dois versículos iniciais do capítulo 61 são de especial importância porque Jesus Cristo os utilizou para identificar-se como o Ungido de Deus aos seus ouvintes, numa sinagoga de Nazaré. No momento reservado para a leitura das escrituras, Ele se levantou, então lhe deram o livro, quando escolheu o mencionado texto e o leu aos ouvidos de todos. Assim leu: “O Espírito do Senhor Deus está sobre mim, porque o Senhor me ungiu para pregar boas novas aos quebrantados, enviou-me a curar os quebrantados de coração, a proclamar libertação aos cativos e a por em liberdade os cativos; a apregoar o ano aceitável do Senhor”.

Postas por Deus na boca de Isaías, estas palavras certamente soaram como um bálsamo aos ouvidos daqueles do seu povo que aguardavam com esperança pela salvação do Senhor; os quebrantados de coração. Na boca do profeta o alcance destas palavras era limitado. Ditas, entretanto, por Jesus, elas ganham uma dimensão e alcance universais. Ele é Deus conosco trazendo reconciliação da parte de Senhor, propondo Paz a todos que, em função do pecado, andam em inimizade com Ele. Carvalhos de Justiça é a expressiva figura usada para designar os libertos da negra escravidão do pecado. Assim como o carvalho tem um porte elevado, firme, e extrema durabilidade, produzindo sombra acolhedora aos cansados, igualmente um povo de coração quebrantado e obediente se torna carvalhos espirituais, “plantados pelo Senhor para sua glória”.


2. A VISIBILIDADE DA GLÓRIA DO POVO SANTO


Vimos ao longo dos capítulos precedentes de Isaías que o estado final do seu povo, envolto em resplendor de Justiça e coberto da glória divina, é obra urdida pacientemente pelo Senhor. Ele ensina, adverte, castiga, espera e perdoa. Usa o ímpio como um chicote, oferece-lhe sua misericórdia e o extermina em sua dureza de coração. Age igualmente com os iníquos no meio do seu povo, banindo-os de sua presença. Arrancando as ervas daninhas, Ele se revela como o divino jardineiro que mediante a sua abundante graça “ fará brotar a justiça e o louvor” e de um povo consolado porque chorou e se lamentou dos seus pecados é dito: “As nações verão a tua justiça, e todos os reis, a tua glória”.

Na história da redenção, o Senhor Deus usou em diversas ocasiões mudar o nome de pessoas. Assim foi com Abraão, Jacó, Paulo e Pedro. Tal mudança sempre foi precedida de uma mudança no coração com submissão aos santos propósitos de Deus. Da mesma forma, a uma nação curada da infidelidade ao seu Deus, o profeta Isaías anuncia: “...e serás chamada por um nome novo, que a boca do Senhor designará”.


3. ENTRE A REALIDADE E A GLÓRIA FUTURA

Ao profeta Isaías, que tem amor profundo pelo seu povo, foi dado ver além das assolações decretadas por Deus contra o seu povo. Ele vê o sofrimento e também glória do Messias. Vê as nações inimigas esmagando impiedosamente e oprimindo sua gente amada. Ele espera ardentemente pela salvação, a vê em profecia, fica satisfeito, mas não pode fugir à realidade presente. O pecado e a infidelidade ainda imperam no meio do seu povo. As nações opressoras ainda sofrerão a vingança de Deus e ele a anuncia. E o faz de forma dramática. O profeta descreve Deus como um herói vingador do seu povo, que volta em sua força com as vestes manchadas do sangue dos seus inimigos. “Na minha ira”, diz Ele, “pisei os povos, no meu furor, embriaguei-os, derramando por terra o seu sangue”. Esse é o destino do ímpio no dia da Ira de Deus quando o pecado e os pecadores impenitentes, zombadores da graça de Deus, serão esmagados como uvas num lagar.


4. A INTERCESSÃO DO PROFETA E A RESPOSTA DE DEUS

O profeta Isaías, o que teve a visão do alto e sublime trono de Deus e ouviu os Serafins proclamarem a sua Santidade; o que entrou em temor ao constatar o imenso e letal contraste existente entre a santidade e o pecado se torna um intercessor pelo o seu povo. Cheio de compaixão ele dirige a Deus sua última oração, provavelmente já no fim dos seus dias.

Em sua oração menciona os atos grandiosos de Deus a favor do seu povo. Ele celebra a grande bondade, a grande misericórdia e a grande fidelidade para com a Casa de Israel. Isaías expõe as expectativas divinas para com seu povo; “Filhos que não mentirão”. Deus cumprira as suas grandes promessas dando a sua presença entre eles, salvando, conduzindo, resgatando, curando, enviando o seu Anjo para proteger.

Mas Isaias precisa confessar; “... eles foram rebeldes e contristaram o seu Santo Espírito”. O intercessor, porém, não se detém e clama diante de Deus; “Ó Senhor, tu és o nosso Pai... Não te enfureças tanto, ó Senhor... nós te pedimos: todos nós somos o teu povo”.

Em resposta à intercessão do profeta, o Senhor Deus alega a resposta positiva de gente estranha: “Fui buscado pelos que não perguntavam por mim... e disse: Eis-me aqui, eis-me aqui”. Mas “estendi as mãos todo dia a um povo rebelde”. Assim; “também vos destinarei à espada, e todos vos encurvareis à matança; porquanto chamei, e não me respondestes”.

Isaías, o intercessor, pode alegrar-se. Haverá um remanescente fiel da descendência de Jacó e da herança de Judá. O redentor ainda se levantará sobre a terra. Então haverá verdadeira paz e os servos do Senhor serão benditos para sempre, desfrutando da presença do Cordeiro de Deus, em novos céus e nova terra.

Para nós

Somos, como crentes em Jesus Cristo, herdeiros das preciosas e grandes promessas de Deus. Temos visto a manifestação da sua grande misericórdia e graça em nossas vidas. Corramos pois, em obediência e fidelidade a carreira que nos está proposta.

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