(O prof. Riolando atuou em nossos programas e nos deixou um farto material escrito, fruto da sua dedicação integral ao Senhor, com quem já está.)
CAPÍTULO 1 (parte final)
A terceira realidade mencionada por Paulo em sua intercessão e que a igreja precisa saber é: “qual a suprema grandeza do seu poder para com os que cremos, segundo a eficácia da força do seu poder; o qual exerceu Ele em Jesus Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos...”
As expressões “suprema grandeza do seu poder” e “eficácia da força do seu poder” são recursos de linguagem usados para mostrar a poderosa intervenção de Deus num momento importante do desenvolvimento do seu Eterno Propósito, que foi a ressurreição de Cristo. A ressurreição, a exaltação e a entronização de Cristo à direita de Deus nos Lugares Celestiais representam a vitória sobre todas as tentativas de Satanás para frustrar o plano de Deus para salvar a humanidade. Desde este momento Ele está acima de todo nome e de todo poder que possam existir em todo lugar e em todos os tempos. A igreja precisa então reconhecer que recebeu de Deus um poderoso e perfeito Redentor. Agora é necessário compreender que Ele foi dado como Cabeça para ela e que ela deve permanecer em obediência à sua doutrina e ao seu propósito. Ao mesmo tempo que ela recebe d'Ele tudo o que é preciso para suprir as suas necessidades no desempenho do serviço cristão, ela deve repassar tudo o que é pertinente ao Seu Plano de Salvação para o mundo. Esta é a posição da igreja: entre a cabeça, que é Cristo, e o mundo, debaixo dos seus pés. Isto é glória para Deus, como bem disse Jesus: “assim brilhe a vossa luz diante dos homens para que vejam as vossas obras e glorifiquem o vosso Pai que está nos céus” ( Mateus 5:16 ).
Convém lembrar que o poder que ressuscitou Jesus Cristo dentre os mortos é o poder do Espírito Santo. Romanos 1:4 afirma que Ele foi “designado Filho de Deus com poder segundo o Espírito de Santidade, pela ressurreição dos mortos”. Este mesmo poder foi demonstrado em nós, os que cremos, quando, “estando nós mortos em nossos delitos, Ele nos deu vida juntamente com Cristo... e, juntamente com ele, nos ressuscitou e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus”, conforme está escrito no capítulo 2, versos 5 e 6 deste livro. Em outras palavras, este é o poder de Deus que arranca o pecador da morte do pecado e o desperta para a vida espiritual em Cristo.
Mas ainda haverá uma outra manifestação deste poder de Deus naquele dia, quando Ele ressuscitará os nossos corpos mortais por meio do seu Espírito que em nós habita, do mesmo modo que Ele ressuscitou Jesus dentre os mortos. A eficácia da força do poder de Deus, porém, será amplamente demonstrada quando os mortos em Cristo ressuscitarem incorruptíveis e os vivos forem transformados, recebendo corpos de glória, ou corpos espirituais, apropriados para sobreviverem por toda a eternidade, na presença do Senhor (1° Coríntios 15:42,52).
Tendo terminado o comentário deste primeiro capítulo da carta aos Efésios, vamos fazer um breve resumo do mesmo:
Pela compreensão da unidade da igreja e do Cristo Ressuscitado que reina nas Regiões Celestiais, o Espírito Santo induz o pecador redimido a um louvor exaltadíssimo, pelas bênçãos espirituais concedidas por Deus Pai à igreja, dentro do seu Eterno Propósito de Redenção (vrs 3). Este propósito que já existia desde a mais remota eternidade (vrs 4), tem seu cumprimento no Filho Amado no tempo presente (vrs 5-9), mas será consumado definitivamente com a redenção de todo o universo, em tempo oportuno, com a garantia do Espírito Santo que nos foi dado como penhor, até que tudo aconteça (vrs 10-14).
Neste Propósito, o Pai é o que elege (escolhe) o seu povo em Cristo (vrs4). O Filho é o que realiza a redenção (vrs7). O Espírito Santo é o que aplica à igreja a obra de Cristo, o Filho. Assim se torna real o Plano de Salvação de Deus dentro da humanidade.
A transferência da Redenção realizada naquele dia na cruz para o pecador, em qualquer tempo, ou seja, a aplicação da Redenção histórica para a experiência pessoal do pecador é feita pelo Espírito Santo. Deste modo o crente já tem, no presente, uma demonstração da sua salvação que se completará no futuro.
Este capítulo encerrou-se mostrando que, ainda por inspiração do Espírito Santo, o apóstolo foi levado a interceder pelos crentes, para que Deus os capacite a compreenderem esta série de três realidades espirituais envolvidas no Eterno Propósito de Salvação, conforme acabamos de expor.
Mas, para que Deus realize esta obra na igreja é necessário que ela tenha a mesma medida de fé e de amor que tornou a igreja de Éfeso tão famosa naqueles dias. É necessário também que sejamos santos e fiéis para com Deus, apartando-nos de toda a forma de mal, devotando-nos totalmente ao bem e entregando-nos sem reservas a Deus, em confiante obediência.
Agora, compreendendo este grande trabalho realizado pelo Pai, pelo Filho e pelo Espírito Santo que é o Eterno Propósito de Deus para a Redenção da Humanidade, não temos outra cousa a dizer, senão, de corações agradecidos:
Ao Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, seja a honra, a glória e o louvor para todo o sempre, Amém.
O Senhor seja com todos.
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