Os milagres de Jesus tinham o propósito de provar Sua identidade e missão e abrir portas para a mensagem da salvação. Agora Jesus está em Cafarnaum para pregar a Palavra e o povo se reúne para ouvir sua pregação.
Jesus está dentro de uma casa apinhada de gente e neste contexto um milagre acontece. Jesus olha para cima e vê quatro homens que se esforçam para trazer um paralítico aos seus pés; o homem paralítico não podia chegar a Jesus sozinho, pois suas pernas não se moviam; os amigos tiveram a visão (2:3); a visão determina a ação; eles agiram com determinação (2:4), pois mesmo enfrentando dificuldades para levar o homem a Jesus, eles não desistiram; obstáculos enfrentados foram: o peso do paralítico; a multidão não abriu espaço para eles; eles não acharam lugar nem mesmo junto à porta; eles subiram com o paralítico para o telhado da casa, ou seja, foram ousados na determinação de levar aquele homem a Jesus; eles destelharam a casa, o que denota coragem e esforço; eles desceram o paralítico onde Jesus estava; eles tiveram criatividade (2:4); eles exercitaram um fé verdadeira (2:5).
Observe que muitos bloqueiam o caminho para Jesus; neste milagre a multidão fechava a porta, bloqueava o caminho e impedia a entrada; também os escribas, fariseus e doutores da lei (2:6) serviam de bloqueio para aqueles que desejassem chegar a Jesus.
Aqueles que são levados a Jesus algo extraordinário acontece; no milagre em questão o paralítico foi cativo e voltou livre (2:3,12); o paralítico foi carregado e voltou carregando; o paralítico foi buscar uma bênção e recebeu duas. Jesus curou o paralítico emocionalmente, psicologicamente, espiritualmente e fisicamente.
As bênçãos singulares do evangelho de Jesus: o evangelho abre as portas do reino para os rejeitados (2:14). Jesus chamou Levi (Mateus) para ser seu discípulo, ele era um publicano. Jesus chama soberanamente. Jesus chama eficazmente 2:15,16).
O evangelho abre as portas da salvação para os que se consideram pecadores (2:17); Jesus não quis dizer que há alguns que são sãos e justos aos olhos de Deus (Rm 3:23); Jesus não quis dizer que estes não necessitam do Salvador; Jesus não quis dizer que seu amor pelos pecadores implica falta de amor com os justos; somente os que se reconhecem doentes e pecadores têm consciência da necessidade da salvação; só os que se humilham podem ser salvos.
O evangelho abre as portas para uma vida de jubilosa celebração (2:18-20); a religião pode se tornar num fardo pesado em vez de ser um instrumento libertador (2:18,19); a vida que Jesus oferece é como uma festa de efusiva alegria (2:19).
O evangelho abre as portas para uma vida radicalmente nova (Mc 2:21,22) – a figura do remendo novo em tecido velho e do vinho novo em odres velhos; a vida cristã não é um remendo ou reforma do que está velho, mas algo totalmente novo (2:21); a vida cristã não pode ser acondicionada numa estrutura velha e arcaica (2:22); odres novos proporcionam elasticidade, contudo, à medida que envelhecem ficam endurecidos; o cristianismo requer novos métodos e novas estruturas; não podemos ter o coração duro como os odres ressecados pelo tempo; precisamos manter o nosso coração aberto à mensagem transformadora do evangelho.
O evangelho abre as portas da liberdade para os prisioneiros do legalismo (Mc 2:23-28) –a questão do sábado tinha se tornado um carrasco do homem; os discípulos não estavam fazendo algo proibido (2:23,24); o conhecimento da Palavra é o meio de nos livrar-nos do legalismo (2:25,26); o homem vale mais do que os ritos sagrados (2:27); o senhorio de Cristo traz liberdade e não escravidão (2:28).
O valor de uma vida (Mc 3:1-6) – há pelo menos dois tipos de religião no mundo: a religião da vida e a religião da morte; a primeira busca adorar a Deus e salvar o homem; a segunda, é prisioneira de ritos e escraviza as pessoas; compromissos fundamentais de Jesus com o seu ministério – ir à casa de Deus (3:1); ensinar a Palavra de Deus (Lc 6:6); socorrer os necessitados (3:1-3).
Quanto vale uma vida para os fariseus? (Mc 3:2) –eles não valorizavam a vida humana; os fariseus davam mais valor os rituais do que à vida humana; eles davam mais valor à aparência do que à verdade (3:2,6); os fariseus davam mais valor a um animal do que ao ser humano (Mt 12:11,12).
Quanto vale uma vida para Jesus? (Mc 3:3-5) – uma vida vale mais do que o legalismo religioso (3:2); uma vida vale mais do que os bens materiais (Mt 12:11,12); uma vida vale a sua própria vida (3:16).
O homem da mão mirrada – o método de Jesus para curar o homem – Jesus relevou os motivos secretos do coração dos críticos – Jesus não apenas está presente na sinagoga, Ele também está examinando os corações; seus olhos são como chama de fogo (Ap 1:14; 2:18); Jesus encorajou o homem da mão atrofiada a assumir publicamente sua condição (Lc 6:8); Jesus encorajou o homem da mão atrofiada a vencer os seus complexos (3:3); Jesus encorajou o homem da mão atrofiada a exercitar sua fé (3:5); Jesus realizou na vida do homem da mão atrofiada um grande milagre (3:5).
Motivos decisivos para você vir a Jesus – Mc 3:7-12 – Jesus aqui está no auge da sua popularidade; andando por toda parte e fazendo o bem; fariseus e herodianos eram inimigos, porém se unem para uma conspiração odiosa; Jesus não foge das multidões necessitadas, mas dos inimigos; os poderosos rejeitam a Cristo, contudo Ele alcança popularidade entre o povo e este O busca por todos os lados; destaque-se que muitos foram a Cristo por motivações variadas (curiosidade, interesses imediatos, ouvir seus ensinos, porém não estavam dispostos a crer nEle e outros foram para ouvir seus ensinos, serem curados e crerem nEle); um testemunho rejeitado (3:11,12) – os demônios demonstraram mais discernimento que os fariseus e herodianos, pois estes negavam a divindade de Cristo e os demônios a proclamavam.
O eco das ações de Jesus atrai os pecadores em grande número (Mc 3:8-10)
Por que as pessoas vêm a Jesus? Primeiro, essas pessoas tinham ouvido testemunhos de alguns que haviam sido curados; essas pessoas tiraram do que tinham ouvido um argumento de esperança; estas pessoas vieram a Cristo com urgência por causa de seus sofrimentos; essas pessoas vieram a Cristo não apenas por causa de seus sofrimentos, mas porque sabiam que Jesus podia curá-las e salvá-las.
As necessidades humanas levam as multidões a Jesus (Mc 3:8,10) – as pessoas não se contentaram apenas em ouvir testemunhos de outros, elas mesmas foram a Jesus; aquelas pessoas não esperaram Cristo vir até elas, elas foram a Jesus; aquelas pessoas não pararam nos discípulos de Jesus; aquelas pessoas para virem a Cristo tiveram de deixar seus negócios; muitas daquelas pessoas vieram de grandes distâncias; aquelas pessoas vieram a Cristo com todas as suas carências e necessidades.
Como as multidões necessitadas foram tratadas por Jesus? (Mc 3:10-12) – de todos os que vieram a Cristo nenhum foi mandado embora; todas as pessoas que vieram a Cristo foram atendidas por Ele; cada pessoa tocada, curada e salva por Jesus era mais uma testemunha de Jesus; Jesus não apenas cura os enfermos, mas prioriza o ensino (3:9).
Por que você deve vir a Cristo agora mesmo? O próprio nome Jesus nos convida; seu nome significa Salvador; o poder de Jesus nos encoraja a vir a Ele; Jesus tem todo poder no céu e na terra; porque o amor de Jesus nos encoraja a vir a Ele; o banquete da salvação está preparado para nos receber.
A escolha da liderança espiritual da igreja – Mc 3:13-19 – Jesus tinha muitos discípulos, mas ele separou doze para serem apóstolos; discípulo é um aprendiz, apóstolo é um enviado com uma comissão, um embaixador em nome do Rei; os apóstolos foram chamados dentre os discípulos, isto porque a conversão precede o ministério; a ordem é: primeiro converter, depois ordenar.
Jesus escolheu os apóstolos de forma soberana (3:13); três verdades: Jesus escolheu a liderança da igreja segundo a expressa vontade do Pai; Jesus escolheu a liderança da igreja soberana e eficazmente; Jesus escolheu a liderança da igreja incondicionalmente.
Jesus escolheu propositalmente (3:14,15) – chamou-os e designou-os para estarem com Ele (3:14); chamou-os e designou-os para enviar e pregar (3:14); chamou-os e designou-os a exercer autoridade de expelir demônios (3:15).
Jesus escolheu surpreendentemente (3:16-19) – Jesus escolheu pessoas heterogêneas; Jesus transformou homens limitados e fez deles grandes instrumentos para transformar o mundo.
A blasfêmia contra o Espírito Santo – Mc 3:20-35 –o que não é blasfêmia contra o Espírito Santo: em primeiro lugar não é incredulidade final. Billy Graham diz em um dos seus livros que blasfêmia contra o Espírito Santo é a rejeição total e irrevogável de Jesus Cristo; também não é por um tempo rechaçar a graça de Deus (ex. por um tempo Paulo rechaçou a graça de Deus); também não significa a negação de Cristo; de igual modo também não é a negação da divindade do Espírito Santo (com base neste argumento nenhum ateu poderia ser convertido); não é a mesma coisa que os pecados contra o Espírito Santo (entristecer, apagar, resistir e mentir ao Espírito Santo); não é a queda dos salvos (os salvos não podem blasfemar contra o Espírito Santo).
O que é blasfêmia contra o Espírito Santo – blasfêmia é injuriar, caluniar, vituperar, difamar, falar mal; pecar contra um conhecimento claro da verdade é evidência da blasfêmia contra o Espírito Santo; atitude consciente e deliberada de negar a obra de Deus em Cristo pelo poder do Espírito e atribuir o que Cristo faz ao poder de satanás.
Análise de Mc 3: 20-35 – observe que em primeiro lugar há uma acusação (3:22); em segundo lugar há uma refutação (3:23-26), isto é, Jesus refuta o argumento dos escribas contando-lhes duas parábolas com o mesmo significado: o reino dividido e a casa dividida; em terceiro lugar há uma explicação (3:27), ou seja, Jesus explica sua vitória sobre os demônios e satanás (Lições que Jesus nos ensina – satanás é valente; satanás tem uma casa; Jesus tem autoridade sobre satanás; Jesus tem poder para libertar os cativos das mãos de satanás); em quarto lugar a exortação (3:28-30) – aqui temos a solene misericórdia de Deus; mostra o imenso perigo de se cruzar a linha divisória da paciência de Deus.
Em resumo: três implicações sobre o assunto – Blasfêmia contra o Espírito Santo – evitar o julgamento (esta decisão deve ficar com Deus; só ele sabe quando alguém ultrapassa essa linha do pecado para a morte); evitar o desespero (muitos crentes ficam angustiados e preocupados de terem cometido esse pecado imperdoável; quem comete esse pecado, jamais sente tristeza por ele); evitar a leviandade (aqueles que zombam de Deus e da sua graça podem cruzar essa linha invisível e perecerem para sempre).
Bibliografia:
1) Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal – CPAD – 2003
2) Bíblia Brasileira de Estudo – Editora Hagnos – 2016
3) Bíblia de Estudo da Reforma – Sociedade Bíblica do Brasil – 2017
4) Bíblia Shedd – Antigo e Novo Testamento – Edições Vida Nova – 2007
5) Comentário Expositivo do Novo Testamento – volume 1 – Hernandes Dias Lopes – Editora Hagnos - 2019
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