É desafiador estudar a Bíblia com um grupo interessado em conhecer mais a respeito da revelação de Deus para o homem. Recentemente, meu grupo de estudo bíblico se deteve no salmo 22, que ficou mais conhecido do povo cristão em função de haver sido usado por Jesus quando, na cruz, morreu em nosso lugar. Clamou Jesus, enquanto carregava os meus pecados: “Deus meu, Deus me, por que me desamparaste”. Foi exatamente deste modo que Davi, rei de Israel, começou seu clamor neste salmo.
O rei enfrentava apuros sérios. Uma leitura atenta do salmo descreve o horror que ele vivia São alguns deles: o silêncio de Deus (v.3); tornou-se objeto de escárnio (v.7) e de zombaria (v.8). Os inimigos o assustavam, pois fortes e perigosos (vv.12-15). Seus bens estavam sendo saqueados (vv. 17-18). Davi se sentia um verme de tão pequeno diante das tribulações que enfrentava.
Eu sei bem o que significa me sentir como um verme. É a sensação de pequenez, impotência, desamparo diante dos outros que, insensíveis a sua dor, criticam, caluniam e invadem.
A experiência de Davi, no entanto, foi transformada em regozijo. Ainda neste salmo, a partir da convicção de que Deus o acompanhava, o rei se colocou a cantar e a louvar pelo livramento e pela resposta do Senhor: “Louvem o Senhor, todos os que o temem! Glorifiquem-no todos os descendentes de Jacob! Respeitem-no todos os descendentes de Israel! Sem cessar te repetirei o meu louvor, no meio da grande assembleia. Na presença daqueles que te adoram, cumprirei as promessas que fiz” (vv.23 e 25).
Um verme? Nunca para Deus. Ele, que nos conhece por inteiro, nos recebe como joias preciosas, nos coloca de pé e nos ajuda a vislumbrar a Sua glória: “Porque ele não despreza nem desdenha dos sofrimentos dos pobres; nem desvia deles o olhar. Ele os ouve quando lhe pedem auxílio.” (v.24)