O profeta Jeremias teve uma vida muito difícil. Portador da palavra de Deus ao povo, foi desconsiderado, preso, ridicularizado. Confira o seguinte relato bíblico: “Tomaram, então, a Jeremias e o lançaram na cisterna de Malquias, filho do rei, que estava no átrio da guarda; desceram a Jeremias com cordas. Na cisterna não havia água, senão lama; e Jeremias se atolou na lama.” (Jr 38.6)
Pobre Jeremias! Atolado em uma cisterna. Lama por todos os lados. Sem liberdade, sem voz ativa, esquecido na lama. É isto mesmo: quando Deus nos dá uma missão ele não está com isso dizendo que o trabalho será fácil. Sabe o que Jeremias fez quando saiu daquele local? Continuou a dizer apenas o que Deus havia mandado. Nada diferente disso.
Eu não gosto de lama. Tenho horror a qualquer coisa gosmenta que me apareça pela frente. Olhar para o quiabo, pobrezinho, nem pensar. Talvez tenha sido esta a razão para eu me compadecer tanto da agonia de Jeremias. Qual teria sido a minha atitude em situação semelhante? Será que eu sairia dali para continuar a apregoar a Palavra de Deus?
E vou além: será que tenho de me calar diante da convicção do que Deus manda dizer apenas para evitar que, metaforicamente, eu seja jogada na cisterna atolada de lama?