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Gerson Berzins

A MONARQUIA EM ISRAEL

"A divisão do Reino." I Reis 12 a 14 II Cron. 10 a12.

Elaborado por Gerson Berzins (gbrzins@ceoexpress.com)

Pela graça de Deus mais uma vez podemos nos encontrar para o nosso estudo da Monarquia de Israel. Com a revisão do reino de Salomão, em nossa última lição, encerramos uma fase da Monarquia de Israel, conhecida como do Reino Unido. Pelos acontecimentos cobertos na nossa lição de hoje entenderemos o porque deste nome, pois com a morte de Salomão, o Reino se dividiu em dois e passamos então a ter dois países distintos, Israel, ou o Reino do Norte e Judá, o Reino do Sul.

Hoje, estudando o texto bíblico de IRs. 12 a 14 a II Cr.10 a 12, revisaremos como ocorreu tal divisão e os fatos que se seguiram a esse evento. Nas próximas 3 lições estaremos estudando o Reino de Israel, até o seu melancólico fim, com a deportação para a Assíria. Nas últimas 5 lições desta série trimestral veremos então o Reino de Judá, até a destruição de Jerusalém pelos Babilônios e o cativeiro dos judeus.

Depois de um reinado de 40 anos Salomão morreu e foi sucedido pelo seu filho Roboão. Assim como Salomão não tinha herdado de seu pai a preocupação e o cuidado espiritual que caracterizaram Davi, também Roboão não herdou a sabedoria que tornou Salomão tão reconhecido. Na primeira dificuldade do novo governo, quando ainda nas solenidades de entronização, Roboão, foi confrontado por todo o povo de Israel, que pediam por sua clemência, pois o jugo do governo sobre o povo tinha se tornado pesado demais. Vemos assim que as obras e o governo suntuoso de Salomão tinham custado muito sacrifício ao povo, e eles agora pleiteavam pela redução da carga que lhes cabia. Roboão ouviu o conselho dos anciãos, talvez os mesmos que tinham assessorado o seu pai, de que deveria atender o povo, pois tendo agora assumido o reino precisaria conquistar as graças da população. Roboão optou por não seguir este conselho sensato, e ouviu os seus jovens companheiros de mocidade, decidindo por não atender o clamor dos seus súditos, mas em contrário, aumentar ainda mais a carga imposta ao povo. A condição da cisão estava criada, e Jeroboão liderou as 10 tribos do Norte contra Roboão. “Que parte temos nós em Davi?” foi o lema para a divisão, e só Benjamim permaneceu fiel à tribo de Judá, sob o comando de Roboão. E assim se cumpriu integralmente a palavra de Deus a Salomão, a mesma que o profeta Aías anunciou a Jeroboão.

Estes acontecimentos ocorreram em Siquém, no território de Efraim, que era a tribo líder da rebelião, e Roboão teve que fugir rapidamente para Jerusalém. De volta à sua capital, Roboão tentou ainda articular um exército para recuperar o que perdera e juntou 180 mil homens para lutar contra Jeroboão. Deus, porém, por intermédio do profeta Semaías impediu que Judá partisse para a luta contra os seus irmãos de Israel. Assim, Roboão se tornou o primeiro dos 19 reis de Judá, e no seu governo enfrentou a permanente tensão de guerra contra Israel, e ainda teve que ver Jerusalém invadida pelo Egito, cujo rei Sisaque tinha dado no passado asilo a Jeroboão quando ele precisou fugir de Salomão e parece que agora Sisaque desejou ajudar seu aliado, saqueando Jerusalém com um exército de 60 mil homens que levaram todos os tesouros da casa do Senhor e da casa real. No aspecto espiritual, o reino de Judá foi bastante abençoado logo após a divisão do Reino, pois muitos dos levitas que estavam espalhados por Israel optaram em voltar para o Reino do Sul, em vista da idolatria oficial que Jeroboão instalou no Norte. Esse inicio de despertamento espiritual não se consolidou e Judá, a medida que se sentiu forte, abandonou o Senhor. Roboão reinou por 17 anos, e o seu governo se resumiu naquilo que nos é apresentado em IICr.12.14 “Ele fez o que era mau, porquanto não dispôs o seu coração para buscar ao Senhor.”

Voltemos agora a Jeroboão Era ele o filho de uma viuva que alcançou posição importante como oficial de Salomão e que pelo desígnio divino ganhou um reino. Jeroboão estabeleceu-se em Siquém que se tornou a primeira capital do reino do Norte, e logo uma preocupação o assaltou: A necessidade dos sacrifícios a Deus levariam todo o seu povo a se dirigir a Jerusalém, e lá Roboão poderiam cativá-los e o povo poderia se voltar contra ele. Jeroboão decidiu eliminar tal possibilidade e decidiu fazer dois bezerros de ouro, pondo um em Betel, no sul do seu reino e outro em Dã, no extemo norte de Israel. Jeroboão apresentou ao povo os bezerros e declarou “Basta de subires a Jerusalém; eis aqui teus deuses, ó Israel, que te fizeram subir do Egito.”(IRs.12.28). Não é preciso mencionar quem Jeroboão estava imitando. Era a história de Arão e o bezerro de ouro de Êxodo 32 que se repetia.

A idolatria se espalhou por todo o Reino do Norte. Um profeta de Judá foi mandado por Deus para repreender Jeroboão. O profeta encontrou o rei de Israel junto ao altar de Betel se preparando para queimar incenso. Ao ouvir o profeta apresentando a sua palavra, Jeroboão esticou a sua mão, ordenando que o profeta fosse preso e a mão do rei se secou. Jeroboão implorou por sua mão e ela foi restituída. Tempos depois, quando seu filho adoeceu, Jeroboão mandou que sua mulher descesse disfarçada até Siló, em Judá para consultar o profeta Aías sobre o futuro de seu filho, e lá o profeta anunciou não só a iminente morte do filho doente, mas a próxima extinção de toda a sua descendência que não mais governaria sobre Israel, em decorrência da idolatria praticada e incentivada pelo rei. Jeroboão reinou por 22 anos, portanto sobreviveu a Roboão, e quando o filho de Roboão, Abias, assumiu o governo, Judá mais uma vez ajuntou forças para enfrentar Israel. No confronto, os 800 mil soldados de Jeroboão emboscaram os 400 mil soldados de Abias, mas o Senhor estava com Judá e apesar da superioridade numérica e da vantagem da estratégia de Israel, Israel saiu derrotado, tendo que contar 500 mil mortos, além de perderem cidades importantes como Betel. A derrota sinalizou o fim do reinado de Jeroboão, que veio a morrer logo depois. Seria sucedido pelo seu filho Nadabe em um curto reinado que encerraria a dinastia de Jeroboão.

Como veremos nos próximos estudos, o Reino de Israel carregou durante toda a sua história as consequências dessa idolatria implantada por Jeroboão e da reiterada disposição de não obedecer ao Senhor Deus. Apesar da existência do Reino do Norte ter sido menor que a do Reino de Sul em mais de um século, Israel também foi governada por 19 reis, de 9 diferentes dinastias. De nenhum deles Deus se agradou, devido a maldade e a infidelidade deles todos. Deus reiteradamente tentou recuperar Israel. Israel foi impactado pela vida e pregação de tantos profetas, como Elias, Eliseu, Amós e Oséias, mas a dureza do coração do povo foi maior. Continuaremos no nosso próximo encontro a considerar a história desse reino. Que Deus nos abençoe no estudo da Sua Palavra.

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