“Sou teu servo, dá-me entendimento, para que eu conheça os teus testemunhos” (v.l25). Esta expressão do salmista, rogando ao Senhor entendimento para conhecer Sua Palavra, é deveras significativa, porque só na condição humilde de servos podemos conhecê-la. Servo, aqui, é reconhecer que Deus é o Senhor de nossas vidas, é estar disposto a fazer o que Ele ordena, é desejar andar em Seus caminhos, desprezando o que Deus aborrece e abomina. Ser servo é amar a Palavra e o Senhor da Palavra, reconhecendo sua soberania e seu poder, a ponto de poder exclamar: “Quanto amo a tua lua lei! É a minha meditação todo dia” (v.97). E quanto mais o servo fiel ama a Palavra mais amará o seu Senhor e mais procurará fazer o que é correto.
Mas veja como o salmista começa a oração: “Sou teu servo”, significando que Deus era o seu proprietário. Aliás, o sentido correto do termo é “escravo”, ou seja: “eu não me pertenço” Creio que o segredo de nossas vitórias na vida cristã reside aqui. Se sou do Senhor, desejo sua presença, orientação, sua bênção, para não errar, porque agora tenho uma consciência cristã.
O saudoso pastor José dos Reis Pereira tomava a profissão de fé de uma empregada crente. A certa altura lhe perguntou: “Como sabe a irmã que Jesus vive agora em seu coração e é seu Senhor”? A jovem respondeu sorridente: “É que antes de aceitar Jesus eu varria a casa e punha o lixo debaixo do tapete, mas agora ponho tudo na lixeira”. A certeza de que pertencia a outro “dono”, produziu uma mudança de comportamento em seu modo de viver, pensar e agir.
Um dos hinos mais expressivos do Cantor Cristão diz: “Eis a escrava resgatava, grande preço Cristo deu. Não foi ouro nem foi prata, foi seu sangue que verteu” (402 do CC). A última vez que a Bíblia menciona a palavra servo é significativa, porque diz: “Nela (isto é, na Nova Jerusalém) estará o trono de Deus e do Cordeiro. Os seus servos o servirão” (Ap.22.3). Sirvamos ao Senhor aqui, para servi-lo por todo o sempre!