O Evangelho; escreveu o Bispo Horne, representa a Primavera por suas cores e flores. Ele reflete a alegria de um poder infinito que pode transformar cardos e espinhos em flores!
Outro autor retrata o Evangelho como anátemas da harpa celestial, música do rio da vida, marcando em ondas e cascatas de luz, algo da exuberância divina, concedida a mente e corações.
O Evangelho há de ser eternamente a boa notícia do amor de Deus, colocada ao alcance dos corações sensíveis pelo poder do Espírito Santo.
Os quatro Evangelhos abrem espaço para retratar, de alguma forma, o milagre da encarnação do Senhor.
Observemos, ainda que sucintamente, algo do sentido do Natal na mente dos evangelistas.
Marcos, o mais antigo dos Evangelhos, resumiu em uma pequena frase a imensidão do Natal.
“Principio do Evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus”.
Mateus trata o relato do nascimento de Jesus, a chegada do Evangelho até nós de modo diferente, partindo da genealogia de Jesus, começando em Abraão.
Ele retrata o cumprimento das Escrituras Divinas, como marca eloquente da boa notícia. Mateus comenta a dúvida de José e seu receio em ter de separar-se de uma jovem grávida, com quem não tivera relação sexual. Deus permitiu que isto acontecesse para tornar mais lindo e ainda mais significativo o nascimento de Seu Filho entre nós.
Jesus, forma latina do grego Iesous, corresponde ao Joshua ou Jeshua, para significar Salvador, aquele que oferece salvação. Mas o Evangelista descreve ainda sobre o Emanuel, Deus conosco, predito por Isaias ao anunciar o plano de Deus de fazer nascer de uma virgem o seu Filho Unigênito, nosso Salvador!
“Eis que uma virgem conceberá, e dará à luz um filho, e será o seu nome Emanuel” (Is 7.14).
Deus fez esta grande revelação ao desafiar o incrédulo rei Acaz e fazer-Lhe um pedido. Acaz não quis pedir-Lhe nada alegando que Deus não o faria e por isso, não iria tentar ao Senhor (Is 7.10-12).
É a única vez, na história do mundo, que uma virgem dá à luz. Nenhum cientista pode fazer isto, nenhum sábio, só Deus. E Deus fez.
Mateus foi além e anotou o feito dos Magos. Eles vieram do Oriente, andando sob a orientação de linda estrela celestial. O registo abre espaço para que se conheça a reação de Herodes Antipas, criatura vil que determinou matar o menino para salvar a sua reputação de rei! O idumeu foi vulto condenável por todos os padrões morais. Teve nove esposas, sem respeito a nenhuma delas.
Foi Mateus, o autor que registrou a frase impressionante:
“E chegou, e habitou numa cidade chamada Nazaré para que se cumprisse o que fora dito pelos profetas: Ele será chamado Nazareno” (2.23).
“Pode vir alguma coisa boa de Nazaré”? Foi frase proferida por Natanael e que reflete a pequena consideração dos judeus para com a cidade de Jesus. Nazaré era nada, mas Jesus colocou-a no alto dos conceitos do mundo pensante. Jesus transformou o desprezível e ali correm, nos dias de hoje, multidões de todas as partes do mundo.
Lucas, médico, fez um estudo, ele mesmo diz, pondo em ordem a narração dos fatos que se cumpriram, descrevendo-os depois de haver-se informado minuciosamente de tudo, desde o principio.
O primeiro capítulo da narrativa de Lucas é o nascimento de João Batista. Logo depois, há o anúncio do nascimento de Jesus Cristo, seguido da visita da virgem Maria à sua prima Isabel. Nasce João Batista, há o Cântico de Zacarias e então o nascimento de Jesus. Esta é a ordem dos acontecimentos segundo o evangelista Lucas, que escreveu sob o ponto de vista histórico. Ele parte da genealogia de Jesus, começando por José e retrocede até Adão.
Continuando, lembra um decreto que forçou José e Maria a se deslocarem do Norte, Nazaré, ao Sul, Belém, para o recenseamento. Na verdade, por detrás do decreto humano estava a mente de Deus no registro da palavra de seus profetas.
Lucas emoldurou pastores que estavam durante as vigílias da noite no campo cuidando do seu rebanho. Eles receberam a mensagem que anunciava Siló (possivelmente corruptela de Shalom – paz – conforme a profecia de Jacó em Gn 49.10) na terra e ouviram cânticos celestiais. Correram ao estábulo para contemplar o menino na manjedoura!
Mais tarde, os Magos encontraram-no já em casa. Somente os humildes pastores tiveram o privilégio da primeira visita!
João recua no tempo e no espaço para marcar o ponto de toque do Natal: “No principio era o VERBO”.
João coloca o “Verbo” no principio com Deus. Antes do mundo e de Moisés, antes da Bíblia, o Logos estava com Deus.
Pressinto, no universo de leitores, alguns que verão o Cristo com os olhos de Mateus, Marcos, Lucas, João ou Paulo! A todos os que O aceitam como Senhor e Salvador; a estes, Jesus revela a graça e a verdade, pela experiência da salvação pessoal.
David Gomes Em: Natal, o Maior Presente Editora Ebar – adquira o seu exemplar