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MENSAGEM III - POR QUE EXISTE O MAL?

SÉRIE DE MENSAGENS PERGUNTAS DIFÍCEIS DA BÍBLIA Olá. Meu nome é Valtair Miranda, e estou de volta com você numa série de mensagens em torno de PERGUNTAS DIFÍCEIS DA BÍBLIA. A pergunta de hoje é: POR QUE EXISTE O MAL? Existe um argumento antigo contra a existência de Deus baseada na existência do mal, como o seguinte: 1. Um Deus bom impediria o mal. 2. Um Deus soberano poderia impedir o mal. 3. O mal existe. 4. Portanto, um Deus bom e soberano não existe. Isso é o problema, que chamamos de teodicéia, ou o problema da justiça de Deus. Talvez não haja uma resposta completa à pergunta: Por quê? Por que isso aconteceu a mim? Por que eu estou sofrendo? Deus não se importa? A teodicéia é um dos problemas mais difíceis na teologia, e um assunto muito discutido neste século. Podemos crer na providência de Deus num mundo que experimentou o holocausto dos seis milhões de judeus? É difícil, mas há alguns temas na Bíblia que me ajudaram muito e alguns livros e autores que eu vou mencionar. Não temos que enfrentar estes problemas sozinhos. Temos a Bíblia e os pensamentos de muitas pessoas na história para nos ajudar. Podemos sugerir estes temas para explicar pelo menos parcialmente o problema do mal: a) A liberdade humana é responsável pela maior parte do mal no mundo, talvez 90% ou mais. É difícil manter que mesmo um Deus bom e soberano podia criar os seres humanos com liberdade real sem a possibilidade do mal. Mas Deus correu o risco. Ele sabia que, em nosso caso, a possibilidade do mal se tornaria a realidade do mal, por causa da escolha humana, mas mesmo sabendo tudo isso e sabendo o preço que ele pagaria para redimir os homens, ele nos criou esta liberdade. Por quê? Acho que porque ele pensou que valeria a pena, o risco seria digno. Ele queria criar criaturas que pudessem ter comunhão com ele, não porque ele precisasse da comunhão com eles, mas porque a comunhão com Deus é a melhor benção possível, e ele queria dar esta benção a algumas das criaturas. Então, ele criou um tipo de ser à sua imagem, com liberdade e a possibilidade de ter comunhão com Deus. Se tivéssemos uma reclamação contra Deus, é que Ele nos deu liberdade demais – liberdade para destruir nossa vida e a dos outros. E uma coisa séria ser um ser humano, com esta liberdade real. Temos a responsabilidade pelas nossas almas. De fato, o problema do mal é um problema somente porque os seres humanos são livres para fazer perguntas e mesmo para criticar o seu Criador. Se Deus nos tivesse feito máquinas e não seres humanos com liberdade, não estaríamos discutindo esta pergunta. Ele pensou que a comunhão conosco valeria a pena. Por isso, ele nos criou com a capacidade de fazer o mal, porque é parte inseparável da liberdade e a liberdade é necessária para a comunhão. Por isso, ele sofreu tanto, não somente na cruz, mas hoje, quando ele olha para este mundo cheio do mal, as suas criaturas destruindo umas as outras, é uma causa da muita tristeza, muita dor no coração de Deus. Ele pensou que somos dignos de tudo. Sofremos não porque ele não nos ama, mas porque ele nos ama demais, porque ele nos ama tanto que ele nos criou para comunhão com ele, e esta criação incluiu a possibilidade do mal. Ele não nos valoriza só um pouco, mas demais. (Veja o livro C. S. Lewis, O Problema do Sofrimento, cap. 3, para uma explicação mais completa desta ideia). A liberdade humana é o fator maior no problema do mal. b) Algum mal é necessário para desenvolver algumas virtudes, como paciência, a disposição para sacrificar, para perdoar, etc. Com estes dois temas, podemos responder ao argumento que consideramos anteriormente, como o seguinte: 1. Um Deus soberano pode vencer o mal. 2. Um Deus bom vai vencer o mal. 3. O mal não está vencido........... ainda. 4. Portanto, o Deus bom e soberano vai vencer o mal, depois ele usa o mal para cumprir os seus propósitos, para realizar alguma coisa melhor do que a não-existência do mal. Na história da filosofia, este é conhecido como o argumento “o melhor argumento”. Este mundo não é o melhor mundo possível, com a existência das criaturas livres (a posição de Agostinho e outros). Mas é o melhor caminho para o melhor mundo possível (a posição de Aquino e outros). O melhor mundo possível é o céu. Mas a existência lá no céu é possível somente para as pessoas livres, que já escolheram rejeitar o mal e aceitar o bem, que já escolheram confiar no Criador, que podem desenvolver algumas virtudes por causa do conhecimento do mal. Na minha opinião, no momento da morte nossa escolha para o bem é estabelecida, fixada permanentemente. Parte da transformação que experimentamos é a crucificação final, definitiva da carne, da natureza velha. Quando aceitamos Cristo como Salvador, crucificamos a carne (Gal. 5:24), mas ela é difícil de matar. No momento da morte ou a volta de Jesus, seremos transformados (I Cor. 15:51, I Jo. 3:2), chegaremos o fim do processo da crucificação da carne, e por causa disso, teremos a liberdade no céu, mas sem a possibilidade do pecado, porque não há nada em nossa natureza que nos fará ceder à tentação. Deus vai confirmar a escolha que fizermos na terra para sempre no céu. Este mundo não é o melhor possível, mas é o melhor caminho, porque neste mundo, criaturas livres com o conhecimento do mal e do bem podem fazer uma escolha decisiva, podem desenvolver algumas virtudes, possível só por causa da experiência do mal, e, além disso, podem conhecer a salvação de Deus do poder do mal e o perdão e a graça de Deus que faz tudo isso possível.

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