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"A REVELAÇÃO DE DEUS”.

João cap. 1

Elaborado por Gerson Berzins gberzins@ceoexpress.com

Caros ouvintes, começamos hoje uma nova série de estudos bíblicos, buscando explorar o ultimo dos evangelhos que temos na Bíblia, o de João. O Evangelho segundo João se diferencia significativamente dos outros três evangelhos. Mateus, Marcos e Lucas são conhecidos como evangelhos sinóticos, visto que apresentam o relato da vida de Jesus de maneira bastante similar. João, por outro lado, enfatiza o aspecto teológico, procurando demonstrar Jesus como o Filho de Deus, sendo relativamente poucos os fatos que João apresenta que são também encontrados nos outros evangelhos. O evangelho de João se nos apresenta mais como um sermão a respeito de Jesus, do que um relatório da sua vida. E isto o torna precioso e de grande valia para o nosso melhor entendimento de Jesus Cristo, o Filho de Deus. O objetivo desta obra está claramente apresentado no cap.20 v.30 e 31: “Jesus, na verdade, operou na presença de seus discípulos ainda muitos outros sinais que não estão escritos neste livro; estes, porém, estão escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome.” Com humildade de coração e desejo de apropriar um pouco mais da significativa mensagem do evangelho de João para nós, vamos ao seu estudo. Oramos para que o Espírito Santo atue, vivificando em nós a perfeita compreensão do ministério e obra de Jesus Cristo, Nosso Senhor e Salvador. Que esta seqüência de estudos possa ser a oportunidade de mais uma vez agradecer a Deus pela maravilhosa salvação que nos propiciou. Que de igual modo, possamos re-confirmar nosso compromisso de vida com a causa de Cristo, e que esta possa ser mais uma oportunidade de proclamar bem alto que há vida em Jesus. Os primeiros dezoito versos do capitulo 1 formam o prefácio do livro, e este prefacio já nos revela muito da intenção e da metodologia do autor. Lembramos que os evangelhos de Mateus e Lucas começam apresentando a encarnação de Jesus, descrevendo o seu nascimento e a sua genealogia humana. João começa de uma perspectiva diferente. Quer ressaltar a divindade de Jesus, nos apresentando o Verbo. Os cinco primeiros versos não nos deixam dúvida a respeito do Verbo: fonte da vida, princípio de todas as coisas, criador de todas as coisas, sem o Verbo nada poderia ter sido feito. O Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus. Naturalmente, esta declaração introdutória de João nos remete para o capítulo 1 de Gênesis: “Disse Deus: Haja luz e houve luz.” (Gn.1.3). O poder da Palavra de Deus não era um conceito novo que João estava trazendo. O canto do Salmo 33, no verso 6 já expressou a mesma idéia “Pela palavra do Senhor foram feitos os céus, e todo o exército deles pelo sopro da sua boca.” O que João queria destacar era a encarnação do Verbo, como apresentado no v.14: “E o verbo se fez carne, e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade; e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai.” O Jesus Cristo que João começava a apresentar era o verdadeiro Filho de Deus, presente na criação do mundo, e que não podia ser dissociado do Pai, como João mesmo nos lembra mais adiante no capítulo 10, verso 30. Outra verdade que João apresenta neste seu prefácio, e que será aprofundada ao longo do livro é a rejeição do Filho de Deus encarnado: “Estava ele no mundo, e o mundo foi feito por intermédio dele, e o mundo não o conheceu. Veio para o que era seu, e os seus não o receberam.” (v.10-11). A questão fundamental que o prefácio enfatiza e que nos indica o objetivo da obra de João, e que, embora rejeitado por muitos, o Filho de Deus foi aceito por outros, e a benção que estes alcançaram por reconhecer o Deus encarnado são de grande expressão: “Mas a todos quantos o receberam, aos que crêem no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus.” (v.12-13). É precisamente esta realidade que é o cerne da nossa fé. Por reconhecer o Cristo encarnado como o Filho de Deus nos tornamos co-herdeiros dEle (Rm.8.17). A encarnação do Verbo nos revela o próprio Deus, que de outra maneira não pode jamais ser conhecido (v.18). A lembrança desta realidade espiritual, tão clara e tão essencial à nossa fé, somente deve ser motivo de gratidão a Deus. Juntamo-nos ao evangelista para declarar: “Pois todos nós recebemos da sua plenitude, e graça sobre graça.”(v.16). Se algum dos ouvintes ainda não atentou para esta realidade espiritual que João tão significativamente apresenta, não continue neste estudo, sem antes reconhecer o Verbo que se fez carne e habitou entre nós. Não permaneça entre aqueles que continuam rejeitando o Filho de Deus. Concluída a revisão deste prefácio, que não deixa de ser um belo hino apresentado a verdade espiritual mais importante que devemos saber, João começa os seus relatos de apresentação de Jesus, o filho de Deus. A seqüência inicia-se com o relato do testemunho de João Batista, o precursor, que já foi mencionado no prefácio. A pregação destemida e algo inusitada de João Batista arregimentava seguidores e levantava dúvidas nos líderes religiosos, mas João permanecia fiel à sua missão de anunciador do Messias, e quando viu a Jesus testificou: “Eis o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.” (v.29). É dentre os seguidores de João Batista que surgiram os primeiros discípulos de Jesus. Os irmãos Simão Pedro e André, ao ouvirem o testemunho de João a respeito do Cordeiro de Deus, decidiram passar a segui-lo, confessando: “Havemos achado o Messias”(v.41). A respeito deste episódio, é interessante compara-lo com a chamada dos primeiros discípulos nos evangelhos sinóticos. Naqueles, imediatamente após a chamada de Simão e André, registra-se a chamada de dois outros irmãos, Tiago e João. A omissão dessa segunda chamada no evangelho de João, para muitos comentaristas é evidência de que o autor desta obra é João, o discípulo de Jesus, que por não buscar a auto-promoção, omite ou dissimula fatos relacionados à sua pessoa. O primeiro capítulo se encerra com a convocação de mais dois discípulos: Filipe e Natanael. E assim chegamos ao final do primeiro capítulo do evangelho de João. Que Deus abençoe o estudo da Sua Palavra e que persistamos em permitir que o Seu Espírito nos ilumine na correta compreensão das verdades eternas.

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