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MARCOS 2:1-12 (Mateus 9:1-8; Lucas 5:17-26)
V.1 –Dias depois, entrou Jesus de novo em Cafarnaum, e logo correu que ele estava em casa. V.2 – Muitos afluíram para ali, tantos que nem mesmo junto à porta eles achavam lugar; e anunciava-lhes a palavra. V.3 – Alguns foram ter com ele, conduzindo um paralítico, levado por quatro homens. V.4 – E, não podendo aproximar-se dele, por causa da multidão, descobriram o eirado no ponto correspondente ao em que ele estava e, fazendo uma abertura, baixaram o leito em que jazia o doente. Vendo-lhes a fé, Jesus disse ao paralítico: Filho, os teus pecados estão perdoados.
Marcos começa a sua narrativa dizendo que, alguns dias depois, Jesus entrou em Cafarnaum. Mateus diz muito apropriadamente que Ele foi para a Sua “própria cidade”. De fato, quando deixou Nazaré, Ele foi morar naquela cidade que se tornou o ponto central das Suas atividades na Galiléia. Marcos acrescenta que souberam que Ele estava em casa e que muita gente foi para lá, para ouvir a Sua pregação. Lucas informa que achavam-se assentados ali fariseus e mestres da Lei (escribas) vindos tanto da Galiléia como da Judéia e até de Jerusalém. Estes personagens estavam preocupados com a influência que Jesus exercia sobre o povo, e queriam testar as Suas palavras. Como representantes das autoridades judaicas, eles precisavam colher informações para estabelecer um julgamento a Seu respeito.
O texto não fala que a afluência do povo se deu em busca de milagres e, sim, por causa do anúncio da Palavra. Entretanto surgiram alguns que levavam um paralítico carregado por quatro homens. Mas, devido ao acúmulo de gente apinhoada na porta da casa, eles não conseguiam chegar até Jesus. Então, usando da imaginação, no desejo incontido de colocar o doente diante do Mestre, eles subiram pela escada externa que conduzia ao terraço, retiraram as placas da cobertura e desceram o paralítico entre as vigas, na própria cama, por meio de cordas. Embora a operação não fosse tão difícil devido à técnica de construção das casas naquele tempo, a idéia deu tão certo que Jesus aprovou a fé deles. O Mestre não reclamou de entulho caindo, nem de demolição da casa. Se era de Pedro, de Maria, Sua mãe ou, se alugada, não sabemos. Mas Ele disse simplesmente que os pecados daquele homem estavam perdoados.
V.6 – Mas alguns dos escribas estavam assentados ali e arrazoavam em seus corações: V.7 – Por quê fala ele deste modo? Isto é blasfêmia! Quem pode perdoar pecados,senão um, que é Deus? V.8 – E Jesus percebendo logo por seu espírito que eles assim arrazoavam, disse-lhes: Por quê arrazoais sobre estas cousas em vossos corações? V.9 – Qual é mais fácil, dizer ao paralítico: Estão perdoados os teus pecados, ou dizer: Levanta-te, toma o teu leito, e anda? V.10-Ora, para que saibais que o Filho do homem tem sobre a terra autoridade para perdoar pecados – disse ao paralítico: V.11-Eu te mando: Levanta-te, toma o teu leito, e vai para tua casa. V.12-Então ele se levantou e, no mesmo instante, tomando o leito, retirou-se à vista de todos, a ponto de se admirarem todos e darem glória a Deus, dizendo: Jamais vimos cousa assim.
O veredito de Jesus foi tão inesperado que escandalizou os escribas e fariseus. Por isso eles o encararam como um blasfemo. Eles estavam certos ao pensar que só Deus pode perdoar pecados. O erro estava no fato deles não reconhecerem quem era Jesus. Como representantes do Sinédrio, eles tinham, entre outras atribuições, a de cuidar dos falsos profetas. Assim, eles estavam muito atentos ao que Jesus dizia, para ver se o apanhavam em alguma falta. É muito provável que eles tivessem sido enviados para lá com esta intenção.
Conhecendo o que se passava na mente dos Seus opositores, Jesus lhes fez um desafio, perguntando: “Qual é mais fácil, dizer ao paralítico: Estão perdoados os teus pecados, ou dizer: Levanta-te, toma o teu leito e anda”?. O pensamento dos judeus naquela época, como acontece com muitas pessoas ainda hoje, é que as doenças vêm como consequência do pecado e que a cura só vem após o perdão (cf João 9:2). Então, para mostrar a Sua autoridade de perdoar pecados, Ele curou o paralítico à vista de todos. Com isto, aqueles adversários deviam saber que, realmente, Ele é o Filho do Homem, isto é, o Messias.
Este episódio marca o início dos conflitos e das perseguições que acabaram levando à morte o Filho de Deus. Em Marcos 3:16 vemos como cresce a oposição que Ele teve de enfrentar.
(continua)