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LUCAS 6:6-11 (Mateus 12:9-13; Marcos 3:1-4)
V.6 – Sucedeu que, em outro sábado, entrou ele na sinagoga e ensinava. Ora, achava-se ali um homem, cuja mão direita estava ressequida. V.7 – Os escribas e os fariseus observavam-no, procurando ver se ele faria a cura no sábado, a fim de acharem de que o acusar. V.8 – Mas ele, conhecendo-lhes os pensamentos, disse ao homem da mão ressequida: Levanta-te, e vem para o meio; e ele, levantando-se, permaneceu de pé. V.9 – Então disse Jesus a eles: Que vos parece? É lícito no sábado fazer o bem ou mal? Salvar a vida ou deixá-la perecer? V.10-E, fitando a todos ao redor, disse ao homem: Estende a mão. Ele assim o fez, e a mão lhe foi restaurada. V.11-Mas eles se encheram de furor e discutiam entre si quanto ao que fariam a Jesus.
Não se sabe qual era esta sinagoga na qual Jesus entrou, mas sabe-se que era na Galiléia e, possivelmente em Cafarnaum. Ali estava uma delegação de escribas e fariseus, provavelmente enviados com a missão específica de ver se Ele curava no sábado. Encontrava-se ali, também, um homem que tinha a mão direita ressequida e, portanto, estava impossibilitado de exercer o seu trabalho profissional. Jerônimo (347-419 D.C.), que traduziu a bíblia do Hebraico e do Grego para o Latim, na versão chamada “Vulgata Latina”, comentando a passagem de Mateus 12:13, diz que se tratava de um pedreiro especializado em reboco e estuque e que, portanto, dependia das mãos para trabalhar.
Os fariseus pensavam tão somente em achar um motivo de condenação para Jesus e não atentavam para a necessidade daquele homem. A pergunta de Jesus em Marcos 3:4 e Lucas 6:9 reflete tanto a intenção de Jesus em relação àquele homem, quanto a intenção dos fariseus em relação a Jesus. O Senhor queria fazer o bem àquele homem e salvar-lhe a vida, enquanto os fariseus queriam fazer o mal a Jesus e matá-lo. Isto os colocou numa situação impossível de responder à pergunta do Mestre. Por isso eles ficaram em silêncio.
Mateus usa a parábola da ovelha caída em uma cova em dia de sábado para mostrar que o seu dono devia fazer todo o esforço possível para salvá-la. Quanto a isto eles não faziam nenhuma objeção, pois os judeus tinham um carinho muito especial por aqueles animaizinhos (cf Lucas 15:4-6). Daí a pergunta retórica de Jesus em Mateus 12:12 “Ora, quanto mais vale um homem que uma ovelha?”, para afirmar que um homem (feito à imagem e semelhança de Deus) vale muito mais que uma ovelha. A conclusão lógica é que a cura no sábado era perfeitamente lícita.
Ao chamar aquele homem para o meio da assembléia, Jesus, profundamente comovido pela dureza dos corações dos seus adversários, desafiou-os olhando firmemente para eles e ordenou ao homem que estendesse a mão. Confiando no Mestre e sem importar-se com a opinião dos fariseus ele obedeceu a Jesus e a sua mão foi restaurada.
A dureza de coração que Jesus notou em muitos que estavam ao seu redor é uma oposição carnal ao propósito de Deus. Isto Ele observou também em outras ocasiões, no povo (João 12:37-40) e até nos próprios discípulos (Marcos 8:14-21, 31-33).
Na cura daquele homem observamos claramente o resultado de um binômio inseparável que é: “obediência e fé”. Ele foi para o meio da congregação em obediência a Jesus, enfrentando a oposição de muitos dos presentes, porque tinha fé (confiança) que Ele podia curá-lo.
Neste episódio Marcos observa que a perseguição a Jesus intensificou-se porque, agora, os fariseus se compactuaram com os herodianos, seus antigos inimigos, para tirar a vida de Jesus. Embora houvesse muitos escribas pertencentes ao partido político de Herodes, os fariseus não se davam com os herodianos porque estes eram pouco zelosos da Lei. Portanto, este foi um pacto oportunista e meramente político.