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RESSURREIÇÃO E VIDA

Queridos irmãos e amigos ouvintes, o tempo passou e já estamos na ultima lição desta série trimestral de estudos sobre o Evangelho de João. Junto com a gratidão a Deus pela oportunidade de poder meditar na Sua Palavra, vai também a gratidão à atenção dos ouvintes que acompanharam estes estudos. Sabemos que a Palavra de Deus é viva e eficaz (Hb.4.12), e tão somente a sua leitura e reflexão é suficiente para que o Deus da Palavra nos fale. O nosso desejo, portanto, é que estas oportunidades que tivemos de nos encontrar ao redor do texto de João tenham sido ocasiões para o Espírito Santo nos ensinar a respeito de toda a verdade (Jo.14.26).

Restam-nos hoje os dois capítulos finais desse Evangelho, os de numero 20 e 21.

Antes do por do sol da sexta feira da Páscoa, hoje conhecida como a sexta feira da paixão, o corpo do Senhor Jesus Cristo foi retirado da cruz, e sepultado por José de Arimatéia e Nicodemos naquele tumulo novo, localizado em um jardim. A narrativa de João continua no domingo de manhã, nos apresentando o testemunho vibrante daqueles que em primeira mão se deram conta de que algo extraordinário tinha ocorrido.

O autor desse evangelho nos apresenta quatro relatos de aparições do Cristo ressurrecto. O primeiro a Maria Madalena, e os demais aos discípulos, em diferentes grupos. Se não temos dificuldade de entender que o outro discípulo, ou o discípulo a quem Jesus amava, se refere ao autor desse relato, devemos nos aperceber que João apresenta tão somente o seu testemunho pessoal do que viu. É claro, não estava presente no primeiro dos relatos, de Maria Madalena, mas ouviu o ocorrido da boca da própria. Revejamos a seqüência dos acontecimentos. Domingo de madrugada. Algumas mulheres, Maria Madalena entre elas, foram ao sepulcro para cuidar do corpo de Jesus, mas no caminho ficaram preocupadas como viriam a remover a grande pedra que guardava o tumulo, e que fora selada por ordem de Pilatos, como nos relatam os outros evangelhos. A grande surpresa foi que ao se aproximarem do jardim perceberam que o sepulcro estava aberto, e então correram até Simão Pedro, e o outro discípulo expressando o seu espanto com o que consideravam ser o roubo do corpo. Os dois discípulos dispararam em direção ao tumulo, - o curioso é que o autor faz questão de informar que o outro discípulo era melhor corredor que Pedro - e assim chegou primeiro. Ficou atônito e paralisado com a cena, dando oportunidade para Pedro chegar, ser o primeiro a adentrar o sepulcro cravado na rocha e perceber que o lenço que cobria a cabeça do Mestre estava ainda enrolado. Era uma clara evidencia de que o corpo não foi transportado para outro lugar. O testemunho ocular da cena os levou a crerem de que de fato algo maravilhoso tinha acontecido, e não era caso de roubo do corpo. No entanto, não conseguiam ainda entender o que de fato ocorrera.

Maria Madalena foi a primeira a se encontrar com Jesus, após a ressurreição. João nos relata os detalhes desse encontro. Como ela em principio tomou o Mestre pelo jardineiro, estava ainda pesarosa com a idéia de que o corpo tinha sido roubado. Foi preciso que Jesus se identificasse, chamando-a pelo nome para que percebesse o que estava ocorrendo. E ela foi ao encontro dos discípulos para testemunhar o que vira. Marcos nos acrescenta um significativo detalhe nesse episódio, informando que os discípulos não creram nesse testemunho, por causa do passado dessa mulher, de quem tinham sido expulsos sete demônios.

À tarde do mesmo domingo, alguns discípulos estavam reunidos a portas fechadas, e Jesus pôs-se no meio deles. Esse é o relato da segunda aparição.

A terceira aparição viria a ocorrer oito dias depois, em um grupo de discípulos que incluía Tome. Este discípulo não presenciou a primeira aparição, e ao ouvir o testemunho dos que a presenciaram não creu, dizendo que precisaria ver os sinais dos cravos nas mãos do Mestre para crer que realmente Ele tinha ressuscitado. Nessa terceira aparição, Tomé teve a oportunidade de vencer sua incredulidade. “Disse-lhe Jesus: Porque me viste, creste? Bem aventurados os que não viram e creram.” (20.28).

A quarta e última aparição do Cristo ressurrecto que João nos apresenta está relatada no capitulo final do evangelho. Ocorreu às margens do mar de Tiberíades, na Galiléia, envolvendo um grupo de sete discípulos. Inicialmente, a presença do Mestre não foi identificada, mas depois que Ele ordenou um novo lançamento da rede, ainda que a noite ao mar não tinha propiciado nenhum peixe capturado. Eles obedeceram e então puxaram para a terra a rede repleta. Comeram com o Mestre, receosos ainda de entabular uma conversação com Jesus. Jesus se tornou para Pedro e lhe indagou por três vezes: “Tu me amas?” , dessa maneira trazendo à lembrança a tríplice negação de Pedro, ocorrida na casa de Anás e Caifás, depois da prisão do Mestre. Jesus buscava a restauração de Pedro, exortando-o a apascentar as ovelhas, os fiéis a Jesus, que agora, sem a presença do Mestre precisavam de cuidado.

O relato desse evangelho termina com considerações sobre o futuro que estava reservado a Pedro, e ao discípulo amado. A certificação de verdade do relato é nos apresentado pelas palavras finais: “ Este é o discípulo que dá testemunho destas coisas e as escreveu; e sabemos que o seu testemunho é verdadeiro. E ainda muitas outras coisas há que Jesus fez; as quais, se fossem escritas, uma por uma, creio que nem ainda no mundo inteiro caberiam os livros que se escrevessem.” (21.24-25).

Diferentemente dos outros evangelhos, João não relata nem a ascensão de Jesus aos céus, nem a ordem de Jesus com referência à grande comissão, o Ide.

E assim chegamos ao fim dessa revisão do Evangelho de João. Este é o evangelho do Filho Unigênito de Deus, o Deus encarnado, que, embora estava com Deus, embora era Deus, se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória. Cumpriu o seu ministério. Pela morte nos reconciliou com o Pai. Venceu a morte, nos abrindo o caminho para a vida eterna. Foi glorificado, e voltou ao Pai, para preparar-nos um lugar. Virá outra vez, para nos buscar, para que onde Ele estiver, estejamos nós também.

Que esta mensagem da graça de Deus seja real para cada um de nós e continuadamente nos anime no propósito de servir ao Senhor e anunciar o Seu amor pela humanidade.

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