OS RICOS DE LUCAS
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OS RICOS DE LUCAS

ANDANDO COM JESUS

OS RICOS DE LUCAS 6:24-26

V.24 – Mas ai de vós, os ricos! porque tendes a vossa consolação. V.25 – Ai de vós os que estais agora fartos! porque vireis a ter fome.Ai de vós os que agora rides! porque haveis de lamentar e chorar. V.26 – Ai de vós, quando todos vos louvarem! porque assim procederam seus pais com os falsos profetas

Os ricos desse parágrafo são postos em contraste com os pobres do parágrafo anterior, porque neste mundo eles já recebem a sua consolação(Lucas 16:25); pois não têm fome, passam a vida rindo e procuram o louvor dos falsos profetas. Estes ricos estão condenados por causa da sua atitude contra os homens e contra Deus. Tiago 2:6 confirma: “Entretanto, vós outros menosprezastes o pobre. Não são os ricos que vos oprimem, e não são eles que vos arrastam para tribunais? Não são eles os que blasfemam o bom nome que sobre vós foi invocado?” O perfil desses ricos é traçado em Tiago 5:1-6.

Ser pobre não é requisito para entrar no reino de Deus. O importante é ser rico em fé. Ser rico não é impedimento para entrar no reino. O importante é ser humilde de espírito (Lucas 18:24-27).

O PAPEL DOS DISCÍPULOS, COMO EXEMPLO PARA AS MULTIDÕES MATEUS 5:13-16 (Marcos 9:49-50; Lucas 14:34-35)

V.13 – Vós sois o sal da terra; ora, se o sal vier a ser insípido, como lhe restaurar o sabor? Para nada mais presta senão para, lançado fora,ser pisado pelos homens. V.14 – Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder a cidade edificada sobre um monte; V.15 –nem se acende uma candeia para colocá-la debaixo do alqueire, mas no velador, e alumia a todos que se encontram na casa. V.16 –Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus.

As bem-aventuranças que Jesus pronunciou na introdução do Sermão do Monte estão ligadas a traços de caráter dos filhos do reino. Mas nem todos naquelas multidões heterogêneas tinham os atributos apontados pelo Mestre. No entanto Ele amava a todos e o Seu objetivo era alcançá-los (Mateus 9:36-38). Como Ele faria isto? Seria através daqueles discípulos que estavam mais próximos d’Ele! Estes deveriam exercer influência sobre aqueles que estavam mais distantes. O que se deduz é que as palavras dos versos 13 a 16 não foram dirigidas às multidões, mas àquele grupo dos mais chegados que, por força do caráter cristão, podiam induzir os outros à fé em Cristo (cf Mateus 10:5-15; Lucas 10:1-12).

Até aqui Jesus tinha falado a respeito do caráter dos Seus verdadeiros discípulos, que são os cidadãos do reino dos céus. Daqui por diante Ele passa a falar da conduta destes filhos do reino, isto é, do seu comportamento, como o modo mais prático e visível de desenvolver um trabalho concreto e efetivo no meio do povo. Pois, o ministério dos filhos de Deus no mundo não é uma opção, mas uma responsabilidade permanente e indispensável. É isto que Jesus quer esclarecer ao usar as metáforas do sal, da luz e da cidade edificada sobre um monte, para exemplificar a evidência dos Seus discípulos na sociedade.

A função dos crentes é influenciar o povo para livrá-lo da corrupção e das paixões que há no mundo e levá-lo ao conhecimento das virtudes de Cristo (cf I Pedro 2:9; II Pedro 1:4). Agindo dessa maneira, os verdadeiros cristãos manifestam diante dos cidadãos do mundo as características próprias dos cidadãos do reino celestial. Mas como é possível fazer isto? Resposta: vivendo vidas de qualidade moral e espiritual que levem os incrédulos a reconhecerem a presença de Deus nas suas obras e, assim, venham a glorificar o Pai Celeste. Este tipo de vida que cabe aos filhos de Deus viverem é o assunto de que Jesus trata agora, até o verso 14 do capítulo 7.

Todos conhecem as propriedades do sal como a gente conservador e ingrediente de sabor para os alimentos. Tal como acontece quando esta substância é adicionada aos alimentos, o papel dos verdadeiros cristãos na sociedade é preservar os valores morais e espirituais, evitando a corrupção e induzindo a uma vida saudável, agradável e abundante na presença de Deus. Como é possível imaginar o que seria o mundo de hoje, se o cristianismo tivesse sucumbido no primeiro século? Nunca nenhum filósofo ou religioso, nenhuma ciência ou tecnologia contribuiu tanto para o bem da humanidade como os ensinos de Cristo transmitidos pela igreja.

Ela tem perseverado e não perdeu o sabor, como alguns tipos de sal de menor teor de pureza provenientes de jazidas minerais como havia naquela época, os quais com o tempo se tornavam inúteis e tinham que ser lançados fora. Os judeus que se opunham a Jesus tornaram-se inúteis no plano de Deus e por isso foram lançados fora (Mateus 8:11-12). Mas os discípulos de Jesus não podem ser lançados como pavimento nas ruas e logradouros públicos, nem nas passarelas de agricultores, para serem pisados pelos homens. Isto é o que se fazia naquela época com os sais de baixa qualidade. Espiritualmente, isto significa que o ministério da igreja de salvar o mundo é permanente e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Assim como não faz sentido falar de “sal sem sabor”, também não faz sentido falar de um cristianismo sem ação, que não esteja empenhado, com sua influencia, na salvação do mundo.

As afirmações de Jesus nos versos 14, 15 e 16, têm como fundamento a verdade que Ele declarou aos discípulos: “Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo” (João 9:5). Consequentemente os discípulos devem ser como Ele é. Os judeus daquela época estavam acostumados com a ideia de que “Jerusalém era a luz dos gentios, mas ela mesma era iluminada por Deus, porque Ele havia acendido a lâmpada de Israel”. Para a igreja, o significado das palavras do Mestre é que os discípulos não têm luz própria para iluminar os homens, mas eles devem refletir a luz de Cristo.

A razão de ser da luz é que ela seja vista e que alumie os homens na casa, e não esteja escondida. Portanto os discípulos não devem viver clandestinamente, mas abertamente para serem vistos por todos e para iluminar a todos, a fim de servirem de guias e de sentinelas que alertem a respeito de possíveis perigos.

Assim, o ministério da igreja é para ser percebido por todos, como ilustra a figura da cidade edificada sobre o monte e a figura da candeia. Não há como esconder uma cidade edificada sobre um monte. Igualmente, nenhum homem de bom senso acenderia uma candeia para colocá-la debaixo de uma vasilha para escondê-la, ao invés de suspendê-la no velador, para iluminar os que estão na casa. Não é possível imaginar que os cristãos vivam apagados, sem manifestar-se no meio daqueles que estão dentro da sua área de influência. Todos devem agir, resplandecendo como luzeiros no mundo (Filipenses 2:15). A lógica é a seguinte: Cristo é “a verdadeira luz que vinda ao mundo, ilumina a todo homem” (João 1:9). Se somos iluminados por Ele, devemos refletir a Sua luz diante dos homens, para que eles glorifiquem a Deus, vendo o nosso bom trabalho em prol da salvação da humanidade.

A exortação de Jesus no verso 16 descarta todo tipo de ministério que tem o objetivo de pôr em evidência qualquer igreja, qualquer equipe de obreiros, qualquer indivíduo ou qualquer intenção que não seja glorificar a Deus. Em resumo, todas as propriedades do sal e da luz contidas nas metáforas criadas por Jesus devem estar presentes na vida da igreja, para caracterizar a sua atuação no mundo para o qual ela é enviada, conforme Jesus roga na Sua oração sacerdotal em João 17:15-21: “Não peço que os tires do mundo; e, sim, que os guardes do mal. Eles não são do mundo como também eu não sou. Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade, Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo. E a favor deles eu me santifico a mim mesmo, para que eles também sejam santificados na verdade. Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em mim, por intermédio da sua palavra; a fim de que todos sejam um; e como es tu ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste”.

E tudo seja feito para a glória de Deus.

As passagens paralelas de Marcos 9:49-50 e Lucas 14:34-35, embora estejam aplicadas a outros contextos, não perdem o significado que os discípulos de Cristo precisam estar preparados para exercer sua influência no mundo, como se tivessem sido salgados a fogo, para temperar a vida da humanidade, e torná-la agradável a Deus, como o sal torna agradáveis os alimentos. Só assim é possível conviver num ambiente de paz, até entre os próprios discípulos. Se, por acaso, acontecer deles perderem a fibra, então eles serão como o sal que se tornou insípido e não serve mais, nem para adubo, nem para ser adicionado ao lixo, mas só serve para ser descartado.

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