PREPARANDO OS SEUS SEGUIDORES
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PREPARANDO OS SEUS SEGUIDORES

TEXTO: Mateus 10 e 11

É com muita satisfação que eu me dirijo novamente aos leitores, saudando a todos com a graça e a paz do Senhor Jesus.

Prosseguindo com o nosso estudo, vamos nos deter hoje sobre um aspecto da vida no reino de Deus que envolve a missão dos seguidores de Jesus.

A nossa participação no reino de Deus nos contempla com a salvação eterna, pela fé em Jesus Cristo, com as bênçãos decorrentes do poder e do domínio de Jesus sobre as adversidades, com a vida abundante que Jesus veio trazer, mas também com o privilégio de um chamado e uma missão a cumprir, como discípulos que somos de Jesus.

No final do capítulo 9, Mateus relata um momento do ministério de Jesus que muito emociona e fortalece o nosso coração, tal a compaixão do Senhor pelas necessidades humanas. As de ordem física e material, as de natureza espiritual. O texto diz assim: “E percorria Jesus todas as cidades e aldeias, ensinando nas sinagogas deles, e pregando o evangelho do reino, e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo. E vendo a multidão, teve grande compaixão deles, porque andavam desgarrados como ovelhas que não têm pastor” (Mateus 9:35-36), fazendo nesta parte final uma citação de Números 27:17 e Ezequiel 34:5.

E, então, segue-se no capítulo 10 uma providência adotada pelo Senhor Jesus em socorro ao ser humano.

O Senhor chamou os seus discípulos que, até então, eram chamados apenas de discípulos, e os enviou a realizar um serviço. A partir dessa convocação, eles passaram a ser denominado de apóstolos, devido à missão que estavam recebendo de Jesus. No original, a palavra apóstolo não tinha a significação especial que lhe foi atribuída no decorrer da história cristã, mas apenas o significado de ‘missionário’ ou ‘enviado’.

Foi exatamente isso o que fez Jesus: chamou os doze e os enviou, entregando-lhes a missão de pregar o evangelho do reino.

Antes, porém, o Senhor os preparou e capacitou, dando-lhes “poder sobre os espíritos imundos, para os expulsarem, e para curarem toda a enfermidade e todo o mal” (Mateus 10:1). Daí, a afirmação tão mencionada em nosso meio: aquele que chama, também capacita.

E Jesus os capacitou. Capacitou e os instruiu também. Instruções que estamos focalizando, ainda que de forma sucinta, porque o seu conteúdo essencial permanece válido para os discípulos de Jesus de todos os tempos. Instruções de valor eterno porque procedem do Deus Eterno e para o serviço de um reino que é eterno. Vejamos algumas, no capítulo 10 de Mateus:

-Foram enviados a pregar uma determinada mensagem: a mensagem do evangelho do reino dos céus (v. 7). -Havia um serviço a ser realizado: curar os enfermos e expulsar os demônios, usando a autoridade e o poder concedidos por Jesus (v.8). -Não deveriam levar ‘alforges’ para o caminho. Era costume dos religiosos itinerantes daquela época levarem uma sacola, semelhante às que os mendigos usavam, a fim de receberem donativos dos fiéis. Jesus ordenou aos seus discípulos que não fizessem isso (v.10). O Mestre já havia dito a eles, no v. 8: “de graça recebestes, de graça daí”. -O seu sustento, no entanto, deveria vir da parte daqueles a quem iriam pregar, “porque digno é o trabalhador do seu alimento” (v.10). -Então, mais uma instrução de Jesus: a precaução de que primeiro procurassem saber quem, na cidade, era ‘digno’ para recebê-los. Àquela época, eram considerados assim aqueles que esperavam a vinda do Messias prometido. Com esses os discípulos deveriam se hospedar e por eles seriam sustentados, enquanto ali permanecessem, tendo o cuidado de não receberem hospedagem por parte daqueles que rejeitassem a sua mensagem (v. 11). -Deveriam saudar a casa onde estivessem com a paz do Senhor. Sendo a casa digna, ou seja, com pessoas receptivas à mensagem do Evangelho, a paz repousaria sobre ela. Caso contrário, a paz retornaria para os discípulos (v. 12 e 13). -Se fossem rejeitados em alguma casa ou cidade, deveriam sir dali e, saindo, advertiu Jesus: “sacudi o pó dos vossos pés” (v.14), o que significa que nem o pó da casa ou da cidade ímpia deveria permanecer em contato com os discípulos.

Jesus ainda os adverte quanto a perigos que poderiam enfrentar, como açoites e prisões, e conflitos até mesmo com os próprios parentes. Ainda assim, deveriam apresentar um testemunho público e corajoso, sempre de acordo com aquilo que ouviram de Jesus, porque a proteção necessária vinha dos céus, do cuidado do Pai Celestial para com eles. Cuidado tal que até os fios dos cabelos de cada um deles estavam contados.

A sabedoria quanto ao que haveriam de dizer estava garantida pelo Espírito do Pai, que falaria por eles.

Preciosas instruções! Para eles e para nós, os discípulos da atualidade.

Grande é o desafio da missão entregue por Jesus, porém grande também é o galardão prometido pelo Senhor àqueles que o servem fielmente.

No entanto, após instruí-los e enviá-los, o Senhor Jesus deu continuidade ao seu ministério, ensinando, pregando e curando nas cidades por onde passava. Um ministério que foi se expandindo e Jesus tornando-se cada vez mais conhecido. A sua fama corria as cidades adjacentes, despertando a atenção e o interesse do povo para a sua pessoa e para os seus feitos extraordinários.

Tanto assim que os comentários a seu respeito chegaram ao cárcere, onde João Batista estava preso. O caráter intransigente de João e sua fidelidade à mensagem de chamar uma nação ao arrependimento de seus pecados o levaram a denunciar e censurar o rei Herodes, por manter um relacionamento ilegítimo com Herodias, de quem era cunhado, visto ser ela mulher de seu irmão Filipe. João Batista havia dito abertamente a Herodes: “Não te é lícito possuí-la” (Mateus 14:4), pelo que Herodes mandou prendê-lo.

Ouvindo falar de Jesus e de seus feitos, João Batista enviou dois de seus seguidores a Jesus, com uma pergunta que denotava dúvida: “És tu aquele que havia de vir, ou esperamos outro?” (Mateus 11:3). Exatamente João, aquele que demonstrou conhecer Jesus e ter certeza de ser ele o Messias prometido, quando relutou em batizá-lo, só aceitando fazê-lo mediante a insistência de Jesus, naquele momento mostrou-se duvidoso. Uma dúvida que pode ter surgido por estranhar a metodologia utilizada por Jesus e por achar que o reino não se manifestou da forma como ele esperava.

E Jesus responde. Responde de uma forma que devemos observar. Antes, porém, vale ressaltar que uma das coisas que temos a aprender neste episódio bíblico é que a dúvida honesta, que parte de um coração sincero, temente a Deus e disposto a confiar na verdade revelada pelo Senhor, não fica sem resposta. Jesus responde e esclarece, de modo a que prossigamos em nossa caminhada de fé, ao seu lado.

E, então, Jesus respondeu a João. Não disse ‘sim’, nem disse ‘não’, porém respondeu mencionando os seus feitos, os quais por si mesmos fazem alusão às profecias do Antigo Testamento a respeito das obras que o Messias deveria realizar. Eis a resposta de Jesus: “Ide, e anunciai a João as coisas que ouvis e vedes: os cegos vêem, e os coxos andam; os leprosos são limpos, e os surdos ouvem, e aos pobres é anunciado o evangelho” (Mateus 11:4-5). João entenderia a alusão e saberia tratar-se do cumprimento da profecia de Isaías 29:18; 35:5 e 6; 61:1.

Com isso, Jesus estava se revelando como o Messias e também declarando a natureza do reino dos céus como um reino espiritual.

Daí, então, o convite do Evangelho, feito diretamente por Jesus em Mateus 11:28-30: “Vinde a mim todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve.”

Um convite amoroso que nos chama a receber três grandiosas bênçãos:

-Alívio – alívio da culpa do pecado e do medo do castigo que tanto oprimem a consciência; alívio do cansaço das lutas da vida; alívio que é conseqüência da salvação que Cristo dá a quem aceita o seu convite.

-O jugo de Jesus – Sim. Tomarmos sobre nós o jugo de Jesus é uma bênção. Um jugo suave, como afirma o próprio Senhor Jesus, o que significa vivermos em submissão à sua disciplina amorosa e em obediência aos seus santos ensinamentos, os quais não são pesados (I João 5:3). Significa ainda vivermos descansadamente na dependência das soluções do Senhor para as nossas necessidades.

-Aprender de Jesus – Aprender os seus ensinamentos que nos conduzem a um caminho de liberdade e de vida, em contraste com os ensinamentos opressores dos fariseus, e aprender dele mesmo, que é manso e humilde de coração, o que nos permite tornarmo-nos semelhantes a ele num crescente processo de santificação.

Sendo assim, o convite do Evangelho contempla a vida cristã por inteiro: a salvação, o serviço, a santificação.

O resultado disso é garantido por Jesus: “Encontrareis descanso para as vossas almas” (Mateus 11:29), cumprindo a profecia de Jeremias 6:16.

Como discípulos de Jesus, já participantes dos benefícios desse convite, somos convocados, capacitados e enviados pelo Mestre a convidar outros a que venham a Cristo porque “é chegado o reino dos céus” (Mateus 1):7).

O leitor que ainda não teve a oportunidade de dizer sim ao convite de Jesus poderá fazê-lo agora mesmo, enquanto cantamos:

Manso e suave Jesus, convidando, Chama por ti e por mim. Eis que Ele à porta te espera velando: Vela por ti e por mim.

“Vem já, vem já! Alma cansada, vem já.” Manso e suave Jesus, convidando, Chama: “Ó pecador, vem!” (Will Lamartine Thompson) Hino 222 do Cantor Cristão

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