Texto bíblico: João 15, 2 Co 8.1 a 9.15, 1 Ts 4 O ministério cristão também se faz presente quando olhamos para o lado e constatamos a infinidade de irmãos nossos que padecem necessidades várias. As necessidades podem ser materiais ou espirituais.
O mandamento dado por Cristo é que devemos nos amar uns aos outros. Assim o amor ao próximo é o desafio do crente.
O apóstolo Paulo nos exorta dizendo em Romanos 13.8-10 que: “A ninguém devais coisa alguma, a não ser o amor com que vos ameis uns aos outros; porque quem ama aos outros cumpriu a lei. Com efeito: não adulterarás, não matarás, não furtarás, não dirás falso testemunho, não cobiçarás, e, se há algum outro mandamento, tudo nesta palavra se resume: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. O amor não faz mal ao próximo; de sorte que o cumprimento da lei é o amor.”
Bela exortação que expressa a ideia de que os cristãos devem amor mútuo uns aos outros. Temos a responsabilidade de amar aos nossos semelhantes, pois estamos ligados em amor.
Paulo se gloriava com as igrejas da Macedônia no tocante às ofertas aos pobres de Jerusalém, pois os macedônios, embora pobres e perseguidos, alegravam-se na oportunidade de fazer o bem para seus irmãos mais empobrecidos e perseguidos da Judeia. Isto é notório no texto bíblico (2 Co. 8.2) – “Como, em muita prova de tribulação, houve abundância do seu gozo, e como a sua profunda pobreza abundou em riqueza da sua generosidade.”
A generosidade é realmente um dom de Deus. É essencial entender que tudo o que temos vem do Senhor, foi Deus quem nos confiou para sermos seus mordomos, nada é nosso. Nunca nos esqueçamos que tudo o que temos, tudo o que somos e tudo o venhamos a ter e ser vêm do Senhor nosso Deus.
Parece haver uma relação entre pobreza e alegria, uma relação que conduz à generosidade transbordante. Aqueles que são materialmente pobres tendem a acumular tesouros no céu e servir a Cristo como Senhor.
Aqueles que dão generosamente vão além dos meios naturais e continuamente procuram oportunidades para serem abnegados. Isto rema contra nossa cultura moderna.
As igrejas na Macedônia não gastaram todo o tempo se preocupando se Deus iria ou não prover suas necessidades, ou se era possível para eles dar. Porque eles se doaram ao Senhor e aos outros, eles eram um testemunho poderoso a um grupo de pessoas em Corinto que era renomado por ter abundância material.
Outro exemplo de ajuda aos necessitados é Dorcas, que foi a única mulher da Bíblia a ser chamada de discípula. Ela morava em Jope e, apesar de sua pobreza, ajudava os necessitados. Era preocupada com os pobres, e tirava de si para dar aos outros, fazendo o que sabia fazer, a ponto de costurar túnicas e vestidos para as viúvas. Ela tinha um coração piedoso e não queria que ninguém passasse necessidade ou sofresse. Servia, percebia necessidades, utilizava seus dons e era sensível ao próximo, por esses motivos, todos a amavam. Até que um dia ela morreu e sua morte foi lamentada por muitos. Quando Pedro ficou sabendo foi até Jope e mandou que todos se retirassem do quarto onde ela estava, orou e ela ressuscitou. Ser discípula quer dizer seguir os ensinamentos de Jesus e seguir seu modo de vida, amando os necessitados e consolando os aflitos. Dorcas glorificava Deus através de seus atos de bondade, colocando à disposição do Senhor os dons e talentos que ela sabia ter, mas lembrava que vinham de Deus.
Saiba, meu prezado leitor, que repartir é a disposição, capacidade e poder, dados por Deus a quem tem recursos além das necessidades básicas da vida, para contribuir livremente com seus bens pessoais, para suprir necessidades da obra ou do povo de Deus.
O amor de Deus derramado em nossos corações é que nos impulsiona a trabalhar, a fazer algo em prol de Deus e sua obra, de ajudar aos outros, pois é natural, é espiritual, que façamos algo para melhorar a vida de quem amamos, então, como somos representantes de Deus na terra, amamos a todos indistintamente, como Deus ama.
Deus fornece todas as ferramentas para nosso trabalho, é só nos colocarmos à sua disposição. Todo serviço no reino de Deus deve ser feito à base de verdadeira fé. É o senhor que habilita o crente, mediante dotação especial, a realizar sua obra da melhor maneira possível. É dele que provém toda a ciência, capacidade e dons ministeriais e espirituais. Por isso, não podemos fazer a obra de Deus com espírito de competição. O único objetivo do nosso labor deve ser o desenvolvimento e o bem-estar do corpo de cristo.
Boa parte do ministério de Jesus foi dedicado aos pobres e desprivilegiados na sociedade judaica. Dos oprimidos, necessitados, samaritanos, leprosos e viúvas, ninguém mais se importava a não ser Jesus Ele condenava duramente os que se apegavam às possessões terrenas, e desconsideravam os pobres. Jesus espera que seu povo contribua generosamente com os necessitados. Ele próprio praticava o que ensinava, pois levava uma bolsa da qual tirava dinheiro para dar aos pobres. Em mais de uma ocasião, ensinou aos que o queriam seguir a se importarem com os marginalizados econômica e socialmente. As contribuições não eram consideradas opcionais. Uma das exigências de Cristo para se entrar no seu reino eterno é mostrar-se generoso para com os irmãos e irmãs que passam fome e sede. E nossa prioridade máxima, no cuidado aos pobres e necessitados, é os irmãos em Cristo. Jesus equiparou as dádivas repassadas aos irmãos na fé como se fossem a Ele próprio. A igreja primitiva estabeleceu uma comunidade que se importava com o próximo, que repartia suas posses a fim de suprir as necessidades uns dos outros. Quando o crescimento da igreja tornou impossível aos apóstolos cuidar dos necessitados de modo justo e equânime, procedeu-se a escolha de sete homens, cheios do Espírito Santo, para executar a tarefa. Paulo declara explicitamente qual deve ser o princípio da comunidade cristã: "Então, enquanto temos tempo, façamos o bem a todos, mas principalmente aos domésticos da fé" (Gl 6.10). Deus quer que os que têm em abundância compartilhem com os que nada têm para que haja igualdade entre o seu povo.
Resumindo, a Bíblia não nos oferece outra alternativa senão tomarmos consciência das necessidades materiais dos que se acham ao nosso redor, especialmente de nossos irmãos em Cristo.
A benevolência cristã não reconhece nenhuma limitação de nacionalidade, de credo, de posição social; o próximo do cristão é qualquer pessoa necessitada que esteja dentro do alcance da sua ajuda. Há, porém, uma esfera dentro da qual a benevolência cristã assume um caráter mais íntimo e intenso, conforme se sugere nas palavras: “principalmente aos domésticos da fé” (aqueles que são da mesma família espiritual). Assim como, na esfera natural, nosso próprio lar tem o primeiro direito sobre nós, o mesmo acontece na esfera espiritual.
É bom lembrar, porém, que, embora “a caridade comece em casa”, não para ali. A igreja deve socorrer os necessitados obedecendo a três princípios que norteiam o serviço social. A Igreja não apenas prega o Evangelho. Ela deve atender aos seus necessitados em termos físicos e materiais.
Três princípios são fundamentais neste exercício:
a) Mutualidade: Este princípio se manifesta em generosidade, reciprocidade e solidariedade; b) Responsabilidade: Com a obra de Deus e com seus irmãos necessitados; c) Proporcionalidade: Nesta perspectiva, o cristão contribui de acordo com as suas possibilidades. Afinal por menos que algum irmão receba como salário deve sempre se lembrar de que isso provém de Deus.
A graça de contribuir. A generosidade requerida por Paulo não se constituía de atitudes vazias ou meras formalidades sociais. As igrejas que ajudam às suas coirmãs, ou investem na obra de evangelização e missões, são abençoadas copiosamente; ofertar é um ato de adoração e louvor a Deus. Além do mais, a graça de contribuir está fundamentada no princípio de que mais "bem-aventurada coisa é dar do que receber" cf. (Atos 20.35).
“Mas bastante tenho recebido, e tenho abundância. Cheio estou, depois que recebi de Epafrodito o que da vossa parte me foi enviado, como cheiro de suavidade e sacrifício agradável e aprazível a Deus” (Filipenses 4:18)
A generosidade cristã requer reciprocidade mútua dos recursos. O sentimento comunitário é um dos sinais do cristianismo autêntico. Todos são iguais perante o Senhor, e seus direitos são os mesmos. O princípio da igualdade refuta as diferenças sociais quando é possível que algo seja feito. A reciprocidade mútua entre os crentes supre as necessidades dos irmãos que fazem parte da mesma fé. Não pode haver espaço para a fome e a nudez no meio do povo de Deus. A base desse sentimento constitui o critério da generosidade que deve permear a vida cristã. Assim como o Senhor jamais se esqueceu dos pobres, a Igreja não deve desprezá-los, pois na essência da mensagem do Evangelho está também o atendimento aos irmãos necessitados.”