"Quando soprava a brisa do entardecer, o homem e sua mulher ouviram o Senhor Deus caminhando pelo jardim e se esconderam dele entre as árvores. Então o Senhor Deus chamou o homem e perguntou: Onde estás?" (Gênesis 3.8).
Até aquele instante, a comunhão entre o Criador e o casal era direta e perfeita. Agora há um fato novo. Adão e Eva deram ouvidos ao inimigo, e desobedeceram a uma ordem expressa de Deus. Experimentam um misto de vergonha e medo. Pensam em fugir. Para onde? Fugir de quem, do Criador que tudo conhece? Não há nada que possam fazer. Então se escondem entre as árvores.
A Bíblia não fala em tempo, mas até aqui eles viviam com simplicidade e alegria na presença do Criador. Falavam com ele face a face. Deviam contar sobre suas descobertas, atividades, os nomes dados aos animais, as frutas e receitas que inventavam. Todas suas perguntas tinham respostas, e recebiam tudo o de que precisavam. Viviam para a glória de Deus.
Mas não tinham controle sobre o tempo. Não dava para voltar atrás. O preço do pecado teria que ser pago. Observemos o Criador. Conhece todas as coisas. Não está limitado ao espaço, sabe onde eles estão. Não depende do tempo, sabe o que irá acontecer. E como sonda os corações, dá nova oportunidade a que enfrentem as consequências do pecado. Não os deixa sozinhos. Promete o Salvador, que vencerá o inimigo.
Esta foi a primeira ausência à chamada para a adoração. Por isso, todos perdemos aquela intimidade face a face com o Criador. Antes de criticar Adão, pensemos: "Não amem este mundo". "Porque o mundo oferece apenas o desejo intenso por prazer físico, o desejo intenso por tudo que vemos e o orgulho de nossas realizações e bens. Isso não provém do Pai, mas do mundo. E este mundo passa, e com ele tudo que as pessoas tanto desejam. Mas quem faz o que agrada a Deus vive para sempre." (1 João 2.15-17).
Podemos dizer que estamos à disposição de Deus todo o tempo, prontos a ouvir a sua voz? Ou nos escondemos atrás das desculpas mais esfarrapadas que as folhas de uma árvore?