A parábola errada.
A vinda de Jesus ao mundo sempre nos fascina pela grandeza do amor de Deus, que dá a cada pessoa a responsabilidade da escolha entre crer ou rejeitar.
Esta é uma decisão particular que não admite meio-termo: ou se crê ou se duvida. E essa era exatamente a situação de muitos saduceus, mestres nas Escrituras. Criam que Deus mandaria o Messias para redimir seu povo. Mas duvidavam que Jesus pudesse ser este Salvador prometido.
Queriam silenciar Jesus, mas ele era muito amado pelo povo, desde as crianças, que entendiam seus ensinamentos por parábolas.
Os saduceus não criam na ressurreição. Imaginaram aí uma boa oportunidade para apanhar Jesus em contradição. Criaram a sua parábola: uma mulher ficara viúva, sem filhos. Pelo ensino de Moisés, deveria casar-se com o irmão do seu marido para manter o nome da família. Na história, isso aconteceu sete vezes seguidas. No tal “dia da ressurreição”, quem seria o seu marido? (Lucas 20.27; ver Deuteronômio 25.5)
O povo deve ter aguardado curioso a reação de Jesus. Negaria a lei de Moisés? Ficaria sem resposta? Jesus mostrou o erro deles. Eram mestres, mas desconheciam as Escrituras. O casamento é para esta vida. Na eternidade, os que creem são como os anjos, que não se casam nem passam pela morte: “Serão filhos de Deus porque ressuscitaram” (Lucas 20.36).
Como os saduceus aceitavam só os cinco livros da lei, Jesus citou Êxodo 3.6: “O próprio Moisés provou isso quando escreveu a respeito da sarça. Ele se referiu ao Senhor como `o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó`. Portanto, ele é o Deus dos vivos, e não dos mortos, pois para ele todos vivem” (LC 20.37).
Não se trata de quem ganhou o debate. Jesus mostrou com autoridade e amor que precisamos crer nele. A oportunidade continuava aberta. Creriam?
Mas, e nós, de quantas viúvas lançaremos mão para argumentar com Deus nossa falta de fé, o descompromisso com a igreja, o descaso com a evangelização e missões?
