INTRODUÇÃO
O povo está às margens do Jordão e as águas da cheia, banhavam suas margens. Para a Conquista de Canaã, é preciso atravessá-lo e, para isso, o povo, além de coragem e confiança, deveria obedecer ao Deus vivo, cuja presença era simbolizada pela Arca da Aliança no meio do arraial. Agora, ao ser carregada à frente das fileiras, indicava que o SENHOR Deus estava abrindo o caminho para o povo e assim, uma prova cabal de que, como Ele esteve com Moisés na travessia do Mar Vermelho, Ele estava ali com Josué na travessia do Jordão (Js 4.21-24).
Um requisito imprescindível é posto diante do povo para a travessia do Jordão e conquista da Terra de Canaã:
1 – A necessidade de santificação (Js 3.1-5).
Não há como estar na presença de um Deus santo, sem uma vida de santificação. “... Santos sereis, porque eu, o SENHOR, vosso Deus, sou santo” (Lv 19.2).
A santificação do povo propiciaria que o SENHOR Deus realizasse maravilhas no meio deles. Obediência e santificação eram condições essenciais para que a travessia do Rio Jordão fosse realizada com êxito.
Em nossa vida cristã, nas travessias do dia-a-dia, com as suas dificuldades, há, também, a necessidade de uma vida de obediência e santificação para assim sermos vitoriosos.
2 – A nova divisão das águas (Js 3.9-17; 4.1-24).
Com a divisão das águas do Jordão, para que o povo o atravessasse a pé enxuto, assim como aconteceu na travessia do Mar, o SENHOR estaria autenticando o comissionamento de Josué como sucessor de Moisés. Disse o SENHOR a Josué: “Hoje, começarei a engrandecer-te perante os olhos de todo o Israel, para que saibam que, como fui com Moisés, assim serei contigo” (Js 3.7).
Em obediência às ordens do SENHOR, os sacerdotes que conduziam a Arca do Concerto, adentraram o Jordão e assim que colocaram os pés nas águas, elas se repartiram e as que vinham de cima, pararam. Os sacerdotes andaram no leito seco e se detiveram no meio do rio, até que todo o povo o atravessasse (J 3.14-17).
Como memorial, doze homens, um de cada Tribo de Israel, apanharam doze pedras do meio do rio e as levaram consigo e as depositaram no alojamento onde passaram à noite. Aquelas pedras seriam por sinal para que, quando os filhos, no futuro, perguntassem o significado daquelas pedras, dissessem: “As águas do Jordão foram cortadas diante da arca da Aliança do SENHOR; em passando ela, foram às águas do Jordão cortadas. Estas pedras serão, para sempre, por memorial dos filhos de Israel” (Js 4.7). Elas retratavam a fidelidade de Deus (Js 4.8).
A travessia do Jordão nos ensina que o SENHOR nunca deixa de cumprir suas promessas, não importando os obstáculos, circunstâncias ou dificuldades que se interponham em nossa caminhada, desde que confiemos nossas vidas em suas mãos.
3 – A vitória em Jericó (Is 6.1-5, 16-21).
Atravessado o Jordão, Israel se depara com Jericó, cidade fortificada e fortemente defendida, a qual, aos olhos humanos, seria impossível sua tomada. No entanto, havia a promessa de Deus e assim, como o fez na travessia do Jordão, Ele entregaria a cidade nas mãos de Israel. Os homens de guerra deveriam rodear a cidade por seis dias e no sétimo dia, sete sacerdotes, levando sete trombetas de chifre de carneiro deveriam rodear a cidade por sete vezes, tocando as trombetas:
“E será que, tocando-se longamente a trombeta de chifre de carneiro, ouvindo vós o sonido dela, todo o povo gritará com grande grita; o muro da cidade cairá abaixo, e o povo subirá nele, cada qual em frente de si” (Js 6.5).
Aconteceu que, no sétimo dia, na sétima vez que os sacerdotes com a Arca rodearam a cidade, o povo gritou em alta voz e os sacerdotes tocaram as trombetas e as muralhas de Jericó vieram abaixo (Js 6.15-21).
Israel obteve a vitória sobre Jericó porque ouviu a Palavra de Deus e a obedeceu. Assim, acontecerá com cada um de nós nos dias atuais. Se ouvirmos a Palavra de Deus, crermos nela e a obedecermos, seremos em tudo vitoriosos.
4 – A vitória em Ai (Js 8.1, 2, 15-21).
Após Jericó, chegou à vez de Ai, uma pequena e insignificante cidade. No entanto, na primeira investida contra Ai, Israel foi derrotado por causa do pecado de Acã que, em desobediência à orientação de Deus, tomou coisas condenadas (Js 7.1, 10-13).
Somente após a retirada do pecado do meio do povo, com a condenação de Acã, Israel pode, enfim, derrotar Ai, conforme prometera o SENHOR (Js 8.1, 2, 15-21).
Sem santificação não há como agir o SENHOR no meio do seu povo. Disse o Profeta Isaías: “Eis que a mão do SENHOR não está encolhida, para que não possa salvar; nem surdo o seu ouvido, para não poder ouvir. Mas as vossas iniqüidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que não vos ouça” (Is 59.1, 2).
Conclusão
A travessia do Jordão e as vitórias de Israel sobre Jericó e Ai, mostram o caráter do povo e do próprio SENHOR. Enquanto o povo falha e é infiel, Deus é sempre fiel e cumpre as suas promessas.
Ainda, mesmo que aos nossos olhos os meios que o SENHOR utiliza nos pareçam estranhos, inúteis e sem sentido, devemos obedecê-lo. Não precisamos, necessariamente, conhecer o caminho. Precisamos conhecer e confiar no guia e, quando esse guia é Jesus, devemos crer que Ele nos conduzirá a vitória completa.
Disse o apóstolo Paulo aos Coríntios (15.57, 58): “Graças a Deus, que nos dá a vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo. Portanto, meus amados irmãos, sede firmes, inabaláveis e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão”.
Bibliografia:
[1] Bíblia de Estudo MacArthur. Barueri, SP. Sociedade Bíblica do Brasil, 2010. 2048 p.
[2] Revista Escola Bíblica Dominical, 1° Trimestre de 1986. Rio de Janeiro, RJ: JUERP.
[3] ANDRADE, José Sélio de. A terra da promessa – conquista e ocupação (Josué, Juízes e Rute). Rio de Janeiro: JUERP: 2008.
[4] ALLEN, Clifton J. Comentário Bíblico Broadman. Rio de Janeiro: JUERP, 1994, v. 2. 552p.
Comentários