A CONQUISTA DE CANAÃ: ALTOS E BAIXOS DE UM POVO (Juízes 19 a 21)
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A CONQUISTA DE CANAÃ: ALTOS E BAIXOS DE UM POVO (Juízes 19 a 21)

INTRODUÇÃO


A história de Israel, que retrata a Conquista de Canaã, é um relato de altos e baixos e um povo que, hora, confiado no SENHOR e em seu poder, o servia com fidelidade e assim alcançava grandes conquistas e vitórias, hora, esqueciam do SENHOR e se afastavam dele e fazia o que era mau, sofrendo em conseqüência, grandes perdas, sofrimento, derrotas e opressão por parte de seus inimigos.


Este estudo começa narrando uma triste história dos filhos de Israel.


1 – Uma triste história (Jz 19.1-30).


Há histórias que precisam ser esquecidas de tão tenebrosas que são. Esta é uma delas. Um levita, que morava nas montanhas de Efraim, casa-se com uma concubina a qual lhe foi infiel e o abandona. Condescendente a perdoa e vai buscá-la na casa do pai, em Belém de Judá. Ao regressar com ela às montanhas de Efraim, chegando à noite, são acolhidos na casa de um homem idoso, na cidade de Gibeá.


Homens maus daquela cidade, conforme o texto, “filhos de Belial, cercaram à casa, bateram à porta, e disseram para o homem dono da casa: Traze cá para fora o homem que entrou em tua casa, para que o conheçamos” (Jz 19.22). Aqueles homens queriam praticar atos de sodomia com o levita. Neste episódio, encontramos elementos que tornaram essa história hedionda e revoltante:


1) A luxúria daqueles sodomitas;

2) A triste falta de consideração pelas mulheres, por parte do anfitrião, na sua disposição indecente de entregar sua filha ou a concubina do hóspede, àqueles homens ímpios e indecentes.

3) A covardia de ambos, o marido e o seu anfitrião que entregaram nas mãos daqueles “filhos de Belial”, a concubina do levita.

4) A extrema maldade daqueles homens que, durante toda a noite, estupraram aquela mulher até levá-la a morte.


2 – Uma vingança mais triste ainda (Jz 20.1-8).


Pela manhã, aquele levita toma o corpo de sua concubina e o leva até sua casa, onde a esquarteja em doze partes e, manda mensagens aos israelitas, pedindo vingança à ignomínia perpetrada pelos “filhos de Belial”, na cidade de Gibeá.

Em resposta, foi convocada uma assembléia nacional, com todas as tribos vindas do norte (Dã) e do sul (Berseba) que, em sinal de humildade decidiu buscar a ajuda de Deus para o povo e exigir de Benjamim, a entrega dos criminosos de Gibeá para serem julgados. No entanto, os homens de Benjamim endureceram o coração em relação à justiça e a decência de entregar os criminosos. Benjamim optou pela impunidade e proteger os criminosos, levando a nação entrar em guerra civil (Jz 20.15-17).


3 – A falta de união e espírito de equipe (Jz 20.41-48; 21.24).


Ao contemplarem a fumaça que se levantava de Gibeá e vendo os homens de Israel indo em sua direção, os de Benjamim, assustados, fugiram para o deserto, deixando Gibeá a sua própria sorte (Jz 20.41-48). Faltava àquele povo a união e o espírito de equipe e isto pode ser observado desde a causa do conflito, quando Benjamim não reconheceu que o crime cometido contra aquele levita era um ato cometido contra Israel, como um todo, pois as tribos todas elas, eram parte de uma mesma nação. No entanto, cada um pensava em si mesmo e não se interessavam pelas necessidades do outro.


4 – A razão de tudo isto (Jz 21.25).


A razão de toda essa tragédia é resumida na seguinte revelação: “Naqueles dias não havia rei em Israel; cada um fazia o que parecia bem aos seus olhos” (Jz 21.25).

O povo sem liderança perde o rumo e os objetivos a serem alcançados. Cada um toma sua decisão de acordo com seu interesse particular, sem levar em conta o grupo ao qual pertence.


5 – Contextualizando a época dos juízes aos nossos tempos.

Crime e impunidade trazem consequências incalculáveis. O ato isolado de um, não tratado convenientemente, pode trazer conseqüências imprevisíveis para toda a nação.


Nos tempos atuais, passamos por tantas dificuldades e opressão, por causa dos atos de uns poucos que não receberam a devida correção por seus atos.


CONCLUSÃO

A conclusão que chegamos nesta lição é a de que o pecado, não importando quem, quando e como foi perpetrado, o seu resultado é sempre a morte, conforme Paulo demonstra em sua carta aos Romanos, quando diz: “ O salário do pecado é a morte” (Rm 6.23a).

O início da tragédia se deu quando aquele levita, contrariando o projeto de Deus para a família (Gn 2.24), casou com aquela concubina e, quando ela cometeu infidelidade, agiu com complacência. Continuou, quando ele e o seu anfitrião entregaram covardemente, a mulher aos “homens de Belial” para se proteger daqueles sodomitas.

A tragédia chega ao seu clímax, quando os filhos de Benjamim escolheram proteger os criminosos de Gibeá, concedendo-lhes a impunidade, em vez de entregá-los à justiça pelos seus crimes.


Bibliografia:


[1] Bíblia de Estudo MacArthur. Barueri, SP. Sociedade Bíblica do Brasil, 2010. 2048 p.

[2] Bíblia de Estudo de Genebra. São Paulo e Barueri. Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999. 1.728 p.

[3] Revista Escola Bíblica Dominical, 1° Trimestre de 1986. Rio de Janeiro, RJ: JUERP.

[4] ANDRADE, José Sélio de. A terra da promessa – conquista e ocupação (Josué, Juízes e Rute). Rio de Janeiro: JUERP: 2008.

[5] ALLEN, Clifton J. Comentário Bíblico Broadman. Rio de Janeiro: JUERP, 1994, v. 2. 552p.

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