1.INTRODUÇÃO
O cativeiro da Babilônia foi a terapia divina para a cura de Judá. De lá voltou um remanescente curado da idolatria e da incredulidade. Lá o povo de Deus esteve como uma mulher desamparada pelo marido, completamente repudiada. É exatamente isto que o Senhor diz através do profeta Isaias; “Porque o teu criador é o teu marido”.
Tal expressão de tanta intimidade demonstra o grau de comprometimento que O Santo de Israel tinha com o seu povo. É a mesma figura que o evangelho usa para com a Igreja como “Noiva de Cristo” sendo preparada cuidadosamente para as bodas. O Senhor declara que “num ímpeto de indignação” desamparou a sua eleita; “escondi de ti a minha face”, mas agora lhe fala com voz de misericórdia e lhe diz: “Canta alegremente!”. O Deus que reina soberano, não desampara o povo que se volta para Ele em fé.
2. GRAÇA: UMA OFERTA UNIVERSAL
Isaias, o profeta evangelista, embora falando incessantemente aos Israelitas, tem sempre em mente todas as nações e todos os homens. Em sua profecia há um claro chamado aos gentios: “Todos vós, os que tendes sede, vinde às águas”. E mais; “Não fale o estrangeiro que se houver chegado ao Senhor, dizendo: O Senhor, com efeito, me separará do seu povo”. Ainda diz o profeta: “Também os levarei ao meu santo monte e os alegrarei na minha Casa de Oração”.
Deus é fiel à sua própria palavra dada a Abraão: “Em ti serão benditas todas a famílias da terra”. O propósito de Deus para com Israel segue o padrão dessa bênção, prometida também ao Rei Davi; “ Eis que eu o dei por testemunho aos povos, como príncipe e governador dos povos”. Davi é aqui prefiguração do Messias que virá para reger as nações da terra.
Mediante tão poderoso testemunho, o perverso e o iníquo devem deixar o seu mal caminho e se converter ao Senhor. Há um limite de oportunidades, enquadrado no tempo de existência; “Buscai o Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto”. O apelo divino não deve ser desprezado, pois tudo que o Senhor tem dito contra os ímpios, de fato se abaterá sobre eles, tal como as bênçãos decretadas sobre os justos se cumprirão: “Assim será a palavra que sair da minha boca: não voltará para mim vazia, mas fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a designei”.
3. OFERTA DA GRAÇA A UM POVO REBELDE
Ao mesmo tempo em que anuncia a graça universal de Deus, Isaias precisa denunciar o pecado do seu povo. Deus chama ao arrependimento um povo que escolheu como sua herança. É assim que lhe diz: “Eis que a mão do Senhor não está encolhida, para que não possa salvar; nem surdo o seu ouvido, para não poder ouvir”. “Mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus...”.
A denúncia é grave. “Fizeram para si, veredas tortuosas”. “os seus pés correm para o mal”. O redentor virá certamente, trazendo salvação. Mas esta será para “Os de Jacó que se converterem, diz o Senhor”. Assim como a graça é estendida a todos, a justa condenação de Deus também o é. Por isso o profeta de Deus acusa e adverte sem cessar contra os pecados do seu povo. Em sua idolatria se curvava debaixo de toda árvore frondosa, sacrificava seus filhos nos vales e fendas dos penhascos e fazia oferendas sobre as pedras lisas dos ribeiros. A palavra do Senhor é dura: “Quando clamares, a tua coleção de ídolos que te livre!”. Mas quanto ao justo Ele diz: “o que confia em mim possuirá o meu santo monte”.
O profeta Isaias, realçando a pecaminosidade do seu povo, declara a santidade de Deus; “porque assim diz o Alto, o Sublime, que habita a eternidade, o qual tem o nome de Santo”. O atributo da santidade coloca Deus à parte, não apenas do pecado, mas também de suas criaturas, completamente separado em sua transcendência. Porém, de um modo misterioso para nós, diz Ele; “mas habito também com o contrito e abatido de espírito”. Aos seus amados, a santidade divina comunica paz e quando toca os de coração contrito, os cura e salva. Não é assim com os perversos. Eles “são como o mar agitado, que não se pode aquietar, cujas águas lançam de si lama e lodo... Para os perversos, diz o meu Deus, não há paz”.
4. UM CLAMOR CONTRA A TRANSGRESSÃO E OS PECADOS
O profeta Isaias recebe uma ordem de Deus para clamar a plenos pulmões, como uma trombeta que anuncia a transgressão e os pecados da casa de Jacó. De fato, Isaias tratava com um povo espiritualmente cego, surdo e sem entendimento. Ao mesmo tempo em que praticava todas as abominações previstas na lei como desobediência que conduz a castigos, queria se achegar a Deus e conhecer seus caminhos. Assim, se queixava do Senhor que não atentava para os seus jejuns, enquanto profanavam seus santos mandamentos. O profeta então clama da parte de Deus, que seja abandonada a impiedade e que se pratique a justiça. Só então aquele povo seria luz para um mundo em trevas e experimentaria as melhores bênçãos do Senhor.
5. GLÓRIA APÓS A CONVERSÃO
Quando Deus lhe anunciou em sua visão inicial as assolações destinadas ao seu povo, o Profeta Isaias apressou-se em perguntar; “até quando, Senhor?”. Agora, profeticamente, ele vê e anuncia a glória da nova Jerusalém. “O redentor virá a Sião e aos de Jacó que se converterem, diz o Senhor”. Ele será a glória do próprio Deus e sua luz que nascendo sobre Sião e Jacó os faria resplandecer nas trevas da terra. A eles mesmos que estavam assentados no vale da sombra da morte, raiaria a luz. As nações verão tão grande luz e se achegarão a ela.
A casa do redentor seria chamada “Casa de oração para todos os povos”. A visão do profeta se estende até “Aquele Dia” em que todo joelho se dobrará perante o Santo de Israel. “Naquele Dia”, não se ouvirá mais de violência nem desolações na terra. A garantia profética é a palavra que saiu da boca do Senhor, pois assim Ele disse: “Eu, o Senhor, a seu tempo, farei isso prontamente”.
PARA NÓS
Jesus disse que nós somos a luz do mundo. E o somos porque Ele, a luz de Deus, a resplandecente estrela da manhã habita em nós e entre nós. Que não sejamos omissos emproclamar ao mundo emtrevas, a luz do evangelho.
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