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A PLENITUDE DO ESPÍRITO SANTO (Ef 3 e 4, 5.15-21; Rm 8.1-30)

Introdução:

 

Lembro Jesus no Getsêmani, numa guerra interior tão terrível, em oração, que seu suor corria misturado com sangue. Essa guerra foi para renunciar o querer próprio em favor do querer de Deus: “Meu Pai, se possível passa de mim este cálice, todavia, não seja como eu quero, e sim o que tu queres”. Mt 26.39

 

Chamo sua atenção para o fato que Jesus possuía a plenitude do Espírito Santo, mas, não escapou da crise emocional que fez seu suor correr misturado com sangue. Tal plenitude só é possível porque todo o poder está disponível.

 

Duas experiências precisam ser somadas para termos um conceito razoável sobre a plenitude do Espírito Santo: A primeira é termos todas as nossas fraquezas controladas pelo Espírito Santo. A segunda é termos todas as nossas virtudes potencializadas pelo Espírito Santo. Desde o batismo no Espírito Santo até a posse da sua plenitude, há uma trilha bem estreita a seguir. Após alcançarmos a graça da plenitude do Espírito, descobrimos que essa trilha estreita precisa continuar até o fim da vida se quisermos permanecer na plenitude do Espírito. Essa trilha será tanto mais longa e difícil quanto menor for o tempo com Deus em nossas vidas. Isto é, ninguém chega à plenitude do Espírito Santo sem dedicar tempo com qualidade à comunhão com Deus e sem um processo crescente de renuncia aos desejos pessoais em favor do querer de Cristo. 

 

Não há como falar sobre plenitude do Espírito Santo sem falar de tempo com qualidade com Deus, diariamente. Observe que Jesus teve três tempos de oração no Getsêmani na véspera da cruz. Ao retornar do primeiro tempo de oração, repreendeu seus discípulos perguntando: “Então, nem mesmo uma hora pudestes orar comigo”? Mt 26.40.

 

O contexto mostra os discípulos, cansados no fim do dia e muito tristes. Mesmo assim a cobrança de Jesus ao dizer “nem mesmo uma hora”, indica que uma hora de oração parece ser o mínimo que Ele recomenda cada vez que precisamos fazer o querer de Deus prevalecer em nossas vidas. Entendo Jesus ensinando que o querer dos discípulos, não importam as razões, era dormir, mas o querer de Deus para eles naquela hora era que estivessem em oração com Jesus e por Jesus.

 

Chamo sua atenção para esse exemplo, porque mostra que o desejo da carne nem sempre é impuro. Não posso dizer que desejar dormir seja um desejo impuro. Cuidado, então, porque o desejo da carne pode ser, simplesmente, não praticar o querer de Deus.

 

Paulo ensinou aos Gálatas: “A carne batalha contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne, porque são opostos entre si; para que não façais o que quereis”. 5.17 Nesse contexto exorta: “Andai em Espírito e jamais satisfareis ao querer da carne”. 5.16

 

Quem tem a plenitude do Espírito Santo não escapa da batalha porque ainda está no corpo de carne. Não escapa da batalha, mas vence. Vence tanto mais quanto maior for a plenitude do Espírito na vida. A batalha do Espírito contra os desejos da carne vai permanecer até o fim da vida e é batalha que travamos muitas vezes por dia.

 

Um alerta pra você: Se você não está tendo muitas batalhas por dia, é porque não está havendo a devida resistência aos desejos da sua carne em sua vida.

 

A plenitude do Espírito ilumina a mente do crente para que veja mais claramente as suas fraquezas. Isto acontece não só para manter o crente sempre alerta, mas também para impedir a “síndrome do santo”.

 

A síndrome do Santo torna o crente vaidoso. Ele se vangloria de ser mais “santo” que os outros. O apostolo Paulo ‘falou comigo’ que o espinho na carne, que tanto o fez sofrer, lhe foi dado por Deus para que ele não se ensoberbecesse, diante das gloriosas revelações de Deus, que tinha recebido. (II Cor 12.7) O nível de experiências com Deus na vida de Paulo foi tão especial que no capítulo 12.1 da segunda carta aos coríntios chega dizer que “foi arrebatado até o terceiro céu” e no verso 4, “foi arrebatado ao paraíso e ouviu palavras inefáveis, as quais não é lícito ao homem referir”.

 

A luz do Espírito que destaca as fraquezas do crente o capacita para dizer como Paulo em II Cor 10.17-18: “Aquele, porém, que se gloria, glorie-se no Senhor, porque não é aprovado quem a si mesmo se louva, e sim aquele a quem o Senhor louva”.

 

A plenitude do Espírito não capacita apenas para vencermos o pecado. Capacita também para desfrutarmos um delicioso relacionamento de amor com Deus. Fica mais fácil entender o que o salmista disse, no Salmo 42.2: “A minha’lma tem sede de Deus, do Deus vivo”. Não é sede por estar vivendo sem Deus, mas sede porque na plenitude, quanto mais temos, mais desejamos Deus. Noutra palavra o salmista disse: “Oh quanto amo a tua lei. É minha meditação, todo o dia”.  Ele disse meditação! Repita: Meditação! Outra vez: Meditação! Nunca esqueça o valor da meditação na Palavra de Deus. É através dela que o Espírito fala e até grita com você.

 

A experiência da igreja primitiva no livro de Atos revela alguns resultados marcantes da plenitude do Espírito.  

Em Atos 4.24, havia unidade na oração: “Ouvindo isto, unânimes, levantaram a voz a Deus”. Isto só acontece quando o individuo tem prazer na oração.

 

  1. Em Atos 4.31, anunciavam a Palavra com toda intrepidez: “todos ficaram cheios do Espírito Santo e anunciavam com intrepidez a palavra de Deus”. Isto só acontece quando o individuo não apenas tem prazer em anunciar a salvação em Jesus, mas sente-se responsável pela salvação do próximo. É como disse Paulo: “Me é imposta a necessidade de pregar e ai de mim, se não pregar o evangelho”. I Cor 916

 

  1. Em Atos 4.32, viviam em abundante comunhão: “Da multidão dos que criam, era um o coração e a alma”; “Nenhum necessitado havia entre eles”. 4.34.  Isto é um relacionamento de profundo amor fraternal pelos irmãos.

 

  1. Em Atos 4.33, todos possuíam grande poder para testemunhar de Jesus: “com grande poder os apóstolos davam testemunho da ressurreição de Jesus”. Estou falando de PODER que produz conversão verdadeira.

 

  1. Atos 5.42, é lindo! A melhor compreensão desse versículo diz: Todos os crentes anunciavam o evangelho todo, o tempo todo, com toda a intrepidez e a todas as pessoas. Será que isto tem alguma diferença do que está acontecendo em sua igreja hoje?

 

Não é possível crescer no domínio do Espírito Santo sem oração. Não falo de oração pedindo emprego ou pedindo saúde. Falo daquela oração em que o crente se entrega, se consagra, se apresenta disponível para uso do Senhor. Falo daquela oração de quem se derrama perante a face de Deus, de tal forma como se tudo dependesse só de Deus.

 

O Espírito Santo vai encher a sua vida até a plenitude, mas definitivamente, Ele não fará isso sem a sua participação intensa e dedicada.

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