A VERDADEIRA CASA DE DEUS (Gênesis 28-31)

Introdução:

Terminamos o estudo anterior com a morte de Abraão, o escolhido de Deus. Quando Abraão morreu, seu filho Isaque já havia se casado e já lhe dera dois netos: Esaú e Jacó, os quais já estavam com quinze anos de idade.

Lembremos que o livro do Gênesis é o livro das gerações. E, como livro das gerações, se ocupa das gerações daqueles que se mostraram disponíveis para Deus na realização do seu Plano Criador. Dentro desta ótica é que estaremos olhando agora para a geração de Jacó.

01. Deus continua no controle:

Era Isaque da idade de quarenta anos, quando se casou com Rebeca, filha de Betuel, arameu, de Padã-Arã, irmã de Labão. Rebeca era estéril. Então Isaque orou insistentemente ao SENHOR por sua mulher, e o SENHOR ouviu as suas orações, e Rebeca, sua mulher, concebeu de gêmeos. E os filhos lutavam dentro dela. Incomodada, foi perguntar ao Senhor que respondeu dizendo: “Duas nações há no teu ventre, e dois povos se dividirão das tuas entranhas, e um povo será mais forte, do que o outro povo, e o maior, servirá ao menor”. Gênesis 25:23.

Deus estava no controle com poder de abrir a madre mais uma vez, dando resposta à oração.

Isto revela que Deus, na sua onisciência, já conhecia que Jacó seria mais obediente e temente a ele do que Esaú, e por isso o escolheu. A doutrina bíblica mostra que Deus nos deu livre arbítrio e também que ele conhece com antecedência as nossas escolhas.

Deus não é um déspota arbitrário que escolhe um e rejeita outro de forma autoritária. A Bíblia, não só diz que Deus ama a todos, mas que quer que todos sejam salvos. Nossas escolhas são sempre a base da escolha de Deus.

02. Jacó viaja a Padã-Arã:

Os filhos de Isaque nasceram e cresceram. Jacó, o mais novo revela ser mesmo mais temente a Deus e é com ele que o plano de Deus continua.

Jacó decide viajar até Padã-Arã. Dois motivos fortes justificaram essa viagem. Isaque, o pai, ainda morava em Berseba.

Esaú já havia se casado, talvez há 35 anos e Jacó continuava solteiro. Era desejo de Isaque que seus filhos se casassem com mulheres da própria parentela e esse foi o primeiro motivo de Jacó para viajar. Sua parentela havia ficado em Harã.

Outro motivo da viagem foi fugir do irmão Esaú que estava enfurecido contra ele. Esaú havia vendido o direito à bênção da primogenitura e chegou a hora do pai impetrar a bênção. Jacó se disfarçou de Esaú para receber a bênção que agora seria sua. Assim quando Esaú foi ao pai para receber a bênção descobriu que Jacó já a havia recebido em seu lugar. Foi aí que Esaú se deu conta do grave erro que cometera, mas que agora não queria admitir e por isso se enfureceu contra seu irmão. Uma das maiores virtudes de Esaú é sua constante busca da correção de seus erros.

03. A casa de Deus:

Começou a viagem de Jacó. Dr. Mesquita acredita que Jacó já viajara cerca de 120 km, quando anoiteceu e parou para dormir. Uma pedra lhe serviu de travesseiro. Dormiu e teve um sonho. No sonho havia uma escada posta na terra, cujo topo tocava nos céus; e os anjos de Deus subiam e desciam por ela; O SENHOR estava em cima dela, e disse: “Eu sou o SENHOR Deus de Abraão teu pai, e o Deus de Isaque; esta terra, em que estás deitado, darei a ti e à tua descendência; E a tua descendência será como o pó da terra, e estender-se-á ao ocidente, e ao oriente, e ao norte, e ao sul, e em ti e na tua descendência serão benditas todas as famílias da terra; E eis que estou contigo, e te guardarei por onde quer que fores, e te farei tornar a esta terra; porque não te deixarei, até que haja cumprido o que te tenho falado”.

“Acordando, pois, Jacó do seu sono, disse: Na verdade o SENHOR está neste lugar; e eu não o sabia. E temeu, e disse: Quão terrível é este lugar! Este não é outro lugar senão a casa de Deus; e esta é a porta dos céus”. Gênesis 28:12-17.

Essa experiência teve o poder de transformar a vida de Jacó. Ele não será o mesmo a partir daqui.

Parece ter sido essa experiência suficiente para produzir a conversão de Jacó. O texto diz que Jacó teve temor de Deus e tomou a pedra que tinha por travesseiro e a erigiu como altar onde adorou e assumiu compromisso com Deus por toda a vida. Diante dessa experiência única de estar face a face com Deus e seus anjos Jacó entendeu que aquele lugar fosse a casa de Deus, literalmente, ou a porta do céu.

Através do Profeta Isaías, Deus nos convida a permitirmos que Ele faça da nossa vida o seu “hefizibá”. Isto é, o lugar onde Ele tenha prazer permanente. Assim, mesmo sem manifestação teofânica, teremos o tempo todo as mesmas emoções de estarmos na presença de Deus, na casa de Deus, na porta do céu.

O adorador que Deus aceita é alguém que adora com seu viver submisso e obediente todo dia, o dia todo, 24 horas por dia. Onde quer que o adorador verdadeiro esteja, está na casa de Deus.

A Bíblia, contudo, nos ensina ainda, por um lado, que Deus não habita em templos feitos por mãos de homens e por outro lado, pergunta: Não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos? 1Cor 6:19

Jacó chegou a Harã, ficou hospedado na casa de seu tio Labão, que lhe deu suas duas filhas por esposas em troca de 14 anos de trabalho. Nesse tempo, Jacó foi explorado por seu tio, mas fez novo contrato de trabalho em que Deus o abençoou e ele ficou rico.

Outra vez Deus aparece a Jacó e se identifica como o mesmo Deus que lhe aparecera em Betel e que lhe prometera que o levaria de volta à sua terra. Esta aparição de Deus foi exatamente para ordenar que voltasse.

No caminho de volta, com medo da retaliação do irmão Esaú que já estava vindo ao seu encontro acompanhado de 400 homens, decidiu separar tempo para conversar com Deus e descobre que Deus estava ali também. Este foi o melhor encontro de Jacó com Deus. Sua vida foi mudada pra sempre e seu nome passou a ser Israel que significa: “Lutador com Deus”.

Referências:

• Dr. Antônio Neves de Mesquita

Estudo no livro de Gênesis

• Dr. C.H.Mackintosh

Comentário Bíblico

• Jonh McArthur

Bíblia de Estudos

• Derek Kidner

Comentário bíblico