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ALGUNS MOMENTOS ESPECIAIS (Marcos 8)

A SEGUNDA MULTIPLICAÇÃO DOS PÃES (Mc 8: 1-9) – esse texto nos fala de quatro atitudes de Jesus – Jesus demonstra compaixão (8:1-4) – a compaixão é manifestada aos gentiosJesus alimenta outra multidão em território gentio – este segundo milagre da multiplicação dos pães aponta para o Reino de Deus, o qual inclui homens, mulheres e crianças de todas as línguas e nações. Deus mostra seu interesse por todas as pessoas

Em segundo lugar a compaixão de Jesus atrai os gentios (8:3); o tempo o cansaço, a fome ou mesmo seus afazeres não lhes impediam de permanecer três dias num lugar deserto ouvindo atentamente as palavras de Jesus;

Em terceiro lugar a compaixão de Jesus é contraposta à insensibilidade dos discípulos (8:4); atente para o fato de aqui, neste milagre, diferente do primeiro, não tem lugar para comprar pão; o lugar era deserto, era uma multidão e o tempo já assinalava sinais de perigo para o povo; os discípulos, com os corações endurecidos, não veem saída para o problema; eles nem sequer se lembraram do primeiro milagre; eles têm um memória curta e um coração endurecido; enfatizam as dificuldades das circunstâncias e não o poder de Jesus.

O PODER DE JESUS (8:5-10) – o pouco nas mãos de Jesus é muito (8:5); com Cristo tudo é possível; quando os nossos recursos acabam ou são insuficientes, Jesus pode ainda fazer o milagre da multiplicação; precisamos aprender mais do Provedor do que da provisão. Ele ainda continua multiplicando os nossos pequenos recursos para alimentarmos as multidões famintas. A ação divina não exclui a cooperação humana (8:6,7); a soberania de Deus não anula a responsabilidade humana. Ele fez o milagre a partir de sete pães e alguns peixinhos (8:5,7). Ele poderia ter criado do nada aqueles pães e peixes como fez na criação, mas resolveu começar a partir do que eles já possuíam.

A pergunta de Jesus é interessante: Quantos pães tendes? Esta pergunta ajudou foi primordial para que eles analisassem a situação; abriu-lhes os olhos para a inadequação de seus recursos. Devemos descansar em Deus; Ele requer ordem; pediu a multidão que se assentasse no chão; Ele deu graças; precisamos agradecer antes de vermos o milagre acontecendo. O milagre é precedido por gratidão e nunca por murmuração; Ele partiu o pão; o milagre aconteceu quando o pão foi partido.

O milagre da vida deu-se quando Jesus também Se entregou e Seu corpo foi partido. Ele usou os discípulos para alimentarem a multidão; o milagre foi realizado por Jesus, porém coube aos discípulos o trabalho da distribuição; a provisão divina é sempre maior do que a necessidade humana (8:8,9); não há escassez na mesa de Deus. Ele coloca diante do Seu povo uma mesa no deserto; na mesa do Pai há pão com fartura.

O SOFRIMENTO DE JESUS – UM SINAL DO CÉU (8:10-13) – a transgressão e a incredulidade dos fariseus trouxeram sofrimento a Jesus; os fariseus usaram três expedientes para atacar Jesus:

eles discutem com Jesus (8:11): eles só querem criar embaraços para Jesus; querem desacreditar Jesus publicamente; discussão aqui é aquele expediente hostil, desqualificado, inútil; eles estão tomados de inveja e ciúmes;

--eles tentam a Jesus (8:11); o que mais desejam é colocar armadilhas no caminho de Cristo. Pedir mais um sinal era, na verdade um insulto: aqueles líderes estavam endurecidos e espiritualmente cegos. O desejo deles por um sinal do céu apenas evidenciava a incredulidade deles, pois a fé não pede sinais; a verdadeira fé deleita-se em Deus e na sua Palavra e satisfaz-se com o testemunho interno do Espírito Santo;

-- eles são movidos por uma curiosidade frívola (8:11); na verdade eles não têm nenhum interesse nas coisas do Reino de Deus; o que Jesus já havia realizado oferecia evidência suficiente para todos aqueles que tinham olhos para ver e ouvidos para perceber.

ADVERTÊNCIA DE JESUS – O FERMENTO DOS FARISEUS (8:14-21) – a necessidade de guardar-se das más influências (8:14,15); aqui não é o fermento do pão, mas o fermento da doutrina; a justiça própria, o formalismo e a religião vazia dos fariseus, bem como o ceticismo de Herodes eram o cerne da advertência de Jesus; na Bíblia o fermento é um símbolo do mal; a Bíblia usa o fermento como figura de falsa doutrina (Gl 5: 1-9); a infiltração do pecado na igreja (1 Co 5:7); Jesus exorta sobre a hipocrisia dos fariseus e o mundanismo de Herodes; o ministério de Jesus é caracterizado pelo “conceder o pão”, enquanto que os fariseus e Herodes disseminam “fermento”; a necessidade de se ter discernimento espiritual (8:16-21); os discípulos tinham uma boa memória para guardar os fatos, mas um pobre entendimento para discerni-los; eles não conseguiram alcançar o teor da advertência de Cristo; eles estavam pensando em provisão alimentar e Jesus os estava alertando sobre o fermento das falsas doutrinas.

A CURA DE UM CEGO DE BETSAIDA (8:22-25) – discernimento espiritual é uma questão vital. Atente para o fato de que o cego via os homens como árvores; o cego é trazido a Jesus (8:22). O cego foi trazido a Cristo, visto que ele não podia vir por si mesmo. A cegueira espiritual não é menos real nem menos trágica que a cegueira física; o diabo cegou o entendimento dos incrédulos (2 Co 4:4). Precisamos levá-los a Jesus e rogar por eles; Jesus realiza um milagre singular (8:23); Jesus leva o cego para fora da aldeia porque não queria que a multidão O visse apenas como um operador de milagres ou ainda para valorizar esse homem e revelar a ele o seu amor.

O ritual usado por Jesus foi inusitado: saliva naquela época tinha efeitos terapêuticos. Jesus usa algo tangível para despertar nesse homem a fé: a cura foi progressiva com fator pedagógico. Jesus desejou mostrar que alguns têm uma visão distorcida: tocado por Jesus o homem vê os homens andando como árvores, pois seu discernimento ainda era vago e incerto. Olhava as pessoas como coisas.

Hoje, falta discernimento para muitas pessoas que coisificam as pessoas. Jesus mostrou que precisamos um segundo toque: quando a nossa visão está confusa, precisamos de um segundo toque, uma segunda unção. Jesus mostra a necessidade de termos pleno discernimento; depois do segundo toque de Jesus, o homem passa a ver tudo perfeitamente; Jesus faz uma recomendação (8:26): Jesus o manda para casa para alegrar-se com sua família.

A FALTA DE DISCERNIMENTO DO POVO (8:27,28) – Jesus está prestes a dar a sua vida em resgate do seu povo e duas coisas importantes ele faz. Primeiramente Ele faz a mais importante pergunta (8:27); Quem é Jesus? Qual a sua identidade? Quais são seus atributos e suas obras? Em segundo lugar o povo está perdido na questão crucial da vida (8:28). Se você não souber com clareza quem é Jesus, você estará perdido na questão mais importante da vida. O cristianismo é muito mais do que um conjunto de doutrinas, ele é uma pessoa.

O DISCERNIMENTO E O DESLIZE DE PEDRO (8:29-33) – Pedro faz uma declaração inspirada por Deus Pai (8:29); teremos de confessar a Cristo, mesmo tendo a opinião da maioria contra nós; sem a obra de Deus em nós , não podemos compreender nem confessar a Jesus como o Messias. Jesus faz uma declaração acerca do propósito de Sua vinda ao mundo (8:31,32); Jesus fala claramente acerca do seu padecimento, prisão, morte e ressureição. Jesus revela que o seu propósito ao vir ao mundo era dar a Sua vida em resgate do Seu povo. A morte de Cristo é a mensagem central da Bíblia. Sem a cruz de Cristo, o cristianismo não passa de uma mera religião.

Pedro, sem discernimento, se deixa usar por satanás (8:32,33); Pedro era um homem de altos contrastes, de altos e baixos, de avanços ousados e recuos covardes. Jesus disse que Pedro foi tomado por uma cosmovisão puramente humanista. Jesus repreende Pedro e manda embora satanás. Perdeu, por um momento, a lucidez teológica, mas era um discípulo e nele Jesus continuaria investindo; Jesus discerniu quem estava por trás de Pedro, tentando desviá-lo da cruz; Jesus expulsou satanás, mas Pedro ficou.

DISCIPULADO, O MAIS FASCINANTE PROJETO DE VIDA – A LEI DA CRUZ – (8:34-38) – Jesus só tem uma espécie de seguidor: discípulos. Ele ordenou à Sua igreja fazer discípulos e não admiradores. O discipulado é um convite pessoal (8:34). Jesus começa com uma chamada condicional – “Se alguém quer”; a soberania de Deus não violenta a vontade humana. Precisamos calcular o preço do discipulado.

O discipulado é um convite para uma relação pessoal com Jesus (8:34); um discípulo segue as pegadas de Cristo. Ser discípulo é seguir uma pessoa; é seguir a Cristo para o caminho da morte;

O discipulado é um convite para uma renúncia radical (8:34); Cristo nos chama não para a afirmação do eu, mas para sua renúncia;

O discipulado é um convite para morrer (8:34); tomar a cruz é abraçar a morte, é seguir para o cadafalso, é escolher a vereda do sacrifício;

O discipulado é um convite para uma caminhada dinâmica com Cristo (8:34); esse desafio nos é exigido todos os dias, em nossas escolhas, decisões, propósitos, sonhos e realizações.

O DISCÍPULO CONHECE A NECESSIDADE DA RENÚNCIA (8:35) – como uma pessoa pode ganhar a vida e ao mesmo tempo perdê-la? Quando busca a felicidade sem Deus; quando busca a salvação fora de Cristo; quando busca a realização em coisas materiais.

O QUE JESUS QUIS DIZER POR PERDER A VIDA PARA, ENTÃO, GANHÁ-LA? Para o homem natural seguir a Cristo é perder a vida; para o homem natural renunciar às coisas do agora em troca da bem-aventurança do porvir é perder a vida.

QUAIS SÃO AS RAZÕES QUE LEVAM UM DISCÍPULO A VIVER ESSE PARADOXO? O amor a Cristo; o amor ao evangelho.

O DISCÍPULO SABE O VALOR INSTIMÁVEL DA VIDA (8:36,37) – o dinheiro não pode comprar a bem-aventurança eterna (8:36); a salvação da alma vale mais que riquezas (8:36); a perda da alma é uma perda irreparável (8:37).

O DISCÍPULO É ALGUÉM QUE NÃO SE ENVERGONHA DE CRISTO (8:38) – o que significa envergonhar-se de Cristo – significa ser tão orgulhoso a ponto de não desejar ter nada com Ele.

Quando temos medo que as pessoas saibam que O amamos bem como sua doutrina

Ser cristão nunca foi e jamais será uma posição de popularidade; a perda irreparável que sofrerão os que se envergonham de Cristo (8:38); aqueles que se envergonham de Cristo agora, Cristo se envergonhará deles na Sua segunda vinda; no dia do juízo eles vão receber exatamente aquilo que sempre desejaram.

Bibliografia:

1) Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal – CPAD – 2003

2) Bíblia Brasileira de Estudo – Editora Hagnos – 2016

3) Bíblia de Estudo da Reforma – Sociedade Bíblica do Brasil – 2017

4) Bíblia Shedd – Antigo e Novo Testamento – Edições Vida Nova – 2007

5) Comentário Expositivo do Novo Testamento – volume 1 – Hernandes Dias Lopes – Editora Hagnos - 2019

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