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“BUSCAI AO SENHOR ENQUANTO SE PODE ACHAR” (Isaías 55.6)

1. INTRODUÇÃO

As profecias de Isaías são fundamentais para o entendimento da fé cristã, por isso é chamado “Profeta Evangelista.” Elas apresentam Deus como criador e sustentador de todas as coisas, bem como aquele que dirige a história para um propósito definido, intervindo nela segundo a sua vontade. Contudo, o mesmo profeta revela um Deus amoroso, misericordioso, longânimo e perdoador. Em Isaías, justiça e misericórdia andam juntas e concorrem para os fins da redenção. O assunto mais relevante em Isaías é a completa revelação de Deus no mundo, na pessoa bendita de seu filho, Jesus, pelo qual se cumprem todos os propósitos divinos.

Por sua livre escolha, Deus chama e sustenta por seu poder um povo santo, para exercer entre as nações um sacerdócio, pelo conhecimento das suas leis e mandamentos. A infidelidade, entretanto, se tornou a marca dessa nação eleita e apenas um remanescente fiel mostrou-se apto a desfrutar das bênçãos e promessas de Deus. Falando da parte de Deus, Isaías deixa claro que as misericórdias dele se estenderiam, também, aos chamados gentios, prenunciando o advento da Igreja, a qual, em vista da cegueira e surdez de Israel, se tornaria para Deus o instrumento da sua graça oferecida ao mundo.

Segundo Isaías, se, por um lado há uma ampla oferta da graça a todos os homens, por outro lado, a justiça de Deus exige reparação. Assim é que o profeta se apressa em anunciar repetidamente o advento de um “Dia” em que graça e reparação se realizarão plenamente. Será dia de alegria para os que, pela, tomaram posse da graça, porém, “Dia da Ira de Deus” para o iníquo. Daí o apelo do profeta: “Buscai ao Senhor enquanto se pode achar”.


2. ANDANDO NA LUZ DO SENHOR

Em todos os aspectos, a vida cristã se identifica com a luz. Antes de qualquer outra coisa, no princípio, criou Deus a luz. É significativo que o evangelista João, falando de Jesus, assim diz: “Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens”. A Palavra de Deus, do mesmo modo, é definida pelo salmista Rei Davi como “Lâmpada para os meus pés... e luz para os meus caminhos”. Jesus Cristo se definiu como “A luz do mundo” e a respeito dos seus discípulos disse: “Vós sois a luz do mundo”.

Em seu primeiro capítulo, as profecias de Isaías assumem um tom dramático:

“Ouvi, ó céus, e presta ouvidos, ó terra, porque fala o Senhor: Criei filhos e exaltei-os, mas eles prevaricaram contra mim”. “O boi conhece o seu possuidor, e o jumento a manjedoura do seu dono, mas Israel não tem conhecimento, o meu povo não entende”. Tal lamentação aponta para a situação de trevas em que se encontrava o povo de Deus. Cegos para não ver os atos poderosos de Deus, e surdos para não ouvir seus mandamentos, estavam os israelitas envoltos em espessa escuridão espiritual. Ainda assim, Deus, através do seu profeta, apela aos seus eleitos: “Vinde, ó Casa de Jacó, e andemos na luz do Senhor”. “O Senhor é a minha luz e a minha salvação”, cantara o salmista. O que Deus requeria de Israel e ainda requer de nós, é que o sigamos em obediência filial, tendo prazer na sua Palavra e cumprindo sua boa vontade.


3. UM MENINO VOS NASCEU E UM FILHO SE VOS DEU

A chegada do Filho de Deus ao mundo foi uma dádiva de amor aos homens. O Apóstolo Paulo escreveu: “Deus estava em Cristo, reconciliando consigo o mundo”. Também o profeta Isaías falou: “O povo que andava em trevas, viu uma grande luz”. Ainda Isaías diz: “Porque desde a antiguidade não se ouviu, nem com os ouvidos se percebeu, nem com os olhos se viu um Deus, além de ti, que trabalha para aqueles que nele esperam”.

A razão da vinda do Filho de Deus ao mundo foi a de realizar um trabalho a nosso favor. Ele veio iluminar os caminhos cheios de trevas em que andávamos. Libertou-nos do cativeiro em que nos encontrávamos, quebrando o jugo pesado que nos prendia. Ele se tornou nosso Conselheiro e Nossa Força no dia da adversidade. Colocou Sua paz em nossos corações e nos deu a eternidade. Ele é, para sempre, a nossa alegria.


4. DEUS É GLORIFICADO EM SEU FILHO

Realizando seu ministério entre os homens, Jesus sempre deixou claro que não veio ao mundo para glorificar a si mesmo, mas para glorificar aquele que o enviou. Suas palavras, seu mandamento e sua conduta, haviam sido prescritos pelo Pai. Sua vida era, de fato, uma expressão de louvor, por isso o Pai bradou desde os céus; “Este é o meu filho amado em quem tenho prazer”. “ O rebento do tronco de Jessé”, como afirmou Isaías, tem em si o atributo da realeza. Os pobres e oprimidos, com justiça, lhe chamavam “O Filho de Davi”, pois o mesmo Davi fora “o homem segundo o coração de Deus”, o qual em sua harpa cantou os mais sublimes louvores ao Criador e Rei do universo. Jesus é o “Anunciador de Boas Novas”. Seus pés andam na luz do Senhor, por isso são formosos. Ele estabelece a reconciliação entre Deus e os homens. Ele é a oferta de Deus pelo pecado dos homens. Em Jesus, a graça de Deus lança um apelo universal; “Ó vós todos os que tendes sede, vinde às águas”.


PARA NÓS

Como servos de Jesus Cristo, somos constrangidos pelo seu grande amor a convidar todos os homens a que aceitem seu terno convite; “Vinde a mim, todos vós, cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei”.

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