Introdução
Qualquer que seja a resposta que eu venha compartilhar com você, ela só poderá ter algum valor, se você estiver realmente interessado em viver como instrumento do Espírito Santo.
Rogando a Deus que esse seja o seu caso, então a minha primeira resposta você já tem em sua vida.
Resposta 01: Ter interesse de ser instrumento do Espírito.
Se você já foi selado com o Espírito Santo para o glorioso dia da redenção, você não corre mais o risco de perder a salvação. Sabemos, porém, que a obra da salvação realizada em nós não é um fim em si mesma. Quando Cristo nos salva Ele nos constitui sacerdotes que se apresentem a si mesmos como sacrifício santo e agradável a Deus.
A segunda resposta, então, é que para sermos instrumento do Espírito precisamos fazer o nosso interesse se tornar tão forte que se transforme num estilo de vida.
Há bastante tempo, quando a TV Globo lançou o programa “Medida Certa”, em uma de suas edições apresentou o craque Ronaldo, também conhecido como “fenômeno” numa tremenda “saia justa” diante do desafio de perder peso. O personal trainée dele, não se cansou de ser rigoroso na exigência da rotina indispensável. Ronaldo deu entrevista onde comentou sobre o sacrifício terrível que estava fazendo. Por fim, ficou magrinho. O programa “medida certa” cumpriu sua meta e logo saiu do ar. Não demorou nada, lá estava o Ronaldo bem gordinho, de novo, na telinha.
A disciplina espiritual, assim como a física, vai avançar da condição de sacrifício para estilo prazeroso de vida. Em João 15 Jesus explica: “Se vós permanecerdes em mim e as minhas palavras permanecerem em vós...” Isto nos ensina que não é possível ser instrumento do Espírito, sem disciplina espiritual que nos faça permanecer em Cristo. Há certo sacrifício, indispensável, no início, mas vale a pena “pagar” o preço. O sacrifício é necessário porque hábitos arraigados não podem ser mudados sem ele e devemos crer que o pior hábito ainda pode ser transformado pelo poder do Espírito.
Uma das grandes dificuldades que enfrentamos está na grande carga de hábitos, pensamentos, sentimentos e desejos errôneos que precisamos descartar. Isso leva tempo. Não temos que ter pressa. Nosso Deus não anda apressado e nunca chega atrasado. Essa perda tem que acontecer. Não há crescimento espiritual sem essa perda e desenvolver novos hábitos e adotar novos princípios de fé leva tempo. Deus não está tão interessado em que cresçamos rápido quanto em que cresçamos fortes. Nosso crescimento em Cristo precisa ser sólido.
Se você já decidiu ser instrumento do Espírito, creia que Deus já está trabalhando em você e Paulo diz “aquele que em vós começou a boa obra, a aperfeiçoará até o dia de Cristo”. (Filipenses 1.6). Deus quer fazer o que tem que fazer de maneira perfeita.
Em nossa busca pela plenitude do Espírito, inevitavelmente, aprenderemos a dobrar nossos joelhos em oração. Só não podemos esquecer que “só há sentido em uma pessoa se ajoelhar diante do Senhor, se, após a oração, ela se puser de pé para obedecer ao Senhor”. Estou falando de vida cristã dinâmica. Vida cristã não combina com deserto, mas com multidão. É vida como instrumento e como testemunha do amor e da graça de Deus.
A afirmação destacada acima está no livro cuja leitura recomendo seja feita sem pressa. “Academia da Alma” do Pastor Israel Belo de Azevedo. A linha de pensamento dele é a mesma que trago aqui. Nenhum crente espere alcançar a plenitude do Espírito e ter a vida como árvore frondosa cheia das mais diversas competências espirituais que são o fruto do Espírito, sem muita malhação espiritual.
Preciso conceituar que a malhação espiritual, por ser espiritual, não acontece só pelo esforço humano. Se é espiritual, o nosso “personal trainée” será, necessariamente, o Espírito Santo, e é por isso que vai produzir o fruto do Espírito em nós. À medida que nos apresentamos disponíveis ao Espírito, mesmo em sacrifício, desejando ardentemente a plenitude dele, então Ele pode agir e assim como na malhação física, o resultado não demora a aparecer.
Na “Academia da Alma”, do Pastor Israel, estão relacionados dez exercícios espirituais fundamentais para atingirmos a grande meta que é sermos como Jesus.
Lembro o estribilho de um hino que cantamos, que diz: “Quando TUDO perante o Senhor estiver, e TODO o teu ser Ele controlar, só então tu verás que o Senhor tem poder, quando TUDO puseres no altar”. O detalhe é o “TUDO”. Não se iluda. Enquanto não entregar TUDO, não vai acontecer.
A grande importância de desejarmos ser instrumentos do Espírito revelando seu fruto em nosso viver, é que, conforme as palavras de Jesus em nosso texto básico, é pelo fruto que somos conhecidos. A grandeza do que somos depende disso. Se quisermos grandeza apenas diante dos homens, não precisamos do fruto do Espírito, mas Jesus recomenda buscarmos a glória que vem de Deus e não a que vem dos homens. Sabemos que a glória que vem de Deus é infinitamente maior.
Em nosso texto básico, Jesus adverte: “Muitos, naquele dia, me dirão: Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então lhes direi abertamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniquidade”. Mateus 7.22-23.
Essas palavras de Jesus deixam claro que profetizar, expulsar demônios e fazer milagres, também é possível por gente que não tem o Espírito, pois os que têm o Espírito jamais serão rejeitados por Jesus como no verso 23. Então, podemos afirmar que tais milagres podem ser feitos com o poder do Diabo e Paulo diz que o Diabo até se transforma em anjo de luz, com intenção de enganar. Afinal, ele é o enganador. No contexto, a plenitude do Espírito produz o fruto do Espírito. Milagres e outras manifestações sobrenaturais quando são pelo poder de Deus, não acontecem sem o fruto do Espírito na vida.
No verso 21, Jesus declarou: “Nem todo aquele que diz Senhor, Senhor, entrará no reino de Deus, mas só aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus”. Deve estar claro que Jesus está ensinando que a evidência da plenitude do Espírito na vida do crente está em fazer a vontade do Pai, não está em fazer milagres ou coisas sobrenaturais.
O crente faz a vontade do Pai quando vive como instrumento do Espírito e o resto é consequência. Não importa ao crente que é instrumento do Espírito, se faz milagres, expulsa demônios ou faz profecias. O que importa é ser instrumento do Espírito, mesmo que seja só para realizar aquela tarefa considerada a mais humilde, como lavar os pés ao pobre.
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