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CONSOLA-NOS, SENHOR!

Em seu livro "A exilada", Pearl Buck narra as experiências de sua mãe, no interior da China.


A missionária Carrie ficava em casa, cuidando dos filhos e da missão, enquanto o marido fazia incursões evangelísticas por vilarejos ribeirinhos distantes. Eram tempos de doenças desconhecidas e inesperadas, para as quais não havia remédio, nem médicos nas proximidades.

Os filhos foram morrendo, um a um, tomados pela febre. O pai nem sempre voltava em tempo de enterrá-los. Muito místico, tentava consolar a esposa, dizendo que a alma da criança estava no céu, com o Senhor. Quando morreu o filho caçula, que era a alegria da casa, Carrie perdeu a paciência com o marido e exclamou: - Eu amo meus filhos por inteiro, não só a alma deles!" Foi então que insistiu para que se mudassem para uma cidade onde houvesse melhores recursos médicos.


Nessa pandemia que vivemos, o mundo já sepultou mais de um milhão de mortos. É muito luto, muito choro, muita dor.


Familiares e amigos, mesmo tendo fé e crendo que seus queridos estão com Deus, sentem falta da presença deles. Nídia recorda o jeito carinhoso e simpático de Carlinhos. Nely lembra os muitos anos de convivência feliz com Ismael. Familiares e amigos de Ophir e Jeusadete sentem falta da apaixonada alegria do casal. Nossa igreja revive com saudade o sorriso doce de Salute e Octávia, que nos deixaram nesse cruel tempo de pandemia e isolamento.

Como consolar quem sofre perdas tão marcantes?


Escrevendo aos coríntios, Paulo lembra que, quando chegou à Macedônia, não teve nenhum descanso. Enfrentou conflitos de todos os lados, "com batalhas externas e temores internos". Ele mostra de onde lhe veio consolo: " Mas Deus, que conforta os desanimados, nos encorajou com a chegada de Tito. Sua presença foi uma alegria, como também foi a notícia que ele recebeu de vocês. Quando ele nos contou quanto desejam me ver, quanto lamentam o que aconteceu e quão dedicados são a mim, fiquei muito feliz!" (2 Cor.7.5-7)

O consolo para Paulo veio através de Tito e dos demais irmãos de Corinto. Deus o alcançou através dos amigos.


Nesses tempos de escassos abraços, que as palavras amigas e consoladoras nos alcancem. Que as boas lembranças tornem menos doída a saudade. Que a nossa fé permaneça firme, mesmo que haja batalhas externas e temores internos. Consola-nos, Senhor!

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