FIDELIDADE EM DEUS E NO HOMEM (Gênesis 20-23)
- Pr. Elias Veloso do Carmo
- 25 de ago.
- 5 min de leitura
Os acontecimentos que veremos hoje nos permitem apreciar uma notável demonstração de fidelidade tanto em Deus como no homem.
01. O nascimento de Isaque:
Depois da catástrofe de Sodoma e as demais cidades da planície de Sidim, Abraão foi para o sul, até Gerar, capital do reino de Abimeleque.
Começa uma nova fase na vida de Abraão. Foi em Gerar que nasceu o filho tão esperado havia tantos anos.
Observo que Isaque significa riso e esse nome tinha a ver com os risos de espanto que houve em Abraão e em Sara quando receberam a notícia de que teriam um filho, mesmo já idosos. Agora, outra vez, risos! Desta vez, risos e muitos risos de alegria e gratidão. Afinal, esse filho aos cem anos de idade de Abraão, era um milagre indiscutível. Sara declarou: “Deus preparou riso para mim”.
Abraão aqui está transbordando de alegria no seu relacionamento com Deus. Deus prometeu o impossível e cumpriu. Ele começa conhecer o Deus dos impossíveis, que é também um Deus fiel. É assim mesmo que a Bíblia ensina até hoje. O primeiro passo é sempre conhecer Deus. Conhecendo, teremos fé nele. Tendo fé, o amaremos e amando, seremos fiéis. Sendo fiéis atingiremos o propósito de Deus pra nós. Foi Jesus quem advertiu dizendo: “Sê fiel até a morte e dar-te-ei a coroa da vida”.
02. A fidelidade de Abraão:
Abraão cumpriu o pacto com Deus e circuncidou seu filho ao oitavo dia. Pouco Depois convocou uma grande festa pra celebrar o nascimento de Isaque. Nessa festa, acontece um incidente que a principio foi desagradável, mas necessário. Foi que Ismael, o filho de Agar, a serva egípcia, zombou de Isaque. Até agora Ismael e sua mãe poderiam estar crendo que ele seria o herdeiro único, inclusive das promessas. A chegada de Isaque trouxe uma turbulência emocional muito grande pra eles. Resolveu então zombar daquele que lhe tomaria a herança por direito. Lembremos que antes, quando Ismael nasceu, foi Agar, a mãe quem zombou de Sara sua senhora que não podia ter filhos.
Essa zombaria de Ismael fez que Sara ficasse enfurecida e gerou uma crise familiar que resultou na expulsão dele e de sua mãe da casa de Abraão.
03. A alegoria sobre Ismael e Isaque:
O apostolo Paulo compara o filho Ismael com todos os que são filhos de Deus como criaturas, isto é, filhos segundo a carne. O argumento é que Ismael nasceu por um processo absolutamente humano. Isaque é comparado aos filhos espirituais de Deus porque nasceu mediante intervenção milagrosa de Deus. Isaque, então, é comparado com os crentes porque nascem espiritualmente, mediante intervenção de Jesus e também como cumprimento da promessa de novo nascimento pela fé nele.
Sem dúvida, despedir o filho Ismael e sua mãe Agar de sua casa foi uma dura provação para o grande homem de Deus. Contudo, Deus escolheu a vida dele para através dela nos mostrar o processo necessário para se formar um homem segundo seu coração. Poucos anos depois dessa provação, Abraão haveria de passar por outra provação muito maior. Talvez a maior de sua vida.
04. A maior provação de Abraão:
Já aprendemos que Abraão já tinha alcançado um excelente conhecimento de Deus, suficiente para firmar sua fé nEle e para amá-lo de todo o seu coração, contudo, a provação que faltava tinha o propósito de dar a Abraão a oportunidade de provar que seu amor a Deus era maior que o amor por seu próprio filho nascido por milagre. O processo do aperfeiçoamento de Abraão exigia dele uma oportunidade para demonstrar que seu amor a Deus tinha qualidade para um ato de obediência tão grande como o de sacrificar, ele mesmo, seu filho tão querido e único. Essa é a forma de provar que a vontade de seu Deus é realmente absoluta em sua vida.
“Toma o teu filho, o teu único filho, Isaque, a quem amas e vai-te à terra de Moriá, e oferece-o ali em holocausto sobre um dos montes que te hei de mostrar”. Deus mesmo deu testemunho do amor que Abraão tinha por seu filho, contudo, o texto descreve: “Então se levantou Abraão pela manhã de madrugada, e albardou o seu jumento, e tomou consigo dois de seus moços e Isaque seu filho; e cortou lenha para o holocausto, e levantou-se, e foi ao lugar que Deus lhe dissera. Gênesis 22:3”.
Depois de três dias de viagem, chegou ao pé do monte indicado por Deus. Aqui é preciso dizer que esse monte é o mesmo sobre o qual foi edificada a cidade de Jerusalém e que é o mesmo onde, mais tarde, Jesus foi crucificado. No local onde Isaque teria sido sacrificado está hoje construída uma Mesquita árabe: A Mesquita de “Omar”. A pedra sobre a qual Isaque seria sacrificado está no centro da Mesquita e toda cercada ao redor impedindo que seja tocada. Tanto a pedra como o lugar é considerado sagrado por árabes e judeus.
Voltando ao sopé do monte, foi a partir dali que Abraão tomou a lenha do sacrifício e a colocou sobre os ombros de Isaque para que este a levasse até o local do sacrifício. Foi nesse momento que Isaque perguntou: “Meu pai! E ele disse: Eis-me aqui, meu filho! E ele disse: Eis aqui o fogo e a lenha, mas onde está o cordeiro para o holocausto”? A resposta de Abraão é notável até hoje: “E disse Abraão: Deus proverá para si o cordeiro para o holocausto, meu filho”.
O auge deste episódio está no momento em que Abraão ergue o cutelo pra imolar seu filho. Foi ai que: “O anjo do SENHOR lhe bradou desde os céus, e disse: Abraão, Abraão! E ele disse: “Eis-me aqui”. Então disse: “Não estendas a tua mão sobre o moço, e não lhe faças nada; porquanto agora sei que temes a Deus, e não me negaste o teu filho, o teu único filho”.
Aqui ficou provado que o que Deus realmente queria não era o sacrifício de Isaque. Deus nunca aceitou nem aceita nenhum sacrifício humano. O que Deus queria era mesmo a prova da fé, do amor e da obediência incondicional. A mesma que Jesus, o filho de Deus demonstrou no calvário. A diferença é que Jesus realmente foi sacrificado e este é o único sacrifício humano que Deus poderia aceitar, por ser vicário. Por ser sacrifício propiciatório, com poder redentor.
Aprendemos também nesse episódio tão comovente que nosso Deus nunca nos desaponta quando somos capazes de obedecer fielmente.
05. A morte de Abraão:
Abraão morre 35 anos depois do casamento de Isaque. Sara já havia morrido e sepultada em Hebron. Ele vive 175 anos.
Referências:
· Dr. Antônio Neves de Mesquita
Estudo no livro de Gênesis
· Dr. C.H.Mackintosh
Comentário Bíblico
· Jonh McArthur
Bíblia de Estudos
· Derek Kidner
Comentário bíblico
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