“INSTALADO O REINO DA MORTE (Gênesis 04-06)

Preliminares:

No estudo de hoje vamos olhar para a instalação do reino da Morte na terra. O homem criado por Deus com um propósito especial, se desvia desse propósito. O relato bíblico está nos capítulos 04-06 de Gênesis.

Introdução:

          Em O Novo Testamento, Jesus informou que o Diabo não vem senão para roubar, matar e destruir. Isto pode ser visto desde o primeiro momento da atuação do Diabo na história humana. Jesus também disse que o Diabo é mentiroso desde o princípio e é o pai da mentira. Também todos nós somos testemunhas do quanto a mentira se arraigou na vida humana. Todas as honras que são devidas a quem é honesto e verdadeiro estão sendo dadas aos melhores mentirosos. Isto é obra do Diabo que tem destruído os verdadeiros valores da sociedade e da família.

01. O ato da instalação:

No texto bíblico de hoje, o Diabo chega com mentira, desonestidade e acusação falsa contra Deus para derrubar o homem de sua plena comunhão com Deus e assim poder escravizá-lo, e instalar o império da morte.

Em sua primeira palavra ao homem depois da queda, Deus lhe disse: “porquanto és pó e ao pó voltarás”. Antes, a perspectiva de morte era só condicional, agora se tornou real.

Além da desonestidade, mentira e acusação falsa, podemos ver com clareza, a dissimulação do Diabo oferecendo grandeza ao homem em troca de sua obediência: “Serás como Deus, conhecendo o bem e o mal”. O Diabo sabia que o homem jamais seria como Deus. O homem passou a conhecer o mal por experiência pessoal, mas Deus não é assim. É claro que Deus conhece o mal, é criador do mal, mas está imune à contaminação do mal.

A instalação do reino da morte representou a inoculação do veneno moral da serpente em Adão. Esse veneno moral chamado de desobediência e engano entrou na experiência humana.

Então a Bíblia diz: “Como por um só homem entrou o pecado no mundo e pelo pecado a morte, assim a morte passou a todos os homens, por que todos pecaram”. Rom. 5:12

02. Onde atua o poder da morte:

Esse veneno moral tem o poder de corromper o caráter e é poderoso na produção de pensamentos corruptos, sentimentos corruptos e desejos corruptos e é justamente aí que está a fonte de toda a maldade humana. Esse é o campo permanente da ação do Diabo até hoje: A mente humana.

Jesus então nos ensina que nosso pecado não é contabilizado quando pensamos, sentimos ou desejamos o mal, mas apenas quando decidimos aprovar e agir de acordo com eles. Jesus deixa claro que temos a capacidade de decidir rejeitá-los e preferir o que é digno aos olhos de Deus.

Disse Jesus: “Do coração procedem, maus pensamentos, mortes e adultérios, roubos, falsos testemunhos e é isso que contamina o homem”. Mt. 15:19

Isto aparece mais à frente na experiência de culto dos dois primeiros filhos do primeiro casal. Creio que aprenderam com seus pais sobre a necessidade de prestar culto a Deus oferecendo sacrifícios, na busca de manter comunhão com Ele. Por sua vez Adão e Eva aprenderam com o próprio Deus ao sacrificar um animal para dele tirar a pele que cobriria a sua nudez que representava a vergonha do seu pecado.

O texto revela que Deus rejeitou o culto de Caim e o motivo mais provável dessa rejeição é o mesmo que permanece até hoje na vida dos adoradores, mundo a fora: A formalidade. Jesus ensinou que Deus quer ser adorado em espírito e em verdade. Isto é, adorado com a vida. No tempo do Profeta Isaías Deus condenou a adoração do povo dizendo: “Este povo se aproxima de mim e com a sua boca e seus lábios me honra, mas seu coração se afasta para longe de mim”. Is. 29:13

A presença do reino da morte na mente de Caim impediu primeiro que ele fosse integro na sua adoração e depois impediu que ele se humilhasse e corrigisse seu culto para ser aceito por Deus. Impediu que ele entendesse que com a rejeição Deus só queria ajudá-lo a corrigir seu culto. Ao contrário, se encheu de ira e ciúmes e decidiu matar seu irmão.

Pensou na morte, desejou matar, decidiu matar e executou seu plano. O reino da morte dava mais um passo poderoso que gerou a expulsão de Caim e consequente maldição sobre ele.

Com a morte de Abel, o culto a Deus ficou interrompido até que fosse restaurado por seu irmão Sete que haveria de nascer.  Caim rompeu ralação com Deus e passou sua rebeldia para toda a sua geração. Assim se tornou o grande propagador do reino da morte na terra.

O capítulo 06 de Gênesis registra uma avaliação de Deus que nos informa das terríveis condições de degradação moral a que tinha chegado à raça humana: “Por causa da perversidade humana, meu Espírito não contenderá para sempre com o homem. Ele só viverá cento e vinte anos” e “O Senhor viu que a perversidade humana tinha aumentado na terra e que toda a inclinação dos pensamentos do seu coração era sempre e somente para o mal”. Gên.6:3,5.

Nesse ponto, Deus que nunca perdeu o controle da história resolveu dar um golpe poderoso, para estancar o avanço desenfreado do reino da morte e decidiu eliminar da face da terra toda a raça humana. Fez isso através do dilúvio deixando apenas oito pessoas que se mostravam tementes a Ele: Noé, sua mulher e seus três filhos com suas esposas.

Conclusão:

No capítulo 3:15 de Genesis, imediatamente após a queda, Deus declara seu plano anunciando a vinda do “descendente da mulher” que esmagaria a cabeça da serpente.

Essa expressão divina se cumpre no calvário, onde Cristo derrotou de vez o príncipe da morte que é a serpente e Satanás.

O apóstolo João no seu evangelho registrou palavras de Jesus, que disse: “O Príncipe deste mundo já está condenado”. 16:11. Então só falta mesmo a execução.

Na ressurreição Jesus instalou o reino da vida. Agora Jesus declara: “Eu sou a ressurreição e a vida quem crê em mim, nunca morrerá e todo aquele que vive e crê em mim nunca morrerá para sempre”. João 11:25-26.

Também o livro do Apocalipse anuncia que no reino eterno de Jesus não haverá mais morte nem dor nem sofrimento algum. Está decretada a morte da morte.

A Deus toda honra e toda glória! Amém!

Referências:

·       Dr. Antônio Neves de Mesquita

Estudo no livro de Gênesis

·       Dr. C.H.Mackintosh

Comentário Bíblico

·       Jonh McArthur

Bíblia de Estudos

·       Derek Kidner

Comentário bíblico