A gota d'água pairou no parapeito, demoradamente. Lembra a lágrima que transborda dos olhos e custa a cair.
Vivemos dias de muitas lágrimas.
Dois bombeiros foram soterrados, enquanto trabalhavam no prédio da Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Sul. Parte do edifício desabou e eles não puderam sair. As famílias, angustiadas, foram perdendo a esperança de encontrá-los com vida. No sepultamento dos dois heróis, as lágrimas escorriam do rosto de quase todos. Em meio a tantos abalos, a perda de duas vidas preciosas causou impacto profundo.
A sensação dos que oram pela Pátria, pelo Estado, pela cidade, pelos conhecidos e pelos familiares é de que Deus não está ouvindo o clamor do seu povo. O salmista expressa bem essa angústia, quando exclama: "Ó Senhor, Deus dos Exércitos, até quando ficarás irado com as orações do teu povo? Tu nos deste tristeza como alimento e nos fizeste beber copos cheios de lágrimas." (Salmos 80.4 e 5)
Desde o início da pandemia, estamos vivendo momentos de muita tristeza, com o sofrimento e a morte de amigos e parentes. Há ainda enchentes em um lado, seca em outro, trazendo ainda mais insegurança. Os índices da pandemia têm melhorado, mas as lágrimas ainda não cessaram de cair.
O salmista pede ao Senhor que fortaleça o seu povo, que o reanime e que o restaure. É o que precisamos também: fortalecimento, ânimo e restauração. E poderemos concluir: " Que a luz do teu rosto brilhe sobre nós, só então seremos salvos." (Salmos 80.19b)
Assim seja, Senhor!
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