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O LIVRO DE ISAIAS: “OS MEUS OLHOS VIRAM O SENHOR” – ISAÍAS E SUA VOCAÇÃO PROFÉTICA (Isaías 1 a 6)

INTRODUÇÃO

Conhecido como Profeta Messiânico, Isaias teve um longo ministério de quase sessenta anos, profetizando no Reino de Judá como contemporâneo de Oséias, Naum e Miquéias. O significado de seu nome, “O Senhor deu Salvação”, se enquadra perfeitamente no caráter de sua obra que enfatiza o Senhor Deus como o único que pode salvar em contraste com a inutilidade dos esforços humanos. Isaias, em sua juventude, vivera no ambiente palaciano talvez como membro da família real ou como alto funcionário, e viu a prosperidade de Judá e Israel só comparável aos dias do Rei Salomão.

O poderio da Assíria, potência guerreira que abalara a Palestina um século antes, havia declinado, e igualmente as hostilidades da Síria haviam cessado. O Reino de Judá alcançara seu apogeu em poder e prosperidade no reinado de Uzias, enquanto Israel no norte enriquecia, prosperava e dominava com Jeroboão II.

Mas os tempos mudam e sombras ameaçadoras rondam os Reinos de Israel e Judá. Assíria, Síria e Egito voltam ao cenário internacional. Isaias testemunha tudo. Em tais momentos Deus precisa de um homem cheio de fé e coragem. Seu caráter está moldado para tornar-se nas mãos de Deus o brilhante profeta vidente que fala com ousadia, sinceridade e compaixão, denunciando o pecado do povo, clamando por arrependimento, anunciando castigo e perdão mas também profetizando a vinda do Messias Salvador. Eis porque seu livro é chamado “o evangelho do velho testamento”.


ISAIAS VÊ O TRONO DA SANTIDADE DE DEUS

2 Crônicas 26. 3 – 4 registra que o Rei Uzias começou a reinar com dezesseis anos, reinou durou cinquenta e dois anos e fez o que era reto perante o Senhor,como Amazias, seu pai. Contudo, no final do seu reinado a prosperidade que alcançara subiu ao seu coração e ele cometeu transgressão contra o Senhor. Seu pecado foi entrar no Templo para queimar incenso no altar do incenso, ato privativo dos Sacerdotes, filhos de Arão. Deus o feriu com lepra e isto o obrigou a viver separado, excluído da Casa do Senhor, e assim teve que entregar a chefia do Reino ao seu filho Jotão até o dia de sua morte.

Sucedendo seu pai, Jotão reinou por dezesseis anos em Jerusalém e fez o que era reto perante o Senhor conforme seu pai Uzias, porém não cometeu o erro de seu pai. Infelizmente Crônicas 27.2 registra: “E o povo continuava na prática do mal”.

O texto deixa transparecer que, a retidão de vida dos Reis Uzias e Jotão não foi seguida pelo povo. A idolatria, violência, injustiça e todo tipo de iniquidade, eram praticadas em Judá. É nesse contexto que Isaias tem uma Visão do Senhor.

O tempo da visão é memorável para Isaias. Ela ocorre no ano da morte do Rei Uzias, fato que por certo abala as suas emoções. O amado Rei está morto.

Enquanto curtia sua tristeza, Isaias teve uma sublime e inesquecível visão, assim descrita:

O Senhor estava assentado num alto e sublime trono e suas vestes gloriosas enchiam o templo celestial. Tudo era majestade e poder.

Serafins, seres celestiais em cujo ministério a Santidade de Deus tem a máxima relevância, louvavam o Senhor clamando uns para os outros; Santo, Santo, Santo é o Senhor dos Exércitos.

A proclamação da Santidade de Deus abalou o Templo e a casa se encheu da fumaça produzida pela queima do incenso do altar, símbolo da adoração.

Isaias ficou grandemente impressionado com o conteúdo do cântico dos Serafins. Imediatamente concluiu que ele mesmo e seu povo não honravam a Deus como os Serafins, pelo contrário, o que saía da boca do povo era expressão de sua iniquidade. Isaias fala por si e pelo povo: Ai de mim! Estou perdido! Diz o novel profeta.

As palavras sinceras de Isaias não foram ignoradas pelos Serafins. Eis que um deles tirou uma brasa viva, diretamente do altar da Santidade de Deus, tocou com ela os lábios do profeta, tirou sua iniqüidade e perdoou o seu pecado.

A VOCAÇÃO DE ISAIAS

Afastada a iniquidade e perdoado o pecado, ouviu Isaias a voz do Senhor: “A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Constrangido pelo perdão de Deus, renovado em seu ânimo, o profeta, movido por um santo impulso diz: “Eis-me aqui, envia-me a mim.”

UMA DURA MENSAGEM E UM INTERESSE SACERDOTAL

As palavras de ordem a Isaias são duras e inesperadas: torna insensível o coração deste povo, endurece-lhes os ouvidos e fecha-lhes os olhos, para que não venha ele a ver com os olhos, a ouvir com os ouvidos e a entender com o coração, e se converta e seja salvo.

Não era exatamente o que Isaias esperava ouvir de Deus. Seu coração deseja a conversão do seu povo, mas é preciso obedecer. Isaias quer, pelo menos, um vislumbre de esperança. Assim, toma coragem e pergunta ao todo-poderoso: Até quando Senhor?

A resposta de Deus encerra esperança, mas não para os dias de Isaias. As cidades serão desoladas e ficarão sem moradores e a terra será assolada. Será grande o desamparo em seguidas vezes. A graça de Deus porém, garante: uma santa semente permanecerá e produzirá, novamente o glorioso carvalho.

PARA NÓS

Como povo de Deus, devemos saber que Ele continua reinando em poder e glória no seu trono altíssimo.

Ao entrarmos em sua presença, devemos fazê-lo com alegria e com temor pois a sua Santidade não tolera o pecado.

Quando a sua Santidade nos toca e purifica, o faz para um chamado especial ao qual devemos atender em santo constrangimento.

Bibliografia: Roland de Vaux, As Instituições de Israel – Vida Nova: H.H. Halley, Manual Bíblico – Vida Nova:J. Rideerbos, Isaias –Introdução e Comentários.

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