“O TEU DEUS REINA ” – O SOFRIMENTO DO MESSIAS E A SALVAÇÃO QUE OPERA (Isaías 49 a 54)
top of page

“O TEU DEUS REINA ” – O SOFRIMENTO DO MESSIAS E A SALVAÇÃO QUE OPERA (Isaías 49 a 54)

1. INTRODUÇÃO

Como vimos nos estudos anteriores, as profecias de Isaias projetam a sombra da calamidade que está por vir sobre Judá e Jerusalém. É a poderosa Babilônia, o instrumento da correção divina sobre o seu povo. Esta nação, por sua vez, está condenada à destruição pela mão de Ciro, o escolhido por Deus para executar a Sua vontade. A Assíria passou, a Babilônia passará e Ciro também. Mas um povo amado de Deus permanecerá, pois assim disse Deus: “Por amor do meu nome, retardarei a minha ira e por causa da minha honra me conterei para contigo, para que te não venha a exterminar”.

Segundo diz o profeta aquele povo passara pela fornalha da aflição, mas tais aflições não trouxeram proveito. Continuava pérfido e transgressor. O texto que temos diante de nós é a prova da fidelidade de Deus a Si mesmo. Ele anuncia tempos de restauração e um futuro glorioso para Sião.


2. REGOZIJO E ALEGRIA APÓS A ASSOLAÇÃO.

Deus detém a sua mão para não destruir e espera o arrependimento para restaurar. Sua vontade será cumprida por um restante fiel que busca a retidão diante d’Ele, pois assim diz: “Ouvi-me vós que procurais a justiça, os que buscais o Senhor”. A aliança feita com Abraão é a garantia; “Olhai para Abraão, vosso pai, e para Sara, que vos deu à luz; porque era ele único, quando eu o chamei, o abençoei e o multipliquei”. Por isso o Senhor tem piedade do seu povo e em seu amor anuncia tempos de alegria, ações de graças e som de música. Não importa quão em trevas esteja a situação. O Senhor tem o mundo em suas mãos e a sua justiça não tarda e ela será a luz dos povos. Céus e terra serão abalados, mas a sua “salvação durará para sempre”, “e a minha justiça” diz o Senhor: “ não será anulada”.

Tais palavras tão consoladoras são ditas a um povo rebelde, destinado à matança e ao exílio. Previamente, porém o profeta Isaias anuncia “Aquele Dia”, o dia da salvação de Deus, pois que Ele assim diz: “Agora, que farei eu aqui,... visto ter sido o meu povo levado sem preço? Os seus tiranos sobre ele dão uivos... e o meu nome é blasfemado incessantemente todo dia”. Aqui o povo de Deus é desafiado a ter sempre em mente a promessa divina, “Eu estarei convosco”. É assim que o profeta declara: “ Por isso, o meu povo saberá o meu nome; portanto, naquele dia, saberá que sou eu quem fala: Eis-me aqui”.


3. O ANUNCIADOR DE BOAS NOVAS.

O profeta Isaias olha para além das circunstâncias presentes e se apressa em proclamar a futura vinda de um anunciador de coisas boas. O Emanuel, Deus conosco, pelo qual Deus se fará presente no meio do seu povo.

Tal anunciador, entretanto será pedra de tropeço para o seu próprio povo, conforme o evangelista João o disse em seu evangelho: “Veio para os seus, mas os seus não o receberam”. Por que razão um povo tão favorecido por Deus não reconheceria o seu enviado? O profeta Isaias, num estilo que só aos profetas de Deus é dado, cavalga no tempo e anuncia um futuro que já passou. É o ponto de vista de Deus, que está além do tempo. O anunciador de boas novas foi um servo sofredor. Poucos creram na sua pregação. Não tinha aparência nem formosura de um rei, conforme esperado. Era desprezado. Levou sobre si enfermidades e dores. Foi traspassado, moído e pisado. Foi oprimido, humilhado. Foi cortado da terra dos viventes por causa da transgressão do povo de Deus.

Eis aqui a maravilhosa graça de Deus. O seu ungido se tornou, transgressor, pois levou sobre si o pecado de muitos e em seu infinito amor, ainda intercedeu pelos transgressores.

Que recompensa caberia ao rei sofredor? Isaias responde: “Ele verá o fruto do penoso trabalho de sua alma e ficará satisfeito”. “o meu servo, o Justo,, com o seu conhecimento, justificará a muitos”. O servo sofredor será o mediador idôneo da aliança divina. Só n’Ele e por Ele haverá salvação, estendida a todos os povos e nações conforme a palavra de Deus: “Pouco é o seres meu servo, para restaurares as tribos de Jacó e tornares a trazer os remanescentes de Israel; também o dei como luz para os gentios, para seres a minha salvação até às extremidades da terra”.

O servo sofredor anunciará todas as palavras que tiver ouvido do Pai, por isso serão revestidas de verdade. Israel não deu ouvidos às palavras e mandamentos divinos. Diferentemente, o servo sofredor se apegará a elas como sua missão, por isso será justo e justificador.

Há aqui uma substituição, pois Isaias registra as palavras do próprio servo, dizendo: “ Ouvi-me, terras do mar; e vós, povos de longe, escutai! O Senhor me chamou desde o nascimento... e me disse: Tu és o meu servo, és Israel, por quem hei de ser glorificado”. Israel falhou, mas o servo fiel não falhará. Israel não glorificou o seu Deus, antes se queixou dele. O servo sofredor o glorificará.

Sim, Isaias, à vista da excelência do Messias de Deus, vê um futuro glorioso para Sião. Tal esperança está firmada na fidelidade do Senhor dos Exércitos: “Porque os montes se retirarão, e os outeiros serão removidos; mas a minha misericórdia não se apartará de ti, e a aliança da minha paz não será removida, diz o Senhor, que se compadece de ti”.


PARA NÓS

Agradeçamos a Deus que teve misericórdia do povo eleito e não o exterminou em sua rebeldia, antes, através dele enviou o seu servo que tomou o nome de Israel para demonstrar sua fidelidade a si mesmo. Esperou até que um remanescente se levantasse para glorificá-lo, depositando sua fé no Messias prometido e morto vicariamente desde a fundação do mundo. Segundo os eternos propósitos de Deus, a sua salvação veio através dos judeusbeneficiandoa nós que também viemos a crer em Cristo. Glória, pois, ao eterno Deus e ao seu filho Jesus Cristo que nos deu vida, estando ainda nós mortos em delitos e pecados.

bottom of page