PROVA DOS NOVE
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PROVA DOS NOVE

Estou ofegante. Corri alguns quilômetros.


Na ida meus amigos correram comigo, mas não quiseram me acompanhar na volta. Eu, que antes mal conseguia ficar em pé, estou firme. Comecei o dia com dores e uma profunda depressão. Afinal, qual a razão de viver se, por causa da lepra, somos obrigados a morar em cavernas e abrigos improvisados, longe da família, sem direito sequer à esperança?


Queríamos viver, poder ver as crianças crescer, trabalhar e viajar. Foi então que uma notícia agitou o grupo: Jesus passaria bem perto de nós. Não perdemos tempo. Fomos até a beira da estrada e gritamos juntos, com força: “Jesus, Mestre, tem misericórdia de nós!”


Não sabíamos o que aconteceria, mas investimos o resto da nossa esperança. Ele olhou para nós, e disse para irmos até os sacerdotes, que examinariam o curso daquela doença. Obedecemos, e no caminho vimos que todos estávamos curados. Lembrei do amor com que Jesus me olhou, e voltei correndo.


Sou samaritano, nossos povos não se entendem bem. Mas eu precisava encontrá-lo. Atirei-me aos seus pés com profunda gratidão. Ele observou: “Não curei dez homens? Onde estão os outros nove? Ninguém voltou para dar glória a Deus, exceto este estrangeiro?”


Minha alegria ainda aumentaria. Jesus repetiu aquele olhar inesquecível e disse: “Levanta-te e vai; a tua fé te salvou” (Lucas 17.11-19). Correrei de novo a abraçar minha família. Recomeçarei tudo. Com uma diferença: nunca mais serei o mesmo. Viverei a vida inteira para expressar gratidão ao Senhor, obedecendo-o e falando a todos o que o amor de Deus faz em qualquer pessoa que o busque de verdade.


Prezado irmão. Temos repetido muito Hebreus 13.8: “Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e para sempre”. Só ele pode nos purificar o corpo e, eternamente, a alma. A nossa vida comprova esta gratidão? Um recurso simples da matemática serve para conferir resultados. É a prova dos nove, em que nove e seus múltiplos não contam. Só o samaritano passou na prova da gratidão. Teríamos corrido de volta com ele para agradecer a Jesus? Ou paramos nos noves fora?

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