Como é feliz aquele que não segue o conselho dos ímpios, não imita a conduta dos pecadores, nem se assenta na roda dos zombadores!Ao contrário, sua satisfação está na lei do Senhor, e nessa lei medita dia e noite.
É como árvore plantada à beira de águas correntes: Dá fruto no tempo certo e suas folhas não murcham. Tudo o que ele faz prospera! Não é o caso dos ímpios! São como palha que o vento leva.Por isso os ímpios não resistirão no julgamento, nem os pecadores na comunidade dos justos.Pois o Senhor aprova o caminho dos justos, mas o caminho dos ímpios leva à destruição!(Salmo 1)
(1) Felicidade pela negação
Davi escreve que nosso caminho para a bênção passa pela renúncia. Escolhas corretas envolvem grandes renúncias. É provável que precisemos abrir mão de tempo diante da TV ou da internet caso queiramos ter relacionamentos curados em família. Certamente o caminho para a boa forma envolve renunciar muitas guloseimas. O caminho para a santidade da palavra requer abdicar a fofoca.
A bem aventurança para Davi também entra na esfera da negação: precisamos abandonar a impiedade, as companhias que estimulam o pecado e a zombaria.
Há uma inércia maligna que precisamos evitar a todo o custo: seguir determinadas pessoas, caminhar sobre seus passos e assentar-se em suas rodas somente levará à auto-destruição.
(2) Deliciar-se na lei do Senhor
No que você encontra seu deleite? O pastor John Piper afirma que Deus é mais glorificado em nós quando nós estamos mais satisfeitos nEle. A atitude positiva do salmista era: ele encontra prazer na lei do Senhor. Não se restringe apenas a um fato isolado, momentâneo, pontual. Mas em reconhecer que a maior fonte de delícias de sua vida é ouvir o que o Senhor tem a dizer diariamente e durante o correr das horas. Meditar é, neste contexto, o mesmo que murmurar. Ou seja: conversar (baixinho!) constantemente com Deus, passar tempo em sua presença, meditar em suas palavras e permitir que o Espírito nos recorde de suas promessas. Davi não estava restringindo essa meditação à Lei Mosaica. Para ele era muito mais: encontrar no Senhor a fonte de sua mais plena satisfação por que no Senhor ele encontrava o significado de sua própria existência. O cérebro de Davi devia estar tão impregnado da Palavra de Deus que sua boca murmurava automaticamente essa palavra, durante dia e noite. E quanto a nós: em que medida temos procurado decorar textos bíblicos e encharcar nossa mente e coração com as santas promessas? Que grau de prazer que nelas encontramos e que medida de tempo temos destinado a elas?
(3) Frutos no tempo certo
Então as raízes regadas por ribeiros, a vida e os frutos serão naturais. No contexto do oriente próximo essa é uma imagem que carrega força e significado. Por causa do forte calor do deserto e da extrema aridez, uma planta necessita de uma fonte para se suprir de água e alimento, do contrário estará fadada à morte. Simbolicamente a existência da árvore no deserto é a vitória da natureza divina sobre a aridez que corrompe a humanidade. As folhas não murcham pois estão constantemente irrigadas da vida desse ribeiro. Além disso o homem bem aventurado se torna frutífero. Ele "dá frutos no tempo certo." A pressa é uma das marcas de nosso tempo! A sociedade exige resultados imediatos. Crianças crescem apressadas por que são filhos de gente adulta que vive correndo. A Escritura todavia nos ensina que o homem justo dá seu fruto no tempo apropriado. Aguardar até que os frutos apareçam é marca de um caráter transformado pelo Espírito Santo. Pois a paciência é, também ela, fruto do Espírito (Gálatas 5.22).
(4) O vento leva
Em contraste ao homem bem aventurado, o ímpio é como a palha. Planta sem raiz e sem vida sua tendência é ser dispersa e esquecida. Seu erro foi não desenvolver raíz, seu destino será definido pelas circunstâncias. Há aqui uma lição: enquanto justos e injustos vivem em meio a lutas, podemos ter a certeza que as raízes dos filhos de Deus os firmam no solo. Mesmo que as tempestades sejam as mais terríveis. A Araucária, árvore conhecida como Pinheiro Brasileiro, pode chegar a 50 metros de altura e ter raízes da mesma profundidade. Isso dá à árvore uma incrível estabilidade. Os ímpios, sem raízes (Marcos 4.17), são levados pelo primeiro vento que soprar. Isso nos conduz à pergunta: quão profundas são as suas raízes em Cristo?
(5) Não poderão resistir
Há um anúncio escatológico neste verso: os ímpios não resistirão ao julgamento. Não há defesas humanas contra a ira de Deus que se levanta contra nossos os pecados. É por isso que, confiando apenas em seus próprios méritos o ser humano não consegue resistir ao julgamento de Deus. Todavia a Escritura nos diz que possuímos a justificação do próprio Deus sobre nós se confiarmos em Jesus Cristo (Romanos 5.1), em sua obra de salvação na Cruz. Os pecadores não podem permanecer na assembléia dos justos, mas os pecadores que foram redimidos pelo sangue do cordeiro tornam-se santos em Deus.
(6) Aprovação de Deus
Deus conhece o caminho dos justos. Este fato -- 'Deus conhece' -- nos dá a impressão de que Ele tem os olhos fixos neste caminho guiando, livrando e confirmando os passos de seus amados. Receber a aprovação em uma prova ou um difícil exame nos dá um misto de alegria e alívio. Para quem é aprovado, uma recompensa. Para quem aprova, uma realização, pois a expectativa que havia sobre um sujeito estava correta. Da mesma forma o Senhor aprova o caminho do homem bem aventurado. Ele possui expectativas a nosso respeito. Será que nós aprendemos a captar a expectativa de Deus sobre nós mesmos?
コメント