Soa como uma licença poética, porque não nos imaginamos iguais a Deus, que é Único. Por que, então, Jesus fala assim? É porque a vida cristã é dinâmica.
Temos o exemplo do apóstolo Paulo. Ele afirma que “todos pecaram e não alcançam o padrão da glória de Deus” (Romanos 3.23). Reconhece, honestamente, que “Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, e eu sou o pior de todos” (1 Timóteo 1.15). Mas não para aí, e ensina: “...falaremos a verdade em amor, tornando-nos, em todos os aspectos, cada vez mais parecidos com Cristo, que é a cabeça” (Efésios 4.15). Coerente, acrescenta: “Não estou dizendo que já obtive tudo isso, que já alcancei a perfeição. Mas prossigo a fim de conquistar essa perfeição para a qual Cristo Jesus me conquistou” (Filipenses 3.12).
Ele cita “os imaturos como crianças”, e dá a solução: “falaremos a verdade em amor”. “Amor” foi o segredo ensinado por Jesus: “Amem uns aos outros. Assim como eu os amei, vocês devem amar uns aos outros. Seu amor uns pelos outros provará ao mundo que são meus discípulos” (João 13.34).
O pastor batista Martin Luther King Junior (1929-1968), prêmio Nobel da Paz em 1964 por sua luta pacífica contra o racismo nos EUA, observou: “Aprendemos a voar como os pássaros, a nadar como os peixes, mas ainda não aprendemos a conviver como irmãos.”
Se o amor é a maior característica do cristão diante do mundo, é natural que seja a área mais visada por Satanás. Como conseguiremos conviver com pessoas que não correspondem ao nosso modo de pensar? A Bíblia Conselheira analisa: “Jesus condena a reciprocidade, o tratar o outro como ele me trata”. Isso “omite nada menos do que a relação interna do homem com Deus” (Michel Henry). “Já não depende de quem a pessoa é, mas depende do Pai de quem sou filho e filha!” (BEC, SBB p.1496).
Temos amadurecido no amor ao nosso irmão? Só assim cresceremos juntos.
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